segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Perseguições Contra a Igreja Cristã Primitiva

 

Perseguições Contra a

Igreja Cristã Primitiva

 

Introdução:

Desde do Antigo Testamento vemos perseguições contra o povo de Deus; De início temos o ímpio Caim matando o justo Abel (Gn 4); Vemos a trama de Faraó para minguar o povo de Israel (Ex 1); Dentre tantos outros exemplos que poderíamos mencionar, temos o furioso Hamã querendo destruir o povo judeu através de um decreto (Et 3); E até os dias de hoje muitas nações desejam a destruição de Israel.

                                                                       Assista o vídeo:

                                                                         

1.Novo Testamento: 

1°Esta perseguição contra os judeus também ocorreu contra os cristãos, iniciando com o Senhor Jesus Cristo que ainda sendo um bebê já buscavam a sua morte (Mt 2).

Já no início de seu ministério o Senhor Jesus consolou seus discípulos acerca das perseguições (Mt 5.10); O Senhor também menciona um outro tipo de perseguição como injúrias, maus tratos e calúnias (Mt 5.11)

O Senhor Jesus nos ensinou como devemos reagir aos nossos ofensores (Mt 5.43-48); E Ele mesmo nos deu o exemplo quando foi preso (Mt 26.47-56), quando estava diante das autoridades religiosas (Mt 26.57-68), quando compareceu diante das autoridades civis (Mt 27.11-31) e quando estava pendurado no madeiro até a sua morte (Mt 27.32-56)

Mas para a nossa alegria, no terceiro dia Cristo ressuscitou e está vivo para todo o sempre (Ap 1.17-18), apareceu aos seus discípulos e os ordenou a buscarem o revestimento de poder (Lc 24.49) para que pregassem o seu evangelho à todo o mundo e à todas as pessoas (Mt 28.18-20); (Mc 16.15-16); (At 1.8)   

À partir daí, os discípulos começam a pregar o evangelho e iniciam-se as perseguições:

2° Os fariseus e Saduceus começam a perseguir os discípulos (Atos 4-5)

3° Morre o 1°Mártir Cristão – Estevão (Atos 7)

4° Saulo de Tarso insurge-se contra a Igreja de Cristo (Atos 8), até que se Cristo lhe aparece (Atos 9)

5° Os judeus começam a perseguir Paulo (Atos 9.19-31) e se expande por todo livro de Atos.

Herodes se levantou contra a Igreja de Cristo (Atos 12)

7° Em 51 d.c houve uma perseguição liderada pelo imperador Cláudio, que também acabou afetando alguns cristãos - Atos 18.1-2. Priscila e Áquila foram expulsos de Roma nessa perseguição. O historiador romano Suetônio registrou que essa expulsão de Roma se deu por causa de alguns “judeus” que estavam pregando sobre Cristo e causando “distúrbios” na cidade.

8° Em 57 d.c Paulo é preso em Jerusalém por causa de um motim contra ele (At 21), após apresentar várias defesas, apelou para César (Atos 25-26)

9° Em 60 d.C. Paulo vai à Roma e é preso pela primeira vez, nesta escreve as cartas da prisão (Efésios/ Filipenses / Colossenses/ Filemon)

10° Em 63 d.c. Paulo é solto e possivelmente fez uma viagem à Espanha (Clemente de Roma registrou uma ida de Paulo para pregar na Espanha).

11° Em 64 d.c: A primeira grande perseguição imperial foi realizada por Nero entre 64 e 68 d.C. Ele já imperava desde 54 d.c; Em 18 de Julho de 64 d.C., Nero (considerado o pior imperador de Roma, tendo matado até sua própria mãe) decidiu, sob o desejo de construir uma nova Roma, incendiar antiga cidade, que teve 10 dos 14 bairros queimados.

Quando o fogo se apagou, Nero, aproveitando-se do fato de que a maioria da população dos bairros sobreviventes era judaica e cristã, colocou sobre eles a culpa do incêndio. Isso fez com que aumentasse a ira dos romanos sobre o Judeus

Nero se deu ao luxo de presenciar o incêndio da cidade da torre de Mecenas, vestido de ator, acompanhado de sua loucura enquanto cantava uma música sobre o antigo incêndio de Tróia.

Nero, a partir de então, iniciou uma perseguição terrível contra os cristãos. Tácito registra que “Alguns foram vestidos com peles de animais e perseguidos por cães até serem mortos; outros crucificados; outros incendiados ao pôr-do-sol, para que pudessem servir de iluminação à noite”. Essa foi a primeira das dez grandes perseguições que continuaram, quase que sem interrupções, durante três séculos.

12° Em 66 d.C. Paulo sofre sua segunda prisão em Roma

13° Em 67-68 d.C. Paulo é sofre o Martírio por Nero.

2.Os Motivos das perseguições (Acusações contra os crentes)

A principal causa do ódio contra os cristãos primitivos na sociedade romana residia em seu estilo de vida diferenciado. “Temos a reputação”, escreveu Tertuliano em Apologia, “de viver de forma contrária às multidões”. O termo utilizado para descrever os cristãos no Novo Testamento é bastante significativo: trata-se da palavra hagios, frequentemente traduzida como santos. Apesar de significar santos, sua raiz sugere diferentes. Assim, uma coisa santa é diferente das outras coisas; o templo é santo porque é diferente de outros edifícios; o sábado é santo porque é diferente dos outros dias. O cristão, portanto, é uma pessoa fundamentalmente diferente das demais. Os homens sempre olham com suspeita para aqueles que são diferentes.

Assim, simplesmente por viverem de acordo com os ensinamentos de Jesus, os cristãos condenavam de forma velada e constante o modo pagão de viver. Mas isso não significa que eles viviam criticando, condenando e desaprovando a sociedade, tampouco que se consideravam moralistas ou superiores, mas sim que a ética cristã em si era uma crítica à vida pagã.

A) O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.

A rejeição dos deuses pagãos era fundamental ao estilo de vida cristão e a causa de intermináveis hostilidades. Gregos e romanos tinham divindades para cada aspecto da vida: para a semeadura e a colheita, o vento e a chuva, os vulcões e os rios, o nascimento e a morte. Para os cristãos, entretanto, esses deuses equivaliam a nada, e tal mentalidade resultava em os seguidores de Jesus sendo rotulados como “inimigos da raça humana”.

Os cristãos eram acusados de ateísmo. A acusação surgiu do fato de que muitos no império não conseguiam entender a adoração sem imagens — o monoteísmo não atraía tais pessoas. Como consequência, elas culpavam os cristãos por insultar os deuses do Estado. Os deuses pagãos eram considerados patronos que dispensavam benevolência às cidades, então, como ato de lealdade, os cidadãos de boa reputação participavam de várias festas cívicas homenageando algum deus. Os bons pagãos poderiam até ser especialmente leais a um dos deuses, mas veneravam todos eles. Os cristãos não os reverenciavam e, portanto, pareciam desleais aos olhos de seus vizinhos pagãos. Segundo a crença popular, a negligência aos deuses desencadeava catástrofes.

B) A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como “Anti-social” e ateus que não tinham deuses.

Simplesmente não era possível rejeitar os deuses sem suscitar desprezo da sociedade. Para os pagãos, cada refeição começava com uma oferta de líquido e uma oração aos deuses, mas os cristãos não podiam tomar parte disso. Banquetes e festas sociais eram realizados nos precintos de um templo após o sacrifício, e o convite costumava ser para comer “à mesa” de algum deus, mas os cristãos não podiam ir a uma festa dessas. Inevitavelmente, ao recusar o convite para alguma ocasião social, o cristão passava a impressão de ser rude, grosseiro e indelicado

Outros eventos sociais eram rejeitados pelos cristãos por serem considerados errados em si — combates de gladiadores, por exemplo, eram desumanos para os cristãos. Em anfiteatros por todo o império, os romanos forçavam os prisioneiros de guerra e os escravos a lutar entre si até a morte apenas para entreter a multidão, um espetáculo que excitava e atraía.

O medo que os cristãos tinham de cometer o pecado da idolatria também gerou dificuldades em seu sustento próprio. Era possível que o construtor se envolvesse na construção das paredes de um templo pagão, que o alfaiate viesse a costurar túnicas para um sacerdote pagão ou que o fabricante de incensos acabasse produzindo incenso para sacrifícios pagãos. Tertuliano proibia até mesmo que os cristãos fossem professores, porque o ensino exigia o uso de livros que contavam as antigas histórias dos deuses e instruíam a observância das festas religiosas do ano pagão.

Poderíamos pensar que talvez o trabalho com doentes fosse um simples ato de bondade, no entanto, os hospitais pagãos contavam com a proteção do deus pagão Asclépio, e enquanto o doente estava na cama, um sacerdote andava pelo corredor entoando cânticos a esse deus.

Em suma, os cristãos primitivos eram quase obrigados a divorciar-se da vida social e econômica da época caso desejassem ser fiéis ao seu Senhor, o que significava que, por onde quer que fossem, sua vida e fé se destacavam porque o evangelho introduzia uma nova e revolucionária atitude para com a vida humana.

C) A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.

O imperador Décio (249-251) deu mais um passo importante na questão da perseguição. O culto a César passou a ser universal e obrigatório para todas as raças e nações dentro do império, com a única exceção dos judeus. Em determinado dia do ano, todos os cidadãos romanos tinham de ir até o templo de César, queimar um incenso e declarar: “César é senhor”. Tendo feito isso, recebiam um certificado de garantia. Após queimar o incenso e reconhecer César como senhor, o cidadão podia ir embora e adorar qualquer deus que desejasse, contanto que a adoração não afetasse a decência e a ordem pública.

Assim, vemos que o culto a César era, sobretudo, um teste de lealdade política; era um teste para saber se o indivíduo era um bom cidadão. Caso se recusasse a realizar a cerimônia de reconhecimento de César, era automaticamente marcado como traidor e revolucionário. A exaltação do imperador, portanto, gerou um problema para os cristãos, pois estes não deixavam de orar pelo imperador em suas reuniões, mas se recusavam a orar para ele, quer em particular, quer em público.

Acadêmicos estudaram as moedas romanas e descobriram uma semelhança impressionante entre os louvores que os cristãos ofereciam em adoração a Cristo e a adulação que os cidadãos romanos direcionavam ao imperador reinante. As moedas, que costumavam celebrar as bênçãos que o imperador traria ao mundo, anunciavam seu reinado da seguinte maneira: “Salve, senhor da terra, invencível, poder, glória, honra, bendito, grande, digno és tu de herdar o reino”.

D) As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos estranhos.

Orgias: A suspeita de que as reuniões cristãs fossem orgias sexuais e disfarces para todo tipo de crime tomou conta da imaginação popular com uma força terrível. Essas graves acusações provavelmente surgiram de um fato característico da natureza humana: o segredo gera desconfiança. Quando descobriu que não podia participar dos cultos cristãos, o povo simplesmente deu asas à imaginação, passando de rumores a ódio. Os cristãos foram acusados de uma série de práticas, mas, na maioria das vezes, de pecados sexuais e de canibalismo. A acusação de tamanha imoralidade originou-se do fato de que uma das reuniões cristãs chamava-se Ágape, a festa do amor, e também do santo ósculo da paz que os cristãos davam uns nos outros. O beijo acabou se tornando tão suscetível a ofensas que as igrejas abandonaram a prática quase por completo.

Canibalismo: A acusação de canibalismo provavelmente teve início porque a ceia era praticada em segredo. Os pagãos não sabiam o que acontecia nessas reuniões fechadas, mas ouviram dizer que alguém era comido. Na última ceia, Jesus dissera: “Este pão é meu corpo. Este cálice é meu sangue.” Os pagãos concluíram que os cristãos deveriam estar comendo carne humana e bebendo sangue humano.

E) O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como " niveladores da sociedade ", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social.

A escravidão tomou a sociedade romana como um câncer, e o escravo, fosse homem ou mulher, estava sempre à disposição de seu senhor para as tarefas mais subalternas. Caso não o satisfizesse, poderia ser descartado ou até mesmo abatido como um animal sem valor. Nesse tipo de sociedade, alguns cristãos também tinham escravos, mas os tratavam com bondade e permitiam que tivessem os mesmos direitos dentro da igreja — um ex-escravo, Calisto, tornou-se bispo de Roma.

3.As 10 Principais Perseguições

Principais acontecimentos das Dez Perseguições

1. Imperador Nero - 64 d.C.

a. Pedro e Paulo foram martirizados nessa perseguição

b. Praticamente nessa mesma época iniciava o cerco de Jerusalém (66 d.C.). Em 70 d.C Jerusalém foi de fato destruída. Milhares de judeus morreram no cerco e alguns outros milhares foram levados como escravos para Roma. Entre as tarefas estavam a construção do Anfiteatro de Flávio, conhecido como Coliseu Romano.

2. Imperador Domiciano - 81 d.C.

a. Segunda perseguição (a partir de 90 d.C.): Domiciano governou de 81 a 96 d.C. e implantou em todo o império o “Culto ao Imperador”. João, que nessa época morava em Éfeso, foi exilado na ilha de Patmos. Ele era o último dos doze discípulos que ainda estava vivo (Timóteo também foi martirizado nessa época).

b. A prisão do apóstolo João: segundo a tradição, João, o último apóstolo vivo, foi lançado num caldeirão de óleo fervente, mas o Senhor preservou sua vida. Depois disso, foi lançado na ilha de Patmos durante essa perseguição que vai se iniciar no ano 91.d.C..

A história conta que o apóstolo foi preso no ano 95 d.C., no entanto Domiciano morreu em 96 d.C. e o imperador chamado Nerva assumiu em seu lugar. Uma de suas primeiras medidas políticas foi libertar todos os prisioneiros de Dominciano, inclusive João.

João sai da ilha de Patmos, retorna para Éfeso e, segundo a tradição, vai morrer aproximadamente no ano 100 d.C. na cidade.

3. Imperador Trajano - 108 d.C.

a. Uma curiosidade sobre essa perseguição é que no início do governo de Trajano ela não existiu, mas sendo influenciado a suspeitar deles, determinou que se renovassem a perseguição, e, sendo possível, que se exterminasse a nova religião.

Nos dias de Trajano havia uma “campanha” para que cidadãos do império denunciassem cristãos. Eles eram tragos diante do tribunal, e caso confirmassem sua fé em Cristo, eram martirizados. Ou seja, era a religião, e não apenas os seus adeptos que Trajano odiava.

b. Inácio, Bispo de Antioquia, foi martirizado nessa época. Inácio - na época já bem idoso - impediu um grupo de irmãos que queriam “sequestrá-lo” para impedir que fosse morto pelo império. Ele respondeu que o deixassem ir, pois não havia maior privilégio do que morrer por Cristo. Ele declarou que a morte aqui não é o final, é apenas a porta de entrada para a verdadeira vida.

c. Nessa época surgiu uma certa divisão dentro da igreja. Pois alguns cristãos temendo a morte diziam não ser cristãos diante do tribunal, e após serem absolvidos voltaram para a comunidade cristã que eles faziam parte. Dentro da liderança da igreja, havia os que aceitavam perdoá-los e reintegrá-los, mas também aqueles que diziam que porque havia negado a Cristo, não podiam mais fazer parte da igreja.

4. Imperador Marco Aurélio - 162 d.C.

a. Trajano morreu em 117 d.C., Adriano o sucedeu e depois Antônio Pio. Durante o governo de Antônio Pio a igreja teve paz. Foram 30 anos sem perseguições e a palavra de Deus se espalhou por todas as províncias romanas, e a mensagem de Cristo foi levada até as extremidades da Gália (atual França) e da Assíria.

b. Contudo, com a subida de Marco Aurélio ao trono começou uma nova perseguição. Policarpo, que era Bispo em Esmirna, foi o principal mártir dessa perseguição, falecendo em sua cidade cruelmente assassinado aos 86 anos.

Ainda nessa época, a igreja considerava a mesma simplicidade e essência de culto que a Bíblia registra em Atos. Isto é comprovado por uma carta que Justino escreveu sobre como era a igreja naquela época. Esse mesmo Justino - que era Bispo de Roma - foi martirizado nessa época.

5. Imperador Severo - 192 d.C.

a. Nenhuma outra perseguição excedeu em barbaridade - nem antes e nem depois - a perseguição que Severo realizou em seus dias. Ele rebentou uma terrível perseguição contra os cristãos do norte da África. Tertuliano tentou apelar ao governante do império daquela região, mas ele o ignorou. Diante disso, Tertuliano declarou:

“A vossa crueldade será a nossa glória. Milhares de pessoas de ambos os sexos e de todas as classes, hão de se apressar ao martírio. Nós iremos exaurir os vossos fogos e cansar as vossas espadas; Cartago será dizimada. As principais pessoas da cidade, talvez até mesmo os vossos amigos mais íntimos e os vossos parentes hão de ser sacrificados. A vossa contenda contra Deus será em vão!”

b. Ele lançou um decreto que era proibido tornar-se cristão. A partir desse momento, o cristianismo não era apenas perseguido, mas sim proibido em todo o império romano. Isso fazia com que todos os cristãos tivessem a “certeza” de que estavam condenados à morte.

Até então, os cristãos sabiam que poderiam ser perseguidos, julgados e martirizados. Mas a partir de agora, tornar-se cristão era declarar que aceitava morrer por Cristo. Nessa época, Irineu de Lyon (um dos maiores teólogos dos primeiros séculos) foi martirizado em também foi martirizada uma moça chamada Perpétua aos 22 anos de idade.

6. Imperador Maximino - 235 d.C.

a. Essa perseguição começou quando o Traciano Máximo (Maximino) subiu ao trono em 235 d.C. Essa perseguição durou apenas 3 anos.

b. A causa dessa perseguição foi ridícula. Maximino tinha um ódio terrível de seu antecessor Alexandre, e para manifestar o seu ódio e repúdio a ele mudou toda a política do reinado de Alexandre. Ele tinha tratado os cristãos com bondade, e isso foi o suficiente para que esse malvado tirano tratasse os cristãos com severidade

7. Imperador Décio - 249 d.C.

a. Esse foi um tempo anormal neste período de perseguições. Houve alguns anos de paz antes de Décio assumir o trono, e a igreja por falta de zelo, começou a sentir-se cansada de estar em santa separação do mundo, e os bispos cristãos, ensoberbecidos por seu poder e importância, começaram a aceitar colocações na corte e começaram a acumular riquezas colossais.

Devido a esse princípio de apostasia, muitos cristãos mostraram-se flexíveis diante do período de perseguição que veio nos dias de Décio.

A grande prova disso é que depois que Fabiano, Bispo de Roma, foi martirizado por Décio, ninguém teve coragem de ocupar seu lugar. Os poucos cristãos que ainda permaneceram fiéis foram cruelmente perseguidos e torturados.

Há um relato de sete soldados romanos cristãos que morreram à fome numa caverna em que estavam refugiados, pois o imperador ordenara que a estrada fosse fechada. Nessa época, Orígenes também foi martirizado.

O imperador Décio (249-251) deu mais um passo importante na questão da perseguição. O culto a César passou a ser universal e obrigatório para todas as raças e nações dentro do império, com a única exceção dos judeus.

8. Imperador Valeriano - 257 d.C.

a. A partir de 257, o imperador Valeriano, além de manter a lei de proibição estabelecido por Sétimo Severo, decidiu também confiscar todos os bens que pertenciam a cristãos. Além disso, esse terrível imperador também ordenou as cópias de todos os textos cristãos que fossem encontrados (cópias dos evangelhos, de textos paulinos e de todo outro livro de origem cristã) queimados.

b. Nessa época, o Bispo Sisto II - que havia aceitado ser líder da igreja em Roma - foi decapitado em pleno culto enquanto ministrava o ato da ceia. Durante esta perseguição, morreram também Cipriano, Bispo de Cartago, e Orígenes de Alexandria, ambos considerados “pais da igreja”. Um outro caso interessante de martírio dessa época foi o de Cirilo, um adolescente que não negou a sua fé diante da perseguição imperial.

9. Imperador Diocleciano - 303 d.C.

a. Antes de Diocleciano assumir o poder a igreja teve um período de quase 50 anos de paz. No entanto, esse tempo sem perseguição em vez de fazer bem, acabou fazendo mal aos cristãos. O escritor A. Knight escreve que “Nesse tempo a igreja tinha diminuído em poder espiritual, mas tinha aumentado em soberba e ambição mundana, e a simplicidade do seu culto quase se ofuscou por ritos mais judaicos do que cristãos”.

b. E isto não era tudo. Muitos empregavam os seus dons espirituais em ostentação em vez de usarem-nos para edificação, e aqueles que tinham o privilégio de poder alimentar o rebanho de Deus deixavam o seu encargo sagrado e ocupavam-se na acumulação de riquezas. Esbanjavam e acumulavam tanta riqueza que ouviu-se um pagão dizer “Façam-me Bispo de Roma que eu logo me tornarei um cristão”.

c. No meio dessa apostasia começou a nona perseguição imperial. Diocleciano promulgou o Edito de Extermínio, que era a autorização para que qualquer cidadão do império executasse os cristãos onde eles fossem achados. Durante essa perseguição, houve um cálculo de 3 a 4 mil cristãos mortos. Templos construídos nos anos de paz foram destruídos e houve uma ocasião que a mando do imperador os cristãos foram presos dentro de um templo e incendiados vivos.

10. Imperador Galério - 305 d.C.

a. Esta foi a última perseguição. Galério manteve o Edito de Extermínio que havia sido implantado por Diocleciano e continuou a matança de milhares de cristãos.

b. Nessa época publicaram outros dois editos:

Primeiro: ordenando a destruição de todo templo que ainda restasse e de todos os escritos sagrados.

Segundo: determinando que todos os que pertencessem à ordem clerical fossem presos.

4.A morte dos apóstolos (100 a 313 d.C. sendo a primeira perseguição em 64 d.C.)

Mateus - Sofreu martírio pela espada na Etiópia

Tiago - Foi decapitado em Jerusalém

Tiago, o Menor - Foi lançado de um pináculo do Templo e depois espancado até a morte

Felipe - Foi enforcado em uma coluna na Frígia, atual Turquia

Bartolomeu - Foi esfolado vivo em Albanópolis

André - Foi morto em uma cruz, e pregou ali aos seus perseguidores, em Patras, na Grécia

Matias - Foi primeiro apedrejado e depois decapitado em Jerusalém

Pedro - Foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, na Itália

Tomé - Sofreu uma flechada de lança no peito, em Malipur, na Índia

Judas Tadeu e Simão, o Zelote - Morreram juntos como mártires na Armênia

Marcos* - Sofreu martírio em Alexandria (Egito), depois de ser arrastado pelas ruas da cidade.

Lucas* - Foi enforcado em uma Oliveira, na Grécia

Como os Imperadores morreram: A morte dos imperadores

5.A Morte dos Imperadores:

No entanto, é necessário também comentarmos e compararmos como morreram esses perseguidores. Veja o fim miserável dos perseguidores:

● Nero, Diocleciano e Maximiano se suicidaram;

● Domiciano, Cômodo e Aureliano foram assassinados;

● Adriano morreu em agonia gritando “Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrá-la”;

● Décio foi covardemente assassinado e o seu corpo dado a abutres e animais ferozes;

● Valeriano, depois de ser preso por Sapor, rei da Pérsia, passou a ser usado como um “banco” onde o rei subia para montar em seu cavalo, e depois de sofrer sete anos esse e outros insultos, foram-lhe arrancados os dois olhos e esfolaram-no vivo;

● Valério foi acometido por uma doença terrível e, assim como Herodes, teve seu corpo comido por bichos.

A perseguição em muitos casos, ajudou a divulgar a fé cristã — por exemplo, os martírios costumavam ser testemunhados por milhares de pessoas no anfiteatro. O termo mártir significava “testemunha”, e é precisamente dar testemunho o que muitos cristãos realizavam no momento da morte. O público romano era duro e cruel, mas não completamente desprovido de compaixão. Não há dúvida de que a atitude dos mártires, e particularmente das jovens mulheres que sofriam juntamente com os homens, causaram uma impressão profunda na população de Roma. Em várias ocasiões, o que encontramos é uma coragem tranquila frente ao tormento, gentileza com os inimigos e uma aceitação jubilosa do sofrimento como o caminho apontado pelo Senhor para o reino celestial. Há um grande número de casos de pagãos que se converteram ao testemunhar a condenação e morte de cristãos. Por essas e outras razões, as igrejas cristãs multiplicaram-se até o ponto em que Roma não mais conseguiu ignorar ou suprimir a fé. (Atos 8.1-4).

A atual perseguição contra os cristãos: https://www.gospelprime.com.br/cresce-a-violencia-contra-cristaos-no-mundo/

A Igreja do Senhor Jesus segue marchando e triunfando (Mt 16.18)

Principais Fontes:

Curso Médio De Teologia: Por Marcelo Miranda Cavalcanti

História do cristianismo: Uma obra completa e atual sobre a trajetória da igreja cristã desde as origens até o século XXI - Bruce Shelley, Giuliana Andrea Niedhardt

História da Igreja – Matheus Soares

Wikipédia

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