segunda-feira, 27 de julho de 2020

Pentecostalismo Bíblico e Histórico

Pentecostalismo
Bíblico e Histórico

Um Simples Panorama deste Importante Tema

Pb.Tiago Luis Pereira – Cachoeira – Boa Esperança - MG


1.O Pentecostalismo Bíblico

Introdução: No Antigo Testamento temos diversas manifestações do poder de Deus e isto é indiscutível. No Novo Testamento, o Senhor Jesus operou vários milagres pelo poder do Espírito Santo e Ele mesmo ordenou que os seus discípulos esperassem em Jerusalém até que fossem revestidos do poder do Espírito Santo (Lc 24.49); (At 1.1-4-8)


Livro: O Espírito Santo na Bíblia - Stanley M Horton https://www.tendagospel.com.br/none-60489279 


Este revestimento de poder é o Batismo com o Espírito Santo, ao recebe-lo, é manifestado as línguas estranhas como evidência inicial, à partir daí, abre-se para várias manifestações espirituais listadas principalmente pelo apóstolo Paulo.

1.Exegese de alguns textos bíblicos que tratam acerca do batismo com o Espírito Santo/ Línguas Estranhas.

At 2.4 “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.

A) “Cheios do Espírito Santo”:

O texto é claro em dizer que os discípulos foram cheios do Espírito Santo, a palavra “cheios” no grego é πληθω – pletho, que é uma forma prolongada de uma palavra primária πλεω - pleo, que significa preencher, ser completado, ser preenchido.

A Expressão “cheios do Espírito Santo” aparece no Livro de Atos cerca de 10 vezes (At 2.4-12/ At 4.8/ At 4.31/ At 6.3/ At 6.5/ At 7.55-30/ At 9.17/ At 11.24/ At 13.9-12/ At 13.52).

No texto de (At 10.44-48), os da casa de Cornélio foram cheios do Espírito Santo, isto se percebe pelas expressões:

“Caiu” do grego επιπιπτω – epipipto que implica em cair, vir ou fazer pressão sobre.

“Que o dom do Espírito Santo se derramasse” (despejar, distribuir amplamente)

“Que também receberam, como nós, o Espírito Santo” (At 2.4); (At 11.15)

Os textos bíblicos sublinhados acima mostram que eles agiram cheios do Espírito Santo e tiveram uma ação ousada, atitudes veementes cheias de autoridade divina, portanto, ser cheio do Espírito Santo dentro da Teologia Lucana é ser revestido de poder, de autoridade, de ousadia, de virtude do alto. (Lc 24.49)

Sendo assim, numa exegese bíblica do Novo Testamento, ser cheio do Espírito Santo implica tanto em ter o fruto do Espírito Santo (caráter), como também, ser revestido do poder do alto (batismo com o Espírito Santo)

B) “e começaram a falar em outras línguas”:

“Outras” do grego ετερος – heteros, outro, diferente

“Línguas” do grego γλωσσα – glossa, que significa tanto a língua como membro do corpo, como um idioma ou dialeto usado por um grupo particular de pessoas, diferente dos usados por outras nações.

Logo que foram cheios do Espírito Santo, os discípulos sobrenaturalmente começaram a falar em idiomas que o Espírito Santo lhes concediam, eles próprios não conheciam esses idiomas, para eles eram estranhas, mas foram conhecidas por aqueles que os ouviam, desta forma, está claro que as línguas aqui faladas eram idiomas humanos, isto aconteceu, para que a multidão de judeus constituída de várias regiões pudessem ouvir as grandezas de Deus, sendo assim, abriu-se uma grande porta para o anúncio do Evangelho do Senhor Jesus. (At 2.4-13)

O ato de falar em línguas após o enchimento do Espírito Santo se repete em outras passagens (At 10.44-46)-(At 11.15-17); (At 19.1-7); Perceba que os outros sinais em (At 2.2-3) não se repetem, mas o falar em línguas sim, pois é a evidência inicial do batismo com o Espírito Santo e é um sinal visível e audível.

Comentário de Champlin:

As Línguas no Livro de Atos— A posição do fenômeno das línguas, no livro de Atos, obviamente é mais elevada do que aquela atribuída pelo apóstolo Paulo em suas epístolas. O livro de Atos parece ter sido a confirmação do recebimento do Espírito Santo (entre outros sinais), pois em cada caso em que o evangelho era anunciado em algum novo lugar, depois do Pentecoste no cenáculo, e em cada instância em que um novo grupo de pessoas recebia o evangelho, era também batizado no Espírito Santo, com o acompanhamento da experiência das línguas; pelo que também parece que o autor sagrado tencionava que entendêssemos que essa experiência era a validação visível da genuinidade do batismo do Espírito Santo. (Ver Atos 2:4; 10:46 e 19:6). Deve-se observar, por semelhante modo, e em contraste com as línguas descritas por Paulo, que no livro o fenômeno aparece como o falar em idiomas estrangeiros, que podiam ser compreendidos pelos presentes que normalmente falavam os mesmos. (Ver Atos 2:6,11). É óbvio que isso tem por intuito indicar que a confusão das línguas, quando dá construção da torre de Babel, por causa da revolta dos homens contra Deus, foi aqui REVERTIDA: Por igual modo, a universalidade do cristianismo foi destacada por esse fenômeno, o que é um tema tanto dos evangelhos como também deste livro de Atos. O Espírito Santo outorgou poder à igreja cristã a fim de que a mensagem de Cristo fosse levada a todas as nações, a fim de que pudesse ser uma gloriosa realidade, a redenção da humanidade, em grande escala. R.N. Champlin (O 
Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Candeia -pg.45)

Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus aprovada na 43ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB em 26 de abril de 2017, e publicada pela CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus, lemos sobre o batismo no Espírito Santo:
“Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas” (p. 165).


Livro: O Batismo no Espirito Santo e Com Fogo - Anthony Palma https://www.tudolivros.com.br/o-batismo-no-espirito-santo-e-com-fogo-anthony-palma.html

Livro: 

O Batismo no Espírito e as Línguas como sua Evidência: A Imersão Plena no Profetismo da Nova Aliança https://www.cpad.com.br/o-batismo-no-espirito-e-as-linguas-como-evidencia-350731/p


Mas o propósito, o uso das línguas não é somente útil para a evangelização, mas também para a edificação espiritual daquele que fala.

 (At 8.14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. 15 Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo 16 (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). 17 Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. 18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, 19 Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo).

Na exegese deste texto podemos destacar algumas coisas:

18 “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo”.

O batismo com o Espírito Santo é uma experiência visível, que se manifesta exteriormente.

15 Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo 16 (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus).

O enchimento do Espírito Santo é uma experiência distinta da conversão, vemos claramente que neste texto está se tratando do batismo no Espírito Santo, do revestimento de poder, pois eles já haviam crido em Jesus Cristo e já tinham o Espírito Santo habitando neles (Jo 7.37-39); (Gl 4.6); (Ef 1.13-14) e já haviam sidos batizados em águas (At 8.5-14).

Leia também (At 19.1-6)

Aqui é bom distinguirmos os batismos apresentados na Bíblia:

# O Batismo em águas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 3.6); (Mt 28.19-20); (Mc 16.15-16)

# O Batismo do Espírito Santo: Este batismo ocorre quando a pessoa entrega a sua vida ao Senhor Jesus, além do perdão dos pecados e da reconciliação com o Pai (Rm 5.1-11); (Rm 8.1-17), o Espírito Santo o batiza (imerge), insere o crente no corpo místico de Cristo e agora ele se torna membro do corpo de Cristo, a igreja; Este é o contexto de (1Co 12.12,13-31).

# O Batismo “com” ou “no” Espírito Santo realizado pelo Senhor Jesus:

*É a imersão (completude) no Espírito Santo (Mt 3.11); Corrobora a palavra “foram cheios (preenchidos, completados) do Espírito Santo” (At 2.4)

*É o revestimento de poder, a promessa do Pai (Lc 24.49); Corrobora o texto de (At 1.8)

*É o derramamento do Espírito Santo “sobre” (Jl 2.28-29); (At 2.16-18)

*Perceba que Lucas em sua narrativa em (At 1.4-5) traz a citação das palavras do Senhor Jesus (Lc 24.49)-(Jl 2.28-29) e as palavras de João Batista (Mt 3.6), todas se referem ao batismo com o Espírito Santo (revestimento de poder)

*Quando o Senhor Jesus ressuscitou e se apresentou aos discípulos, Ele assoprou neles (dentro) o Espírito Santo para operar a obra da regeneração (Jo 20.22)

Olha a nota que o Dicionário Strong traz sobre a palavra “assoprou” deste versículo.
εμφυσαω – emphusao; assoprar ou respirar sobre/ Esta palavra foi usada apenas uma vez pelos tradutores da LXX, em Gn 2.7, onde Deus soprou em Adão e ele tornou-se alma vivente. Assim como a criação original foi completada por um ato de Deus, assim também a nova criação foi completada por um ato do cabeça da nova criação.

Mesmo isto tendo acontecido, o Senhor Jesus lhes ordena a ficar em Jerusalém, pois enviaria a promessa do Pai (Jl 2.28-29), e eles seriam revestidos de poder (Lc 24.49); (At 1.8)

C) 14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. 15 Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo 16 (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus).

Aqui percebemos que o batismo com o Espírito Santo e o uso das línguas estranhas não são apenas úteis para a evangelização, pois Filipe já havia lhes anunciado o evangelho, eles já haviam crido e também já tinham sido batizados (At 8.12), mas mesmo assim os apóstolos que estavam em Jerusalém lhes enviaram Pedro e João para orar por eles, afim de que recebessem o Espírito Santo.

Se o propósito das línguas é só para a evangelização, os samaritanos não tinham motivos para receber o batismo com o Espírito Santo e falar em outras línguas.

Isto também se aplica na ocasião em que o apóstolo Pedro estava na casa de Cornélio (At 10), eles dialogavam e se entendiam perfeitamente, tanto Cornélio como os demais que estavam em sua casa ouviam o Evangelho do Senhor Jesus que Pedro estava expondo e então, o Espírito Santo caiu sobre eles e em seguida falaram em outras línguas, assim como os apóstolos e discípulos na ocasião do dia de Pentecostes (At 2.1-4); (At 10.44-47); (At 11.15-17).

Comentário de Champlin:

É possível, entretanto, que, quando do Pentecoste samaritano (Atos 8:14 e ss., se línguas foram faladas naquela oportunidade) e do Pentecoste gentílico (Atos 10:44 e ss), que essas línguas tivessem sido um sinal de poder e de prova da descida do Espírito, pois não havia necessidade de mais línguas com vistas à evangelização. Portanto, nesses casos, temos uma razão diferente para o fenômeno, sendo indubitável que as línguas então faladas nem foram entendidas e nem interpretadas. Seu intuito não era nem evangelizar e nem ensinar. R.N. Champlin (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Candeia - pg.45)

2.Em (1Co 12.1-11) e no Capítulo 14 de 1°Coríntios o apóstolo Paulo fala acerca dos dons espirituais, entre eles o de variedade de línguas e interpretação de línguas; Mediante a isso vamos fazer alguns apontamentos:

1° Uma coisa são as línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo, outra coisa, é o dom de variedades de línguas. Isto denota que nem todos os crentes que são batizadas no Espírito Santo tem o dom de línguas, pois o dons, inclusive o dom de variedades de línguas são concedidos segundo a vontade do Espírito Santo (1Co 12.4-11,29-31).

2° Cada dom é concedido pelo Espírito Santo, cada um deles são importantes e úteis (1Co 12.7), inclusive o dom de línguas.

3° O fato de que a igreja do Senhor Jesus em Corinto tinha vários problemas e foi chamada de carnal pelo apóstolo Paulo (1Co 3.1), isso não anula a realidade dos dons espirituais, inclusive o dom de variedades de línguas (1Co 1.7).

4° Muitos críticos do Pentecostalismo afirmam que os dois últimos dons que envolvem as línguas estranhas não são muito valorizados por Paulo, pois ele as lista por último.

Mas talvez tenha feito isto, porque estes dois dons são advindos do batismo com o Espírito Santo, que só se manifestou no NT por meio do Senhor Jesus que é o batizador, todos os outros sete dons se manifestaram no AT.

5° O apóstolo Paulo inicia (1Co 14.1) dizendo que a igreja de Corinto (que também se aplica a nós hoje) deveria procurar com zelo os dons espirituais, isso também se aplica ao dom de variedades de línguas; Aqui percebemos que apesar dos dons espirituais serem concedidos pela vontade do Espírito Santo (1Co 12.11), os crentes devem busca-los.

6° Paulo também destaca, que a respeito dons espirituais, os crentes deveriam buscar principalmente o de profetizar.

Aqui é bom discernirmos o que é o dom de profecia, vou usar aqui a definição de Champlin:

Dom da profecia: Esse é o dom principal, a habilidade de usar certos poderes, a inspiração da 
mensagem, a qual transcende o que é meramente didático. Esse dom inclui o conhecimento prévio, mas envolve especialmente certo poder de ministrar ensino, instrução, consolo, ainda que em um nível superior ao do mestre ordinário, o qual é, essencialmente, transmissor de preceitos adredemente conhecidos. O profeta pode falar por intuição, inspiração e revelação, mediante alguma forma de discernimento que ultrapassa o que é natural, através do dom sobrenatural do conhecimento.

Vemos então, que o “tom” da mensagem do dom de profecia, é diferente da mensagem daquele que tem o ministério da proclamação do evangelho e do ensino da palavra de Deus (Ef 4.11).

É acerca disto que o apóstolo Paulo vai tratar em todo o Capítulo 14 de 1°Coríntios, sobre a ordem do uso dos dons espirituais no culto público. Porque devo buscar e usar mais o dom de profecia? Como devo usar o dom de línguas?

7° Paulo explica (1Co 14.2-3): Que o crente que fala em línguas, não fala aos homens, senão a Deus, pois as línguas são mistérios aos homens, todavia, Deus as conhece; Já aquele que profetiza fala aos homens.

8° Paulo explica (1Co 14.4), dentro do versículo 4, faço o agrupamento dos demais versículos do capítulo 14 por assuntos.

*Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo: Aqui vemos a razão pelo qual devemos buscar o batismo com o Espírito Santo e o dom de línguas, pois também são úteis para a edificação individual (1Co 14.14,26-28)

*O dom de línguas não deve ser abusado no culto público: O culto é para adorarmos a Deus e ministrarmos nossos dons para a edificação da igreja (1Co 14.6-25)  

*Havia uma ressalva, o crente podia usar o dom de línguas se tivesse também o dom de interpretação de línguas, assim ele poderia também edificar a igreja (1Co 14.5,13), todavia, isso deveria ser feito com ordem (1Co 14.26-29,39-40).

Aqui percebemos que todos os dons espirituais, inclusive o dom de línguas, pode ser controlado por aqueles que os possuem (1Co 14.26-32); Já o ato do batismo com o Espírito Santo é uma força sobrenatural que vem sobre os crentes (At 2.1-4); (At 10.44-47); (At 19.1-6).

*Em relação com o dom de línguas, o dom de profecia é o que mais edifica a igreja, sendo assim, deve ser mais buscado e usado na igreja (1Co 14.3,22,24-25,30-31,39-40)

Conclusão do que já estudamos até aqui.

*O batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta da obra da salvação (regeneração).

Livro: O BATISMO E OS DONS DO ESPÍRITO – MARTYN LLOYD-JONES https://www.editoracarisma.com.br/o-batismo-e-os-dons-do-espirito-martyn-lloyd-jones-978-85-92734-14-5  

*Uma bênção é ter o Espírito Santo dentro de nós (Morada); Outra bênção é ter o Espírito Santo 
sobre nós (Revestimento de Poder)

*O falar em línguas é a evidência inicial do recebimento do batismo com o Espírito Santo.

*O falar em línguas não tem como um único propósito a evangelização, mas também para a edificação individual.

*O Senhor Jesus ordenou os seus discípulos a esperarem em Jerusalém para receber o revestimento de poder; O apóstolo Paulo incentivou a igreja de Corinto à buscar com zelo os dons espirituais.

*O batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, não são um atestado de santidade e espiritualidade e nem muito menos passaporte para o céu. (Salvação/ Vida Eterna)

*Os dons espirituais têm o seu lugar no culto público, pois eles são para edificação da igreja (1Co 14.26,39-40)

Mas muitos questionam:

1° Podemos fundamentar doutrinas nas experiências pessoais narradas na Bíblia?

2° O batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas e também os demais dons espirituais foram só para aquela época?

3° Os dons Cessaram?

4° As línguas faladas nos tempos bíblicos são as mesmas faladas hoje?

Vamos responder a 1° Pergunta:

Para isto trago dois artigos do Pr.Altair Germano postados em seu blog.

Pr.Altair Germano: É casado com Elizabeth, pai de Alvaro e Paulo, é pastor, professor, escritor e conferencista. Foi membro diretor da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), vice-presidente do Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CEC-CGADB) e da Assembleia de Deus em Abreu e Lima (IEADALPE), e missionário na Itália. Atualmente é pastor auxiliar e presidente do Conselho de Doutrina da IEADALPE. É mestre em Teologia com Especialização em Ministério pelo Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste (STPN), especialista em Educação Cristã pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN), especialista em Psicopedadogia e licenciado em Pedagogia pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (FUNESO).

1. A TEOLOGIA COMO HERMENÊUTICA DA EXPERIÊNCIA http://www.altairgermano.net/2019/08/a-teologia-como-hermeneutica-da.html

"O objetivo da teologia é a interpretação da experiência. A teologia equipara-se a uma rede que podemos lançar sobre a experiência, a fim de capturar seu sentido. A experiência é vista como algo que deve ser interpretado e não como algo que possua por si só capacidade de interpretação. [...] A perspectiva de Lutero considera a experiência como algo de importância vital para a teologia; sem ela, a teologia é empobrecida e deficiente, como uma concha oca, vazia, que espera por sua pérola. Contudo, a experiência por si só não pode ser tida como fonte teológica confiável; ela deve ser interpretada e revista pela teologia. [...] A teologia interpreta nossos sentimentos, até mesmo a ponto de contradizê-los, quando são enganosos. Ela insiste na fidelidade de Deus e na realidade da esperança da ressurreição - mesmo nas ocasiões em que a experiência parece sugerir o contrário. Portanto, a teologia fornece-nos um apoio para que possamos compreender as contradições da experiência. Pode parecer que Deus está ausente, distante desse mundo - a teologia, contudo, insiste no fato de que essa experiência é temporária, falha e que não podemos nos deixar levar pelas aparências". (Alister McGrath, Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica, Shedd Publicações, 2005, p. 236-237)

O pressuposto fundamental para uma teologia que interpreta fidedignamente a experiência é a crença nas Escrituras como a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus.

Uma hermenêutica apropriada para a interpretação das Escrituras precisa considerar o pressuposto acima, com todas as suas implicações.
Para os casos onde a teologia nega a experiência bíblica, e isso baseado em pressupostos racionalistas, cessacionistas etc., as Escrituras e a experiência coletiva contribuirão para a superação do equívoco exegético e teológico. (Pr.Altair Germano)

2. EXPERIÊNCIA, RAZÃO E INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS (Pr.Altair Germano) http://www.altairgermano.net/2019/08/experiencia-razao-e-interpretacao-das.html

"A experiência pessoal do intérprete, seja ela espiritual ou fenomenológica, não deve ser desprezada, mas não pode ser considerada como referencial fidedigno de interpretação. As experiências pessoais devem ser interpretadas à luz das Escrituras e não o contrário [...]. As experiências têm, portanto, apenas um papel secundário na interpretação das Escrituras. Elas devem ser levadas em consideração somente como elemento adicional na avaliação da autenticidade da nossa interpretação." (Paulo Anglada, Introdução à hermenêutica reformada, Knox Publicações, 2016, p. 227, 228)
A experiência não tem a primazia na interpretação das Escrituras, mas tem o seu devido lugar, e deve ser considerada. A experiência pode cooperar com a interpretação bíblica ou comprometê-la. A experiência deve ser submetida à autoridade das Escrituras.

"[...] aqueles com essa experiência (carismática) tendem a ter visões mais elevadas das Escrituras e maior atenção à sua mensagem do que, em média, os seus pares. A experiência carismática torna plausíveis muitos tipos de experiência com o texto bíblico que alguns que não tem experiências análogas estão mais tentados a rejeitar [...]; para ser eficaz na interpretação da Bíblia, no entanto, ela ainda precisa ser complementada com atenção especial ao texto bíblico." (Craig S. Keener, A hermenêutica do Espírito, Vida Nova, 2018, p. 431, 432)

A experiência carismática capacita o intérprete para uma maior compreensão dos textos sobre temas carismáticos, visto que o intérprete já os experienciou. A experiência produz um conhecimento além do livresco ou teórico. A experiência vivenciada ou não vivenciada pode influenciar na interpretação bíblica.

"A primeira fonte interna da autoridade é a experiência. O indivíduo relaciona-se com Deus no âmbito da mente, da vontade e das emoções. Considerando a pessoa como uma unidade, os efeitos sofridos em qualquer um desses âmbitos são sentidos, ou experimentados, nos demais, quer subsequente quer simultaneamente. De fato, a revelação de Deus tem o seu efeito na totalidade da pessoa humana. [...] A razão, portanto, é de grande auxílio no conhecimento da revelação de Deus, mas não tem a primazia sobre esta [...]. A experiência individual, especialmente se inspirada e dirigida pelo Espírito Santo, bem como a razão humana, também ajudam o crente a entender a revelação divina. Nem por isso a Bíblia deixa de ser a única regra infalível e suficiente de fé e prática." (James H. Railey Jr.; Benny C. Aker, Fundamentos Teológicos in Stanley Horton (org.) Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, CPAD, 2008, p. 48, 49)

Experiência e razão cooperam no processo de conhecimento da revelação de Deus, tendo a Bíblia como a autoridade suprema.

"Conhecer, ao menos na perspectiva da experiência, é relacionar-se com a realidade como uma presença. Exatamente por isso nos é reclamado todas as dimensões de nossa existência, não somente a razão ou os sentidos compreendidos em oposição." (Alessandro Rodrigues Rocha, Experiência e discernimento: recepção da palavra numa cultura pós-moderna, Fonte Editorial, 2010, p. 131, 132)

A interpretação bíblica é um processo que envolve experiência e razão, pensamentos e sentimentos. 

A interpretação bíblica envolve a totalidade do ser humano.

Interpretar a Palavra viva do Deus vivo envolve experiência e razão. Envolve iluminação do Espírito e investigação metodológica. Envolve conhecer e sentir. Envolve pensar e experimentar.
Em hermenêutica, a ênfase extremada na experiência nos levará ao subjetivismo pós-moderno, enquanto a ênfase extremada na razão nos conduzirá ao racionalismo moderno.

Experiência e razão fazem parte do fazer hermenêutico, cooperando na interpretação e aplicação do texto bíblico. (Pr.Altair Germano)

Podemos sim usar as narrativas das experiências bíblicas para fundamentar uma doutrina, como em pauta neste estudo, o batismo com o Espírito Santo tendo a evidência de falar em outras línguas e os dons espiritais; Se estas manifestações existissem em nossos dias sem nenhuma referência na Bíblia Sagrada, poderíamos refuta-las como experiências antibíblicas e jamais poderíamos ter isto como uma confissão de fé e fundamentação teológica.

Mas se essas experiências espirituais se encontram na Bíblia Sagrada e foram incentivadas pelo Senhor Jesus e pelo apóstolo Paulo, qual o problema? O problema está nos críticos do Pentecostalismo, pois como eles não as experimentaram, são céticos em relação à elas, muitos se frustraram ou não tiveram boas experiências com o “mundo pentecostal”; tais pessoas se assemelham muito aos ateus que negam a existência de Deus, baseando-se no seu raciocínio lógico, carnal e cético.

Para saber mais, acesse os Links Abaixo: (Hermenêutica Pentecostal)

Livro: Pentecostes - Essa História é a Nossa História https://www.cpad.com.br/pentecostes-essa-historia-e-a-nossa-historia-266960/p 

Prof.Gutierres Siqueira: Editor do blog Teologia Pentecostal. Graduado em Comunicação Social pela Faculdade Paulus (FAPCOM) e pós-graduado em Mercado Financeiro e de Capitais pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É autor dos livros “Revestidos de Poder: Uma Introdução à Teologia Pentecostal” e “O Espírito e a Palavra”, ambos publicados pela CPAD. Membro da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em São Paulo (SP).


2. A importância do Método Histórico- Gramatical na Hermenêutica Pentecostal:  https://teologiapentecostal.blog/2020/05/03/a-importancia-do-metodo-historico-gramatical-na-hermeneutica-pentecostal/

Pr.Altair Germano


Vamos abordar as 2° e 3° perguntas juntas e lançarmos o 2°Tópico deste Estudo:

2.Pentecostalismo na História

1.O batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas e também os demais dons espirituais foram só para aquela época? Os dons Cessaram?

O cessacionismo é uma concepção advinda do Racionalismo e da Teologia Liberal, defendem a ideia de que os dons espirituais cessaram com a morte do último apóstolo de Cristo e que os sinais e milagres que acontecem hoje são frutos de mentira (cenas teatrais), imaginação humana (ilusionismo) a até mesmo de origem demoníaca.

É fato que estas coisas realmente acontecem nos dias atuais, principalmente através dos Movimentos Neopentecostais, a própria Bíblia Sagrada nos fala que se manifestariam nos últimos dias os falsos profetas, que fariam sinais para confirmar seus falsos ensinos, afim de alcançarem fama, prestígios, posições, riquezas e etc. (Mt 7.15-23); (At 20.28-35); (1Tm 3.1-5); (2Tm 4.1-5); (2Pe 2.1-3)

Mas também, cremos biblicamente no batismo com o Espírito Santo e nos dons espirituais na atualidade, somos continuístas; O mesmo Deus que operou nas páginas do AT e NT é o mesmo hoje. Somos denominados de Pentecostais tanto devido a este entendimento, como também pelo fato de que a promessa do derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28-29) ter se cumprido no Dia de Pentecostes em Atos 2.

O Espírito Santo se manifesta através dos dons espirituais, esta verdade está clara tanto na Bíblia Sagrada (1Co 12.4-11), como também na história da igreja; Não há como contestar a manifestação do Espírito Santo através dos seus dons espirituais em pleno século XXI, ainda hoje vemos os dons espirituais ativos, destaco 4 deles:

A) O falar em variedade de línguas: Citando uma data como marco, desde 01 de Janeiro de 1901 no Seminário Bethel Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, o falar em línguas tem sido um sinal recorrente, experimentado por milhões de pessoas em diversos países do mundo e das mais variadas denominações eclesiásticas, o falar em línguas e o dom de variedades de línguas, visam primariamente a edificação do crente, numa íntima comunhão com Deus (1Co 14.4-5,13-14,26-28,39-40).

B) A profecia: Profetizar é transmitir uma mensagem vinda direta da parte de Deus, sob o impulso do Espírito Santo; Talvez você que esteja lendo esse estudo já foi edificado com este dom, alguém que chegou até você e disse: Deus manda te falar “isso” ou “aquilo” e era exatamente o que você estava precisando ouvir.

C) A palavra da ciência: Mais conhecido “dom de revelação”, a pessoa por revelação divina, declara a você, suas informações pessoais, fatos que só você sabe, circunstâncias do passado ou do presente que você está passando; Como alguém pode falar inúmeras coisas sobre você, sem te conhecer e nunca te ter visto? É o Deus Espírito Santo se revelando a você!

D) Dons de curar: Não há como contestar as inúmeras pessoas que receberam um milagre, que foram curadas de várias enfermidades e muitas delas desenganadas pela medicina, por doenças consideradas incuráveis, mas creram no poder de Deus, pediram oração por si ou por outros e o dom do Espírito Santo entrou em ação na vida dos servos de Deus e elas receberam a cura divina.

Há registro na história sobre as manifestações espirituais e sérios historiadores estão revendo a história da igreja, para documentar estas experiências, apesar de termos poucos registros já são suficientes para comprovar a contemporaneidade dos dons espirituais.

Entre as manifestações espirituais registradas, estão: profecias, revelações, discernimento de espíritos, libertação de endemoninhados, línguas estranhas, curas, milagres, ressurreição de mortos e outros dons espirituais.

2.No Primeiro Século: 

Livro: 2000 ANOS DE CRISTIANISMO CARISMÁTICO - EDDIE HYATT 

A) Inácio, bispo de Antioquia 67-110, documentaram a continuidade da operação dos dons proféticos; Afirmou em sua carta aos filadelfienses (Inácio aos filadelfienses 7:01) que profetizou pelo Espírito: "Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus: 'Permanecei unidos (…)'. Aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão de alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não sabia através da carne. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: '(…), guardai vosso corpo como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo, como ele também é do seu Pai". Em sua carta a Policarpo, ele também declara: "Quanto as coisas invisíveis, pode que te sejam manifestadas a ti, para que nada te falte e tenhas abundância em todo dom espiritual". (Padres Apostólicos, São Paulo: Paulus, 1995. Pg 112,122)

B) Policarpo de Esmirna 70-160 d.C. teve uma revelação de Deus de como morreria. "Orando, ele teve uma visão, três dias antes de o prenderem: viu seu travesseiro queimado pelo fogo. Voltando-se para seus companheiros, disse: 'Devo ser queimado vivo!'. (Padres Apostólicos, São Paulo: Paulus, 1995. Pg 149)

3.No Segundo Século:

A) Temos os registros e testemunhos de Justino, o Mártir (100-165); Justino Mártir em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os dons do Espírito Santo, incluindo exorcismo, ainda estão em uso: "Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro um conselho, outro uma cura, outro de poder, outro de presciência, outro de ensino e outro de temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo. Para alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (…). Outros tem conhecimento daquilo que vai acontecer; eles tem visões e pronunciam expressões proféticas". (Justin Martyr, Dialogue with Trypho c 82).

B) Ireneu de Lyon (França) (115-202); "De igual modo nós todos ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também trazem a luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expôem os mistérios de Deus." (Eusébio de Cesareia, História Eclesiática, Livro 5, Capítulo 7. 1° Ed. - Rio de Janeiro: CPAD, 1999. Páginas 173 e 174).

“Para alguns, certamente e verdadeiramente expulsam os demônios, de modo que aqueles que foram purificados dos maus espíritos com frequência creem [em Cristo] e se juntam à Igreja. Outros têm presciência das coisas por vir; eles vêem visões e expressam expressões proféticas. Outros ainda, curam os enfermos colocando suas mãos sobre eles, e eles são curados. Sim, além disso, como eu disse, os mortos foram levantados e permaneceram entre nós por muitos anos. E o que mais eu direi? Não é possível nomear o número de dons que a Igreja, espalhada por todo o mundo, tem recebido de Deus?” [2.32.4] (Patrística - Contra as Heresias)

C) Tertuliano (160-220) ao falar de Marcião, declarou o seguinte: "Para provar o que os profetas têm falado, e não pelo sentimento humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previram o futuro e revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma oração, que é apenas pelo Espírito em um êxtase, ou seja, em um rapto ou num arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido." Aparentemente Tertuliano descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar o dom do Espírito Santo de profecia. (El Movimiento Pentecostal, Lección 7, pág. 26 "Avivamientos antes del Siglo XVI". Editorial Cristiana de las Asambleas de Dios - 1999)

4.Um Resumo do Pentecostalismo Mundial

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil não é oriunda do Avivamento da Rua Azuza liderada por Seymor que tinha influência do (Movimento Holiness - Metodismo), mas sim do avivamento nas Igrejas Batistas suecas.

As raízes históricas e teológicas do Avivamento de Azuza são de origem:
Reforma (1517)/ Reformados (1520)/ Anglicanos (1534)/ Metodistas (1787) – Holiness (Movimento da Santidade)

A) O Pentecostalismo Americano:

Em termos de data, foi provavelmente a abertura do Bethel Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de 1900.

Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do Espirito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espirito e ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também.

Parhan abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William J. Seymor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no número 312 da Rua Azusa em Los Angeles, Califórnia-EUA no ano de 1906. Falar em línguas se tornou comum nessa missão. Pessoas que vinham visitá-lo tiveram experiências similares e levaram a mensagem para outros países. Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Nessa cidade Seymour pregou a mensagem pentecostal, de modo que renasceu a fé no coração dos ouvintes, realizando reuniões de oração de intenso fervor, No mês de abril de 1906, um grupo de crentes recebeu o batismo no Espírito Santo, na cidade de Los Angeles, Iniciou-se, então, a distribuição gratuita de uma revista, de modo que as notícias se espalharam por toda parte.

Isso também aconteceu nas cidades do leste e do centro dos Estados Unidos, e também no Canadá, Chile, índia, Noruega e nas Ilhas Britânicas. Enquanto se realizava um derramamento do Espírito Santo na cidade de Los Angeles, efetuaram-se, também, reuniões pentecostais nos acampamentos da cidade de Ashdond, próximo de Duxbury, em Massachussetts e Chicago. Em ambos os lugares os crentes receberam o batismo com o Espírito Santo, acompanhado do sinal de falar outras línguas. No princípio da igreja primitiva após a descida do Espírito Santo, os discípulos receberam poder para pregar o evangelho em todas as partes do mundo, resultando numa grande colheita de almas, e também de operarem sinais e maravilhas, assim aconteceu em 1906, nesse grande avivamento, os crentes receberam o poder de Deus e sentiram um grande despertar para evangelização, muitos missionários foram enviados e milhões de pessoas foram salvas e muitos sinais, maravilhas e milagres aconteceram.

A mensagem pentecostal espalhou-se com tal rapidez, que recebeu o nome de "Movimento Pentecostal" passou a designar todos os grupos que enfatizavam a recepção do batismo com o Espírito Santo, acompanhado do sinal de falar em outras línguas, segundo a inspiração divina.

B) Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren: Pioneiros do Pentecostalismo Brasileiro

Quais são as raízes Históricas – Teológicas das Assembleias de Deus no Brasil?

Estes dados históricos abaixo são do Pr,Isael de Araújo extraídas de fontes documentais e foram palestradas na Assembleia de Deus em Jundiaí.

Pr,Isael de Araújo: Nascido em 1963, na cidade de Silva Jardim, interior do Estado do Rio de Janeiro, filho de Isnério Borges de Moraes e Aquelina Araujo de Moraes. Seu pai, in memoriam, pastoreou igrejas Assembléias de Deus em Silva Jardim e Niterói (RJ). Seus dois irmãos mais velhos, Isaque e Isaías, são pastores em Niterói. Casado com a Dra Arilene Marques Corrêa de Moraes e pai de Sarah (17) e Timóteo (13). Formado em Teologia pelo Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (Ibad), em Pindamonhangaba (SP). Graduando em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio. Pastor-auxiliar na Assembleia de Deus de Niterói (Fonseca), RJ. Funcionário da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) desde 1980. Fez o curso Editorial Management (gerenciamento editorial) mantido pelo Institute Christian Publishing International (ICPI) da Cook Ministries em Colorado Springs (EUA). Esteve em vários países, entre eles, Israel,Coréia do Sul, Suécia e Portugal. Atualmente é o chefe do Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (Cemp), mantido pela CPAD.




Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores das Assembleias de Deus no Brasil, são de origem:

Reforma (1517)/ Reformados (1520)/ Anglicanos (1534)/ Batista (1612)

Os Batistas saíram dos congregacionais ingleses, e eles se dividiram em 2 grupos:

A) Gerais: Soteriologia Arminiana X B) Particulares: Soteriologia Calvinistas

Os Batistas suecos faziam parte do A) Grupo dos Gerais: Soteriologia Arminiana.

Os Batistas chegaram na Suécia em 1845, por um navegador por nome de Gustavo (era metodista, mas se tornou batista em Nova York – EUA), mas na Suécia o Luteranismo cresceu e se fortaleceu muito, se tornando a Igreja Estatal (oficial), desta forma os Batistas foram perseguidos, pois foram vistos como perturbadores da pátria e heréticos, as perseguições vinham de forma brutal pela população, pelos padres da Igreja Luterana e pelas autoridades civis que tinham que cumprir as ordens da igreja, contudo os Batistas perseveraram e prosseguiram com as igrejas ali; E em 1910 já se organizou a 7° Igreja Batista em Estocolmo na  Suécia.

Com a febre do Novo Mundo (As Américas) milhares de pessoas iam especialmente para os Estados Unidos não somente para obterem autonomia financeira e expandir seus negócios, mas também para terem liberdade religiosa (Presbiterianos/ Metodistas/ Batistas) da mesma forma, os Batistas suecos imigraram para os Estados Unidos nas primeiras décadas do século XIX, nesta época, principalmente nos chamados Estados de Fronteira, as igrejas americanas estavam experimentando um grande avivamento, estavam sendo influenciados ainda pelo Movimento Pietista iniciado por Philip Jacob Spener na Alemanha em 1650 entre os Luteranos (Valorizava a experiência real de conversão/ Vida Santa/ Fervor Espiritual/ Missões), e as igrejas Batistas Suecas nos EUA também experimentaram este avivamento. Em 1852 fundaram a 1° Convenção Geral Batista Sueca da América.
Daniel Berg e Gunnar Vingren pertenciam à Igreja Batista na Suécia.

Daniel Berg nasceu em 19 de Abril de 1884; Em 1902 vai para os EUA à procura de trabalho e se ajunta à igreja Batista Sueca. Em 1908 volta para a Suécia para visitar sua família e chega ao seu conhecimento que seu amigo de infância Pr.Levi Petrhus havia recebido o batismo com o Espírito Santo em 1905, o qual lhe relatou a sua experiência.

Daniel Berg então volta para o EUA e começa também a buscar o batismo com o Espírito Santo e em 15 de Setembro de 1909 o recebe e fala em línguas estranhas.

Gunnar Vingren nasceu em 08 de Agosto de 1879, cresceu dentro da Igreja Batista, frequentava a Escola Dominical e seu pai era dirigente da mesma, aos 18 anos foi batizado nas águas em março ou abril de 1897 na Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia; Fez vários cursos bíblicos e foi professor da Escola Dominical.

Em 19 de Novembro 1903 vai para os EUA e também se ajunta à igreja Batista Sueca onde seu tio Carl Vingren pertencia à Convenção Geral Batista Sueca da América. Já nos EUA ele vai se ingressar no Seminário Teológico Batista Sueco na Universidade de Chicago, Illinois, (atualmente Bethel University), iniciou em Setembro 1904 e concluiu em Maio 1909 (TCC – O Tabernáculo).

Quando Gunnar Vingren saiu do Seminário em 1909, o Avivamento da rua Azuza que havia iniciado em 1906, que teve seu ápice em 1907 e 1908, já em 1909 estava declinando.

Neste período as Igrejas Batistas Suecas estavam experimentando o Avivamento Pentecostal (Batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial de falar em outras línguas), pois em 1902 os membros da 2° Igreja Batista Sueca de Chicago (hoje conhecida como Igreja Batista da Graça) fundada em 1873, se reuniam todas às segundas-feiras à noite para buscar o revestimento de poder e estudar acerca da Pessoa e Obra do Espírito Santo e em Fevereiro de 1906, ainda antes do Avivamento da Rua Azuza, o pastor J. W. Hjertstrom e vários irmãos receberam o batismo com o Espírito Santo e falavam em outras línguas. Este Avivamento ocorreu durante o pastorado de J. W. Hjertstrom (1901-1910) e a 2° Igreja Batista Sueca de Chicago tornou-se o foco de atenção de toda a denominação Batista Sueca, este Avivamento ficou conhecido como: O Movimento Novo.

Nos dias 11 à 14 Fevereiro de 1909, houve uma Conferência para o aprofundamento espiritual que reuniram centenas e milhares de pessoas.

Gunnar Vingren sai do Seminário e em Junho de 1909 foi pastorear a Igreja Batista Sueca (Menominee – EUA) pastoreando-a até Fevereiro de 1910, ainda neste tempo, em Novembro de 1909 participou de uma Conferência na 1° Igreja Batista Sueca em Chicago, com o propósito de buscar o batismo com o Espírito Santo e 5 dias depois o recebeu e falou em línguas estranhas. E foi nesta Conferência que ele conheceu Daniel Berg, que viria ser seu companheiro missionário, eles dialogaram bastante, viraram grandes amigos e ambos tinham um grande desejo de fazer missões. Ao retornar, os membros de sua igreja não o quiseram mais como pastor pelo fato de ter sido batizado com o Espírito Santo, contudo, 31 membros se tornaram Pentecostais.
Gunnar Vingren então, vai pastorear a 1° Igreja Batista Sueca de South Bend (Indiana– EUA), e foi bem recebido pelos irmãos, que abraçaram o Movimento Pentecostal e 20 pessoas foram batizadas com o Espírito Santo.

Daniel Berg muda-se para Indiana para congregar com Gunnar Vingren, sempre se encontravam para estudar a Bíblia e orar à Deus pedindo orientação para o chamado que sentiam em seus corações.
Numa certa reunião de oração o Senhor revelou ao irmão Olof Uldin que também era sueco, que os jovens deveriam ir para um lugar por nome Pará, sem saber onde se localizava, foram à uma livraria e consultando um Atlas, descobriram que era no Brasil.

Antes de irem ao Brasil, Daniel Berg e Gunnar Vingren foram para Chicago em 1910 já com o propósito de serem enviados pela Igreja como missionários; Depois que chegaram, eles foram recomendamos que deveriam estar entre os Ex-Batistas Americanos, que agora eram pentecostais da Missão da Avenida Norte liderada pelo Willian H. Durhan (batizado com o Espírito Santo em 1907), e ali os jovens foram ordenados à missionários.

Neste período a Missão da Avenida Norte passou a ser o centro do Movimento Pentecostal Internacional.

Sobre Willian H. Durhan trago a nota do Pastor Altair Germano http://www.altairgermano.net/search/label/PENTECOSTALISMO

Depois, temos também a questão da doutrina da “obra consumada” propagada por William H. Durham (1873-1912), de tradição batista, que criou uma ruptura permanente entre os pentecostais. Após estudos e investigações pessoais sobre o batismo no Espírito Santo com a evidência inicial do falar em outras línguas, Durham, diferente do que naquela época era ensinado pelos pioneiros do Movimento Pentecostal (, que entendiam ser o batismo no Espírito Santo a terceira obra da graça, antecedido pela salvação e pela santificação plena (segunda bênção), uma herança doutrinária wesleyana, passou a ensinar que o batismo no Espírito Santo seria na realidade a segunda obra da graça (segunda bênção), e que a santificação acontecia no momento da salvação. Os pentecostais batísticos, assim chamados por seguirem as ideias de Durham, são considerados os principais pentecostais clássicos. A Assembleia de Deus, implantada nos Estados Unidos em 1914, foi a primeira denominação a defender essa ideia. (Pastor Altair Germano)

Charles F. Parham e William Seymour eram os pioneiros do Movimento Pentecostal e tinham influências teológicas do Metodismo Wesleyano; Holiness (movimento da santidade) era um movimento radical, criam que a pessoa ao aceitar a Cristo recebia a salvação (1°Bênção), depois tinha que buscar a santificação (2°Bênção) que no conceito deles era a erradicação da concupiscência, sendo assim o crente estava apto para receber o batismo com o Espírito Santo (3°Bênção).

Mas o entendimento doutrinário de William H. Durham era que, na hora que a pessoa aceita a Cristo ela recebe a salvação e ao mesmo tempo ela é se torna uma pessoas santa.

“se torna uma pessoas santa”? – Sim, é o que chamamos de “Santificação Posicional”. É posicional porque acontece uma gloriosa mudança no ser humano, de pecador, inimigo de Deus e filho da ira (Ef 2.2-3) para santificado em Cristo (At 26.18); (1Co 1.2), pois sua graça e seu amor nos alcançou e nos restaurou (Ef 2.4-6); Temos nossos pecados purificados, (2Co 5.17); (1Jo 1.9), somos justificados, ou seja, declarados justos diante de Deus (Rm 5.1); (Gl 2.16); (Gl 3.11) e somos reconciliados com Deus (Rm 5.1-11); (2Co 5.18-21). Todos nós, salvos em Jesus, somos santos, e é assim que somos reconhecidos no Novo Testamento (At 9.13,32,41) e é dessa maneira que o apóstolo Paulo se dirige aos crentes nas suas epístolas (Rm 1.7).

Sendo assim segue-se a “Santificação Progressiva”:

É operada pelo Espírito Santo, é conhecida como a santificação presente, ou real; Dia após dia o Espírito Santo vai nos santificando a medida que nos rendemos à Ele, isto é um processo (Pv 4.18); (Gl 5.16); (Ef 4.17-32); (Ef 5.1-21); (Fp 1.6).

E culmina na Santificação Plena:

A santificação terá o seu ápice, quando Cristo vier para nos arrebatarmos, e recebermos a transformação do nosso corpo físico em um corpo glorificado; É o terceiro aspecto da santificação, chamado também de "glorificação". (1Co 15.35-54); (Fp 3.11); (Fp 3.21); (Fp 4.20-21); (1Ts 4.13-18).

Os que seguiram este conceito foram denominados como Pentecostais Batísticos para diferencia-los dos Pentecostais Metodistas.

Este entendimento foi adotado pelas Igrejas Batistas Pentecostais Suecas e pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores das Assembleias de Deus no Brasil.

Daniel Berg e Gunnar Vingren foram ordenados à missionários na Missão da Avenida Norte liderada pelo Willian H. Durhan e foram enviados como missionários para o Brasil, e esta Missão inicialmente os sustentou financeiramente; Depois entre 1911 e 1912, Gunnar Vingren e Daniel Berg foram sustentados pelos crentes pentecostais suecos dos Estados Unidos por meio dos pastores Bengt Magnus Johnson e A. A. Holmgren; Depois passaram a serem sustentados pela Igreja Filadélfia de Estocolmo (Antiga 7° Igreja Batista de Estocolmo) na Suécia pastoreada pelo Pr. Levi Petrus que era amigo de infância de Daniel Berg.

3.Resumo da fundação da Igreja Assembleia de Deus no Brasil

Estes dados são fontes documentais e constam nos livros: Diário de um Pioneiro e História do Movimento Pentecostal no Brasil – CPAD.

No dia 5 de Novembro de 1910 à bordo do navio Clement, partiram de Nova York para o Brasil e chegaram no dia 19 do mesmo mês em Belém.

Depois de alguns dias conheceram Justus Nelson (Pastor Metodista) que os dirigiu até Igreja Batista na época pastoreada pelo Pr. Jerônimo Teixeira de Souza.

A notícia de que novos missionários haviam chegado dos Estados Unidos ecoou rapidamente nas quatro igrejas protestantes da cidade. Agora, eles eram levados de uma igreja para outra, e todos estavam interessados em ver e ouvir os recém-chegados.
Em nenhuma ocasião em que lhes foi permitido falar à igreja, esconderam a chama pentecostal que 

Deus havia acendido em seus corações. Vingren e Berg vieram ao Brasil pregar a mensagem pentecostal. Eles não tinham a intenção de abrir nenhuma nova igreja.

Um mês após a chegada de Vingren e Berg ao Pará, um desses crentes, chamado Adriano Nobre de Almeida, membro da Igreja Presbiteriana e primo de Raimundo Nobre, evangelista da Igreja Batista, convidou os dois missionários para acompanhá-lo numa viagem à casa de seus pais, num local onde trabalhavam com borracha, situado três dias de viagem de Belém. Eles aceitaram o convite. Adriano também falava inglês e pôde ensinar-lhes o português.

Ao chegarem ao povoado chamado Boca do Ipixuna, no rio Tajapuru, onde moravam os parentes de Adriano Nobre, realizaram pequenas reuniões de oração e cantaram em português da melhor maneira possível. A permanência deles ali durou um mês e meio. Depois disso, voltaram para Belém.

Quando Vingren e Berg retornaram à capital nos primeiros dias de fevereiro de 1911, a Igreja Batista de Belém estava sem pastor, pois Jerônimo Teixeira havia deixado o pastorado na primeira sessão de janeiro de 1911. Desta data até 3 de março de 1911, a igreja ficou sob a responsabilidade do Moderador José Batista de Carvalho, sendo substituído pelo diácono José Plácido da Costa.

No mês de Maio de 1911 os diácono pediram para Gunnar Vingren dirigir o culto de oração e ele expõe os ensinos bíblicos acerca do batismo com o Espírito Santo.

Durante aquela semana, ele dirigiu os cultos na casa da irmã Celina de Albuquerque, que era professora da Escola Dominical e estava enferma com uma doença incurável nos lábios, então eles oram e ela foi curada completamente daquele mal. Depois de um culto na casa dela, ela e sua irmã 

Nazaré continuaram orando, buscando o batismo com o Espírito Santo e no dia 8 de Junho de 1911, a irmã Celina de Albuquerque foi a 1° mulher no Brasil a receber o batismo com o Espírito Santo e a falar em línguas estranhas.

Depois de alguns dias sua irmã Nazaré também foi batizada com o Espírito Santo, logo a notícia se espalhou e todos os membros da Igreja Batista ficaram sabendo do acontecido; Então Raimundo Nobre que era Evangelista, passando à frente do diácono José Plácido da Costa que era o dirigente da igreja, convocou os membros para um culto extraordinário e cerca de 13 irmãos que concordavam com a doutrina Pentecostal foram excluídos do Rol de Membros da 1° Igreja Batista em Belém do Pará; Dos 13 irmãos que saíram para formar a Assembleia de Deus, onze deles eram estrangeiros, sendo seis portugueses e cinco espanhóis.

Em sua obra, o historiador batista admitiu não poder negar que os irmãos que se tornaram pentecostais eram todos valiosos à obra batista

No dia 18 de Junho de 1911, 18 irmãos se reuniram na casa da irmã Celina de Albuquerque na rua Siqueira Mendes - 79, no bairro Cidade Velha e ali se iniciou a Missão da Fé Apostólica, pois este foi o primeiro nome dado ao Movimento Pentecostal nos Estados Unidos a partir de 1901 e iniciado por Charles Fox Parham, pois cada igreja aberta por Parham chamava-se Apostolic Faith Mission (Missão da Fé Apostólica), incluindo a Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa (Los Angeles); 

Em 11 de Janeiro de 1918, foi registrada oficialmente como Sociedade Evangélica Assembleia de Deus.

A mensagem pentecostal se expandiu rapidamente e em 20 anos já alcançava 20 estados brasileiros, o evangelho pregado pelos missionários era acompanhado de muitos sinais e maravilhas e muitos recebiam o batismo com Espírito Santo, hoje somos milhões só na Assembleia de Deus, com milhares de templos espalhados por todo o Brasil e as igrejas que se denominam pentecostais aqui no Brasil e em todo mundo somam mais de 500 milhões de pessoas.

Agora vamos abordar a 3° pergunta:

As línguas faladas nos tempos bíblicos são as mesmas faladas hoje?

Muitos críticos do Pentecostalismo afirmam que as línguas faladas nos tempos bíblicos eram idiomas e que as línguas faladas hoje são apenas um balbucio, uma repetição de palavras desconexas e então, não tem nada a ver as línguas faladas nos tempos bíblicos com as línguas faladas hoje.

Sobre isto trago os artigos do Professor Gutierres Siqueira que fez um comentário muito amplo acerca disto, respondendo à um crítico do Pentecostalismo.

Gutierres Fernandes Siqueira:  Editor do blog Teologia Pentecostal. Graduado em Comunicação Social pela Faculdade Paulus (FAPCOM) e pós-graduado em Mercado Financeiro e de Capitais pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É autor dos livros “Revestidos de Poder: Uma Introdução à Teologia Pentecostal” e “O Espírito e a Palavra”, ambos publicados pela CPAD. Membro da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em São Paulo (SP).

1.A glossolalia, a teologia e a ciência: uma resposta a Yago Martins/ 7 de fevereiro de 2015 

2.Gutierres Fernandes Siqueira - Resposta ao colega Yago Martins/ 24 de outubro de 2018

3.A glossolalia não é fenomenologia: uma tréplica a Yago Martins

Outros artigos do Prof.Gutierres Siqueira


O Pr.Ciro Zibordi em um artigo em seu blog, trouxe algumas considerações importantes para um desses críticos do Pentecostalismo.

Uma longa resposta a um antipentecostal/ 12 de dezembro 2007

Porque Não Sou Cessacionista

Pb.Tiago Luis Pereira 

 Introdução: Recentemente fiz um pequeno estudo sobre o pentecostalismo bíblico e histórico defendendo o conceito de que os dons espirituais não cessaram e ainda estão disponíveis e atuantes em nossa Era. Segue o Link: https://tiagoluispereira.blogspot.com/2020/07/pentecostalismo-biblico-e-historico.html

Desta feita, neste artigo venho analisar e ponderar alguns argumentos de um pastor que é cessacionista.

Texto de Thomas R. Schreiner: serve como pastor de pregação na Clifton Baptist Church em Louisville, Kentucky. Ele é também professor de Novo Testamento no Southern Baptist Theological Seminary e escreveu Romans (Baker, 1998) e Paul, Apostle of God’s Glory in Christ: A Pauline Theology (InterVarsity, 2001), entre muitos outros títulos.

Publicado pelo Blog: Voltemos ao Evangelho - Editora Fiel:

O texto original do blog não está separado em numerações, mas fiz isto para que possamos refletir e debater o tema abordado.

Título: Por que sou um cessacionista

https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/01/por-que-sou-um-cessacionista/

Fundação dos apóstolos e dos profetas

1. Blog: Paulo diz que a igreja foi “edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Efésios 2.20). Concluo que tudo o que precisamos saber para a salvação e santificação nos foi dado através do ensinamento dos apóstolos e dos profetas, e que este ensinamento é agora encontrado nas Escrituras. Uma vez que Deus tem falado nos últimos dias através de seu Filho (Hebreus 1.2), nós não precisamos que ele nos envie outras palavras para explicar o que Jesus Cristo realizou em seu ministério, morte e ressurreição. Em vez disso, devemos batalhar “pela fé uma vez por todas confiada aos santos” através dos apóstolos e profetas (Judas 3).

Resposta: De fato creio em tudo que está relatado acima; Porém, quando o apóstolo Paulo fala de profecias em (1Co 12-14) ele está se referindo num contexto do ajuntamento dos crentes (culto), sendo assim, eles inspirados pelo Espírito Santo poderiam ministrar, entregar a mensagem profética para igreja, não temos como afirmar qual o conteúdo destas profecias, pois elas não precisam necessariamente tratar de assuntos como salvação, santificação, Pessoa e obra do Senhor Jesus, contudo, seja qual for a mensagem, se ela realmente for de Deus e estiver compatível com a Bíblia Sagrada, ela será para a edificação, exortação e consolação (1Co 14.3) e isto é bem-vindo em nosso meio, pois nós que somos continuístas não cremos que as profecias estão acima da Revelação da Bíblia Sagrada, pelo contrário, elas devem sujeitar-se à palavra de Deus, o Senhor pode hoje usar uma pessoa em profecia para  trazer uma mensagem semelhante a de um texto bíblico ou uma advertência em coisas que estão para acontecer e que a igreja deve se atentar naquele momento.

2. Blog: Em outras palavras, nós não temos mais apóstolos como Paulo, Pedro e João. Eles nos deram o ensinamento autoritativo, no qual a igreja ainda vive, e que é o único ensinamento que precisaremos até que Jesus volte. Sabemos que novos apóstolos não aparecerão uma vez que Paulo disse especificamente ter sido o último apóstolo (1Coríntios 15.8). Tiago, irmão de João, não foi substituído após sua morte (Atos 12.2). O termo Apóstolos, em seu sentido técnico, é restrito àqueles que viram o Senhor ressuscitado e que foram comissionados por ele. Ninguém desde os tempos apostólicos se encaixa em tais critérios. Os apóstolos foram designados exclusivamente para os primeiros dias da igreja para estabelecer a doutrina ortodoxa. Não há nada, então, que nos permita dizer que ainda existam apóstolos. Na verdade, se alguém afirma ser um apóstolo hoje, devemos nos preocupar. Tal afirmação abre a porta para falsos ensinos e abusos de autoridade.

Resposta: Nós que somos continuístas não cremos que as profecias estão acima da Revelação (Normativa/Autoritativa) da Bíblia Sagrada, pelo contrário, elas devem sujeitar-se à palavra de Deus. Concordamos também, que não temos mais apóstolos como Paulo, Pedro e João; Porém, Deus não falava somente através dos apóstolos e profetas, pois se fosse assim, porque o Espírito Santo daria o dom de profecia à muitos da igreja de Corinto e o próprio Paulo desejava isto? (1Co 14.5,31). Quando o apóstolo Paulo fala acerca dos dons espirituais, ele escreve à igreja de Corinto, sendo assim, percebemos que muitos dos membros daquela igreja tinham os dons espirituais, Paulo diz que na igreja como um todo não faltava nenhum dom (1Co 1.7), portanto, os dons espirituais não se restringiam apenas para os apóstolos, temos o caso das filhas de Filipe que tinham o dom de profecia, pois a raiz da palavra “profetizavam” que aparece em (At 21.9),  é a mesma das palavras “profetiza”, “profecia”, “profetizar”, “profetizarem” de (1Co 12-14).

Mas abaixo, o cessacionista vai afirmar que aqueles que profetizavam eram profetas, mas é bom discernirmos que existe o dom de profeta (Ef 4.11) e o dom de profecia (1Co 12.10), no caso por exemplo das filhas de Filipe (At 21.9) elas profetizavam mas não eram profetas.

3. Blog: Se o dom do apostolado acabou, então outros dons podem ter cessado também, uma vez que o fundamento foi lançado pelos apóstolos e pelos profetas (Efésios 2.20). Concluo a partir desse ponto que o dom de profecia também cessou, pois os profetas aqui identificados são do mesmo tipo daqueles mencionados em outros lugares nas Escrituras (cf. 1Coríntios 12.28; Efésios 3:5, 4.11). As igrejas primitivas não tiveram o cânon das Escrituras completo por algum tempo, e, portanto, um ministério profético autoritativo e infalível se fez necessário para o estabelecimento das bases da igreja nos primeiros dias.

Resposta: Aqui está o equívoco deste cessacionista! Quem é que pode afirmar quais dons cessaram? Não há nenhuma referência bíblica dizendo que o dom de profecia cessou, simplesmente ele faz uma dedução, se esta dedução sobre a dom de profecia estivesse em outro texto bíblico, OK! Mas não têm! E os mesmos apóstolos e profetas que se encontram em (Ef 2.20); (Ef 3.5) estão listados juntos com outros dons em (1Co 12.28); (Ef 4.11) e por causa disto por exemplo o dom de evangelistas, pastores e mestres também cessaram? É claro que não! O fato de não vermos ou não experimentarmos algum dom espiritual não significa que ele cessou!

Acerca da profecia e o Sola Scriptura: https://open.spotify.com/episode/344mNBswq4Mqszek0kbaDa?si=KRi1iPghQYe0QGVd3E6GcQ  

E mais, onde está escrito na Bíblia Sagrada que na igreja primitiva havia um ministério profético autoritativo e infalível?

4. Blog: O argumento bíblico mais significativo contra o que eu estou propondo é a alegação de que no Novo Testamento (NT) a profecia é diferente da profecia do Antigo Testamento (AT), pois alguns dizem que no AT a profecia é impecável enquanto que no NT ela se mistura com o erro. Mas a ideia de que os profetas do NT poderiam cometer erros não é convincente por várias razões. 1.) O ônus da prova recai sobre aqueles que dizem que a profecia no NT é de natureza diferente da profecia no AT. Os profetas do AT só eram considerados profetas de Deus se eles fossem infalíveis (Deuteronômio 18.15-22). Podemos afirmar mais ou menos o mesmo no NT. 2.) A admoestação para julgar as profecias no lugar dos profetas (1Coríntios 14.29-32; 1Tessalonicenses 5.19-20) é frequentemente apresentada como prova de que o dom de profecia é diferente no NT. Mas este argumento não é convincente porque a única maneira de se julgar profetas em ambos os Testamentos é por meio de suas profecias. Nós só podemos saber se um profeta não é de Deus, se as suas profecias são falsas ou se suas palavras contradizem o ensino bíblico. 3.) Nós não temos nenhum exemplo de um profeta do NT que errou. Ágabo não errou quando profetizou que Paulo seria preso pelos judeus e entregue aos romanos (Atos 21.10-11). Aqueles que dizem que ele errou exigem mais precisão do que as profecias oferecem. Além disso, depois que Paulo foi preso apelou para as palavras de Ágabo, dizendo ter sido entregue aos romanos pelos judeus (Atos 28.17), o que demonstra que ele não achava que Ágabo cometeu algum erro. Ágabo anunciou as palavras do Espírito Santo (Atos 11.28; 21.11), então não temos nenhum exemplo no NT de profetas cujas profecias foram misturadas ao erro.

Resposta: Ele diz “é a alegação”; “pois alguns dizem”; Eu pergunto, Quem? Não sei de onde este cessacionista tirou esta concepção; Achei desnecessário levantar estes argumentos.

No ponto 2.); O argumento que ele usou também não é muito convincente; Ora ele mesmo diz no final do texto 3, que a igreja primitiva tinha um ministério autoritativo e infalível, se isso que ele afirmou realmente fosse verdade, de fato não haveria motivos para Paulo os exortarem a julgar as profecias, pois todas elas seriam advindas de Deus!

5. Blog: Alguns protestam dizendo que a minha compreensão é imprecisa uma vez que havia centenas e milhares de profecias nos tempos do NT que não foram canonizadas. Esta objeção não convence, pois o mesmo é verdade para o AT. A maioria das profecias de Elias ou de Eliseu nunca foram escritas ou canonizadas. Podemos pensar também nos 100 profetas poupados por Obadias (1Reis 18.04). Aparentemente nenhuma das suas profecias foi canonizada. No entanto, as profecias eram completamente verdadeiras e sem erro algum. De outro modo eles não teriam sido profetas (Deuteronômio 18.15-22). O mesmo princípio se aplica para as profecias dos profetas do NT. Suas palavras não foram registradas, mas se eles foram realmente profetas, suas palavras eram infalíveis.

Resposta: Só lembrando que a Bíblia Sagrada no AT chama tanto os verdadeiros como os falsos de profetas.

6. Blog: O que algumas pessoas atualmente chamam de “profecias” são na verdade impressões de Deus. Ele pode usar impressões para nos orientar e nos conduzir, mas elas não são infalíveis e devem ser sempre testadas à luz das Escrituras. Também devemos consultar conselheiros sábios antes de agirmos baseados nessas impressões. Eu amo meus irmãos e irmãs carismáticos, mas o que eles hoje chamam de “profecia” não é na verdade o dom de profecia bíblico. Impressões dadas por Deus não são a mesma coisa que profecias.

Resposta: Bem como este meu irmão cessacionista relatou: “algumas pessoas atualmente”; “irmãos e irmãs carismáticos”. A questão é: Quem são estas pessoas que ele se refere? Um neófito na fé? Algum fanfarrão no meio pentecostal ou neopentecostal? Se for, também concordo! Mas pelo que vejo, ele desconhece as verdadeiras manifestações espirituais no meio de pessoas sérias, convertidas à Cristo, separadas do mundanismo, que conhecem e amam a palavra de Deus e aguardam à segunda vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O problema, é que muitos querendo defender suas teses ou desqualificar um grupo, não recorrem as fontes originais, não observam as várias correntes possíveis dentro daquele segmento e usam justamente os “frutos verdes e podres” para construírem seus argumentos, assim como o “povão” faz com os padres, pastores, políticos e tantos outros.

Pessoalmente já recebi muitas profecias e muitas delas se cumpriram fielmente na minha vida! Infelizmente existem falsos profetas que lançam as suas “profetadas”, mas isto não desqualifica os verdadeiros profetas e as genuínas profecias; Deus ainda fala hoje, não somente pelas Escrituras mas também através de servos e servas.

O que falar sobre línguas?

1. Blog: O dom de línguas é uma questão ainda mais difícil. Em Atos (2.1-4, 10.44-48, 19.1-7) esse dom é símbolo da chegada da era do cumprimento em que as promessas da aliança de Deus seriam realizadas. 1Coríntios 14.1-5 e Atos 2.17-18 também sugerem que as línguas, quando interpretadas (ou compreendidas), são equivalentes à profecia. Parece, então, que os dons de profecia e de línguas estão intimamente relacionados. Se a profecia já cessou, então é provável que as línguas também tenham cessado. Além disso, é evidente a partir de Atos que o dom envolve o falar em línguas estrangeiras (Atos 2), e Pedro enfatiza, no caso de Cornélio e seus amigos, que os gentios receberam o mesmo dom que os judeus (Atos 11.16-17).

Resposta: Mais uma vez o cessacionista cai no mesmo equívoco! Onde está escrito que o dom de profecia e de línguas cessaram? O problema está na sua simples dedução e ele confunde o dom de profeta com o dom de profecia. É bem provável também, que ele desconheça o fato de que muitos dons, incluindo os dons carismáticos, se manifestaram mesmo depois da morte dos apóstolos. Apesar de termos poucos registros (protestante e secular), eles comprovam esta verdade e atualmente historiadores sérios estão revisando a história da igreja para inserir estas muitas manifestações que ocorreram. 

2. Blog: Também não é convincente dizer que o dom citado em 1Coríntios 12-14 é de natureza diferente (isto é, expressões de êxtase). A palavra “línguas” (glōssa) denota um código linguístico, uma linguagem estruturada, e não vocalização aleatória e livre. Quando Paulo diz que ninguém entende aqueles que falam em línguas, porque eles proferem mistérios (1Coríntios 14.2), ele não está sugerindo que o dom é diferente daquele que encontramos em Atos. Aqueles que ouviram as línguas em Atos entenderam o que estava sendo dito porque eles conheciam as línguas que os apóstolos estavam falando. Se ninguém conhece a língua, então aquele que a pronuncia fala mistérios. 1Coríntios 13.1 (língua dos anjos) também não dá suporte à noção de que o dom de línguas é constituído por expressões de êxtase. Paulo claramente utiliza uma hipérbole em 1Coríntios 13.1-3. Ele está claramente exagerando ao se referir ao dom de profecia (1Coríntios 13.2), porque ninguém que profetiza conhece “todos os mistérios e toda a ciência”. Eu acredito que o que está acontecendo nos círculos carismáticos atualmente a respeito das línguas é semelhante ao que vimos acontecer com a profecia. O dom foi redefinido para incluir uma espécie de vocalização livre, e então as pessoas afirmam ter o dom descrito nas Escrituras. Ao fazer isso eles redefinem o dom para acomodar sua experiência contemporânea. Isso significa que as línguas contemporâneas são demoníacas, então? Acho que não. Concordo com J. I. Packer que diz que a experiência é mais uma forma de relaxamento psicológico.

Resposta: Sobre isto confira:

1.A glossolalia, a teologia e a ciência: uma resposta a Yago Martins/ 7 de fevereiro de 2015 https://teologiapentecostal.blog/2015/02/07/a-glossolalia-a-teologia-e-a-ciencia-uma-resposta-a-yago-martins/

2.Gutierres Fernandes Siqueira - Resposta ao colega Yago Martins/ 24 de outubro de 2018: https://teologiapentecostal.blog/2018/10/24/resposta-ao-colega-yago-martins/ 

3.A glossolalia não é fenomenologia: uma tréplica a Yago Martins: https://teologiapentecostal.blog/2015/02/08/a-glossolalia-nao-e-fenomenologia-uma-treplica-a-yago-martins/

Milagres e curas

1. Blog: O que podemos falar sobre milagres e curas? Em primeiro lugar, eu acredito que hoje Deus ainda cura e realiza milagres, e que devemos orar por isso. As Escrituras não são tão claras sobre esse assunto, de forma que esse dom poderia ainda existir. Ainda assim, a principal função desses dons era credenciar a mensagem do evangelho, confirmando que Jesus era tanto Senhor quanto Cristo. Eu duvido que o dom de milagres e curas ainda exista, por que não é evidente que homens e mulheres em nossas igrejas possuam tais dons. Certamente Deus pode curar e cura, às vezes, mas onde estão as pessoas com esses dons? Supostos milagres e curas devem ser verificados, assim como o povo verificou a cura do cego em João 9. Há uma espécie de ceticismo biblicamente justificado.

Resposta: Outra vez o cessacionista cai no mesmo equívoco! O fato de não vermos ou não experimentarmos tais manifestações espirituais não atesta a inexistência delas! E mais, qual igreja ele se refere? A Igreja Universal dos crentes em Cristo, da sua denominação ou da sua confissão teológica? Pois a denominação de qual sou membro, se expandiu no Brasil primeiramente pela graça de Deus e em segundo porque Deus manifestou seu poder na vida de Daniel Berg e Gunnar Virgren que proclamaram o evangelho do nosso Senhor Jesus, além de milhares terem se convertido à Cristo, várias pessoas foram curadas de suas enfermidades através dons do Espírito Santo manifestados na vida dos nossos missionários fundadores, entre elas, a irmã Celina de Albuquerque, que por dias estava acamada e foi curada de uma enfermidade incurável nos lábios, de fato, não temos testemunhado em nosso contexto muitas curas e milagres como na Bíblia Sagrada e no início do Movimento Pentecostal, mas isto não me faz duvidar nenhum pouco do poder de Deus através dos dons classificados como carismáticos; Aí eu pergunto pra este cessacionista: E se Deus em sua Soberania quiser e usar alguém com dons espirituais e você ver e talvez até mesmo experimentar, como você irá reagir? No mínimo deveria responder: Eu estava equivocado nas minhas deduções.

2. Blog: Agora, será que Deus poderia, em situações missionárias extremas, conceder milagres, sinais e prodígios para credenciar o evangelho como ele fez nos tempos apostólicos? Sim. Mas isso não é a mesma coisa que ter esses dons como uma característica normal no cotidiano da igreja. Se os sinais e maravilhas dos apóstolos tivessem voltado, deveríamos ver o cego recebendo a visão, os coxos andando e os mortos sendo ressuscitados. Deus cura hoje (às vezes de forma dramática), mas a cura de resfriados, de gripe, de DTM, problemas no estômago e nas costas, e assim por diante, não estão na mesma categoria que as curas encontradas nas Escrituras. Se as pessoas realmente têm, hoje em dia, o dom de cura e milagres, elas precisam demonstra-lo através da realização dos tipos de curas e milagres encontrados na Bíblia.

Resposta: Quem disse que os apóstolos curavam à todos? É necessário entender que no caso dos dons de curas e de operação de maravilhas, o crente que os possui não usa e abusa dele como quiser, jamais! Se fosse assim porque então o apóstolo Paulo não curou a Timóteo (1Tm 5.23) e Trófimo (2Tm 4.20)?

Blog: 1Coríntios 13.8-12 não contradiz a sua opinião?

3. Blog: Vamos considerar uma objeção à noção de que alguns dos dons cessaram. Será que 1Coríntios 13.8-12 não ensina que os dons durarão até Jesus voltar? Certamente esse texto ensina que os dons poderiam durar até a volta de Jesus. Não há ensinamento definitivo na Bíblia de que eles cessaram. Podemos até esperar que durem até a segunda vinda. Mas vemos indícios em Efésios 2.20 e outros textos de que os dons exerceram seu papel na fundação da igreja. Concluo, então, que 1Coríntios 13.8-12 permite, mas não exige, que os dons continuem até a segunda vinda. E que os dons, da maneira como são praticados hoje, não se encaixam na descrição bíblica desses dons.

Por razões como essas os reformadores e grande parte da tradição protestante até o século 20 acreditavam que os dons cessaram. Concluo que tanto a Escritura quanto a experiência atestam o seu julgamento sobre o assunto.

Resposta: O Senhor Jesus cumpriu a promessa do revestimento de poder (Lc 24.49); (At 1.8), o Espírito Santo distribui os dons espirituais e o apóstolo Paulo incentivou a busca deles (1Co 12-14), eles se encontram na Bíblia Sagrada e ocorreram durante a história da igreja, isto nos permite a crer que estes dons estão ainda disponíveis até a segunda vinda do Senhor Jesus!

Concluo, então, que tanto as Escrituras como a experiência atestam e comprovam a continuidade de todos os dons espirituais.