Renascimento
e Humanismo
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos
usados para identificar o período da história da Europa aproximadamente entre
meados do século XIV e o fim do século XVI.
Apesar das transformações serem bem evidentes na cultura,
sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do
feudalismo para o capitalismo e significando uma evolução em relação às
estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus
efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Renascimento refere-se à recuperação dos valores das civilizações clássicas grega e romana que foram expressos na literatura, na política e nas artes. Foi uma intensa revalorização das referências da Antiguidade Clássica, que nortearam um progressivo abrandamento da influência do dogmatismo religioso e do misticismo sobre a cultura e a sociedade, com uma concomitante e crescente valorização da racionalidade, da ciência e da natureza. Neste processo o ser humano foi revestido de uma nova dignidade e colocado no centro da Criação,
O movimento Renascimento, manifestou-se primeiro na região
italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e
Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente
todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da
imprensa e pela circulação de artistas e obras, porém manifestações
renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, França,
Alemanha, Países Baixos e Península Ibérica.
A Renascença foi uma tentativa original e eclética de
harmonização do neoplatonismo pagão com a religião cristã, do eros com a
charitas, junto com influências orientais, judaicas e árabes, e onde o estudo
da magia, da astrologia e do oculto desempenhavam uma parte importante na
elaboração de sistemas de disciplina e aperfeiçoamento moral e espiritual e de
uma nova linguagem simbólica.
Se antes o cristianismo havia sido o único caminho para
Deus, fundamentava toda a explicação da vida e do mundo e dava justificação
para a ordem social vigente, os humanistas iriam mostrar que havia muitos
outros caminhos e possibilidades, que não procuravam negar a essência do credo
— isso teria sido impossível de sustentar por muito tempo, todas as negações
radicais naquela época acabaram em repressão violenta — mas transformaram a
interpretação dos dogmas e suas relações com a vida e os dramas sociais. Isso
deu à religião mais flexibilidade e adaptabilidade, mas significou um declínio
em seu prestígio e influência sobre a sociedade, à medida que o homem se
emancipava um pouco mais de sua tutela. O pensamento medieval tendia a ver o
homem como uma criatura vil, uma "massa de podridão, pó e cinza",
como disse Pedro Damião no século XI.
No Renascentismo deu-se à principal corrente de pensamento
deste período o nome de Humanismo.
Humanismo: é a filosofia moral que coloca os humanos como os
principais numa escala de importância, no centro do mundo. É uma perspectiva
comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior
importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a
racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado
filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a
uma autoridade superior.
Os humanistas, como o nome indica, são mais empiristas e
menos espirituais; são geralmente associados a cientistas e acadêmicos, embora
a filosofia não se limite a esses grupos. Têm preocupação com a ética e afirmam
a dignidade do ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o
racionalismo. Geralmente são humanistas os deístas, panteístas, agnósticos,
ignósticos ou ainda ateus.
O humanismo foi também um movimento literário e um método de
aprendizado que tinha um amplo leque de interesses, no qual a filosofia não era
o único e talvez nem o predominante. Dava um maior valor ao uso da razão
individual e à análise das evidências empíricas, ao contrário da escolástica
medieval, que se limitava basicamente à consulta às autoridades do passado,
principalmente Aristóteles e os primeiros Padres da Igreja, e ao debate das
diferenças entre os autores e comentaristas. O humanismo não descartou essas
fontes, e parte não insignificante de sua formação deriva de bases medievais,
mas passou a reexaminá-las à luz de proposições novas e de uma quantidade de
outros textos antigos que foram redescobertos.
O humanismo se consolidou a partir do século XV,
principalmente através dos escritos de Marsilio Ficino, Lorenzo Valla, Leonardo
Bruni, Poggio Bracciolini, Erasmo de Roterdã, Rudolph Agricola, Pico della
Mirandola, Petrus Ramus, Juan Luis Vives, Francis Bacon, Michel de Montaigne,
Bernardino Telesio, Giordano Bruno, Tommaso Campanella e Thomas More, entre
outros, que discorreram sobre variados aspectos do mundo natural, do homem, do
divino, da sociedade, das artes e do pensamento, incorporando uma pletora de
referenciais da Antiguidade posta em circulação através de textos antes
desconhecidos — gregos, latinos, árabes, judeus, bizantinos e de outras
procedências — que representavam escolas e princípios tão diversos como o
neoplatonismo, hedonismo, otimismo, individualismo, ceticismo, estoicismo,
epicurismo, hermetismo, antropocentrismo, racionalismo, gnosticismo, cabalismo,
e muitos outros. Junto a isso tudo, a retomada do estudo da língua grega,
inteiramente abandonado na Itália, possibilitou reexaminar textos originais de
Platão, Aristóteles e outros autores, gerando novas interpretações e traduções
mais exatas, que modificaram a impressão que se fazia do seu corpo de ideias.
O humanismo foi notável pelo que influiu nos campos da
ética, lógica, teologia, jurisprudência, retórica, poética, artes e
humanidades, pelo trabalho de descoberta, exegese, tradução e divulgação dos
textos clássicos, e pela contribuição que deu para a filosofia do Renascimento
nas áreas da filosofia moral e política, segundo Smith et alii a maior parte do
trabalho especificamente filosófico do período foi levado a cabo por filósofos
treinados na antiga tradição escolástica e seguidores de Aristóteles e por
metafísicos seguidores de Platão.
Ponto Positivo para a Fé Cristã:
A leitura do texto em seu idioma original, por sua vez, era o nível mais elevado nessa iniciativa de edificação da alma. Todos os principais reformadores adotaram essa abordagem humanista renascentista aos textos e passaram a acreditar que precisavam ter contato com a Bíblia em seu idioma original. Talvez o melhor exemplo da volta do espírito classicista tenha sido Erasmo de Roterdã (1467-1536).
Erasmo de Roterdã foi um dos líderes intelectuais e humanistas da Renascença, produziu o primeiro Texto Grego e pela primeira vez, a Europa estava de posse de um texto puro do Novo Testamento, este texto produzido por Erasmo foi chamado Textus Receptus ou Texto Recebido.
A Renascença-Humanismo foi um dos contextos que lançaram as bases para a Reforma Protestante.
Saiba mais clicando no Link: Reforma Protestante
Pontos Negativos para a Fé Cristã:
A Renascença tinha uma visão positiva da natureza do homem e do universo em si. Essa confiança no homem e em suas capacidades, ficou conhecida como Humanismo que floresceu e espalhou-se pela atmosfera do Iluminismo.
Saiba mais sobre o Iluminismo clicando este Link: ILUMINISMO
Humanismo Renascentista: O humanismo renascentista propõe o
antropocentrismo. O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro
do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de
"Deus no centro do pensamento filosófico". O antropocentrismo surgiu
a partir do renascimento cultural.
Humanismo Positivista: O humanismo positivista comtiano
afirma o ser humano e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda
e coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa, ou seja, a Religião
da Humanidade, que propõe a substituição moral, filosófica, política e
epistemológica das entidades supranaturais (os deuses ou as entidades abstratas
da metafísica) pela concepção de Humanidade. Além disso, afirma a historicidade
do ser humano e a necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou seja,
que o perceba como afetivo, racional e prático ao mesmo tempo.
Humanismo marxista: O humanismo marxista é a linha
interpretativa de textos de Karl Marx, geralmente oposta ao materialismo
dialético de Friedrich Engels e de outras linhas de interpretação que entendem
o marxismo como ciência da economia e da história. É baseado nos manuscritos da
adolescência de Marx, nos quais ele critica o idealismo hegeliano que apresenta
a história da Humanidade como realização do espírito. Para Marx, o Homem é
antes de tudo parte da Natureza mas, diferentemente de Feuerbach, considera que
o ser humano possui uma característica que lhe é particular, a consciência -
que se manifesta como saber. Segundo Salvatore Puledda, em Interpretaciones del
Humanismo, "através de sua atividade consciente o ser humano se objetiva
no mundo natural, aproximando-o sempre mais de si, fazendo-o cada vez mais
parecido com ele: o que antes era simples natureza, agora se transforma em um
produto humano. Portanto, se o homem é um ser natural, a natureza é, por sua
vez, natureza humanizada, ou seja, transformada conscientemente pelo
homem."
Fontes:
* Wikipédia
* História do cristianismo: Uma obra completa e atual sobre a trajetória da igreja cristã desde as origens até o século XXI - Bruce Shelley, Giuliana Andrea Niedhardt
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