Perseguições
Contra a
Igreja
Cristã Primitiva
Introdução:
Desde do Antigo Testamento vemos perseguições contra o povo de Deus; De início temos o ímpio Caim matando o justo Abel (Gn 4); Vemos a trama de Faraó para minguar o povo de Israel (Ex 1); Dentre tantos outros exemplos que poderíamos mencionar, temos o furioso Hamã querendo destruir o povo judeu através de um decreto (Et 3); E até os dias de hoje muitas nações desejam a destruição de Israel.
Assista o vídeo:
1.Novo Testamento:
1°Esta perseguição contra os judeus também ocorreu contra os cristãos, iniciando com o Senhor Jesus Cristo que ainda sendo um bebê já buscavam a sua morte (Mt 2).
Já no início de seu ministério o Senhor Jesus consolou seus discípulos acerca das perseguições (Mt 5.10); O Senhor também menciona um outro tipo de perseguição como injúrias, maus tratos e calúnias (Mt 5.11)
O Senhor Jesus nos ensinou como devemos reagir aos nossos ofensores (Mt 5.43-48); E Ele mesmo nos deu o exemplo quando foi preso (Mt 26.47-56), quando estava diante das autoridades religiosas (Mt 26.57-68), quando compareceu diante das autoridades civis (Mt 27.11-31) e quando estava pendurado no madeiro até a sua morte (Mt 27.32-56)
Mas para a nossa alegria, no terceiro dia Cristo ressuscitou e está vivo para todo o sempre (Ap 1.17-18), apareceu aos seus discípulos e os ordenou a buscarem o revestimento de poder (Lc 24.49) para que pregassem o seu evangelho à todo o mundo e à todas as pessoas (Mt 28.18-20); (Mc 16.15-16); (At 1.8)
À partir daí, os discípulos começam a pregar o evangelho e iniciam-se as perseguições:
2° Os fariseus e Saduceus começam a perseguir os discípulos
(Atos 4-5)
3° Morre o 1°Mártir Cristão – Estevão (Atos 7)
4° Saulo de Tarso insurge-se contra a Igreja de Cristo (Atos
8), até que se Cristo lhe aparece (Atos 9)
5° Os judeus começam a perseguir Paulo (Atos 9.19-31) e se
expande por todo livro de Atos.
6° Herodes se levantou contra a Igreja de Cristo (Atos 12)
7° Em 51 d.c houve uma perseguição liderada pelo imperador
Cláudio, que também acabou afetando alguns cristãos - Atos 18.1-2. Priscila e
Áquila foram expulsos de Roma nessa perseguição. O historiador romano Suetônio
registrou que essa expulsão de Roma se deu por causa de alguns “judeus” que
estavam pregando sobre Cristo e causando “distúrbios” na cidade.
8° Em 57 d.c Paulo é preso em Jerusalém por causa de um motim
contra ele (At 21), após apresentar várias defesas, apelou para César (Atos
25-26)
9° Em 60 d.C. Paulo vai à Roma e é preso pela primeira vez,
nesta escreve as cartas da prisão (Efésios/ Filipenses / Colossenses/ Filemon)
10° Em 63 d.c. Paulo é solto e possivelmente fez uma viagem
à Espanha (Clemente de Roma registrou uma ida de Paulo para pregar na Espanha).
11° Em 64 d.c: A primeira grande perseguição imperial foi
realizada por Nero entre 64 e 68 d.C. Ele já imperava desde 54 d.c; Em 18 de
Julho de 64 d.C., Nero (considerado o pior imperador de Roma, tendo matado até
sua própria mãe) decidiu, sob o desejo de construir uma nova Roma, incendiar
antiga cidade, que teve 10 dos 14 bairros queimados.
Quando o fogo se apagou, Nero, aproveitando-se do fato de
que a maioria da população dos bairros sobreviventes era judaica e cristã,
colocou sobre eles a culpa do incêndio. Isso fez com que aumentasse a ira dos
romanos sobre o Judeus
Nero se deu ao luxo de presenciar o incêndio da cidade da
torre de Mecenas, vestido de ator, acompanhado de sua loucura enquanto cantava
uma música sobre o antigo incêndio de Tróia.
Nero, a partir de então, iniciou uma perseguição terrível
contra os cristãos. Tácito registra que “Alguns foram vestidos com peles de
animais e perseguidos por cães até serem mortos; outros crucificados; outros
incendiados ao pôr-do-sol, para que pudessem servir de iluminação à noite”.
Essa foi a primeira das dez grandes perseguições que continuaram, quase que sem
interrupções, durante três séculos.
12° Em 66 d.C. Paulo sofre sua segunda prisão em Roma
13° Em 67-68 d.C. Paulo é sofre o Martírio por Nero.
2.Os
Motivos das perseguições (Acusações contra os crentes)
A principal causa do ódio contra os cristãos primitivos na
sociedade romana residia em seu estilo de vida diferenciado. “Temos a
reputação”, escreveu Tertuliano em Apologia, “de viver de forma contrária às
multidões”. O termo utilizado para descrever os cristãos no Novo Testamento é
bastante significativo: trata-se da palavra hagios, frequentemente traduzida como
santos. Apesar de significar santos, sua raiz sugere diferentes. Assim, uma
coisa santa é diferente das outras coisas; o templo é santo porque é diferente
de outros edifícios; o sábado é santo porque é diferente dos outros dias. O
cristão, portanto, é uma pessoa fundamentalmente diferente das demais. Os
homens sempre olham com suspeita para aqueles que são diferentes.
Assim, simplesmente por viverem de acordo com os
ensinamentos de Jesus, os cristãos condenavam de forma velada e constante o
modo pagão de viver. Mas isso não significa que eles viviam criticando,
condenando e desaprovando a sociedade, tampouco que se consideravam moralistas
ou superiores, mas sim que a ética cristã em si era uma crítica à vida pagã.
A) O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e
objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava
qualquer forma ou objeto de adoração.
A rejeição dos deuses pagãos era fundamental ao estilo de
vida cristão e a causa de intermináveis hostilidades. Gregos e romanos tinham
divindades para cada aspecto da vida: para a semeadura e a colheita, o vento e
a chuva, os vulcões e os rios, o nascimento e a morte. Para os cristãos,
entretanto, esses deuses equivaliam a nada, e tal mentalidade resultava em os
seguidores de Jesus sendo rotulados como “inimigos da raça humana”.
Os cristãos eram acusados de ateísmo. A acusação surgiu do
fato de que muitos no império não conseguiam entender a adoração sem imagens —
o monoteísmo não atraía tais pessoas. Como consequência, elas culpavam os
cristãos por insultar os deuses do Estado. Os deuses pagãos eram considerados
patronos que dispensavam benevolência às cidades, então, como ato de lealdade,
os cidadãos de boa reputação participavam de várias festas cívicas homenageando
algum deus. Os bons pagãos poderiam até ser especialmente leais a um dos
deuses, mas veneravam todos eles. Os cristãos não os reverenciavam e, portanto,
pareciam desleais aos olhos de seus vizinhos pagãos. Segundo a crença popular,
a negligência aos deuses desencadeava catástrofes.
B) A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os
aspectos da vida. As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em
cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam
dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como
“Anti-social” e ateus que não tinham deuses.
Simplesmente não era possível rejeitar os deuses sem
suscitar desprezo da sociedade. Para os pagãos, cada refeição começava com uma
oferta de líquido e uma oração aos deuses, mas os cristãos não podiam tomar
parte disso. Banquetes e festas sociais eram realizados nos precintos de um
templo após o sacrifício, e o convite costumava ser para comer “à mesa” de
algum deus, mas os cristãos não podiam ir a uma festa dessas. Inevitavelmente,
ao recusar o convite para alguma ocasião social, o cristão passava a impressão
de ser rude, grosseiro e indelicado
Outros eventos sociais eram rejeitados pelos cristãos por
serem considerados errados em si — combates de gladiadores, por exemplo, eram
desumanos para os cristãos. Em anfiteatros por todo o império, os romanos
forçavam os prisioneiros de guerra e os escravos a lutar entre si até a morte
apenas para entreter a multidão, um espetáculo que excitava e atraía.
O medo que os cristãos tinham de cometer o pecado da
idolatria também gerou dificuldades em seu sustento próprio. Era possível que o
construtor se envolvesse na construção das paredes de um templo pagão, que o
alfaiate viesse a costurar túnicas para um sacerdote pagão ou que o fabricante
de incensos acabasse produzindo incenso para sacrifícios pagãos. Tertuliano
proibia até mesmo que os cristãos fossem professores, porque o ensino exigia o
uso de livros que contavam as antigas histórias dos deuses e instruíam a
observância das festas religiosas do ano pagão.
Poderíamos pensar que talvez o trabalho com doentes fosse um
simples ato de bondade, no entanto, os hospitais pagãos contavam com a proteção
do deus pagão Asclépio, e enquanto o doente estava na cama, um sacerdote andava
pelo corredor entoando cânticos a esse deus.
Em suma, os cristãos primitivos eram quase obrigados a
divorciar-se da vida social e econômica da época caso desejassem ser fiéis ao
seu Senhor, o que significava que, por onde quer que fossem, sua vida e fé se
destacavam porque o evangelho introduzia uma nova e revolucionária atitude para
com a vida humana.
C) A adoração ao Imperador era considerada como prova de
lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis
para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.
O imperador Décio (249-251) deu mais um passo importante na
questão da perseguição. O culto a César passou a ser universal e obrigatório
para todas as raças e nações dentro do império, com a única exceção dos judeus.
Em determinado dia do ano, todos os cidadãos romanos tinham de ir até o templo
de César, queimar um incenso e declarar: “César é senhor”. Tendo feito isso,
recebiam um certificado de garantia. Após queimar o incenso e reconhecer César
como senhor, o cidadão podia ir embora e adorar qualquer deus que desejasse,
contanto que a adoração não afetasse a decência e a ordem pública.
Assim, vemos que o culto a César era, sobretudo, um teste de
lealdade política; era um teste para saber se o indivíduo era um bom cidadão.
Caso se recusasse a realizar a cerimônia de reconhecimento de César, era
automaticamente marcado como traidor e revolucionário. A exaltação do
imperador, portanto, gerou um problema para os cristãos, pois estes não
deixavam de orar pelo imperador em suas reuniões, mas se recusavam a orar para
ele, quer em particular, quer em público.
Acadêmicos estudaram as moedas romanas e descobriram uma
semelhança impressionante entre os louvores que os cristãos ofereciam em
adoração a Cristo e a adulação que os cidadãos romanos direcionavam ao
imperador reinante. As moedas, que costumavam celebrar as bênçãos que o
imperador traria ao mundo, anunciavam seu reinado da seguinte maneira: “Salve,
senhor da terra, invencível, poder, glória, honra, bendito, grande, digno és tu
de herdar o reino”.
D) As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas.
De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia,
eram vetada a entrada dos estranhos.
Orgias: A suspeita de que as reuniões cristãs fossem orgias
sexuais e disfarces para todo tipo de crime tomou conta da imaginação popular
com uma força terrível. Essas graves acusações provavelmente surgiram de um
fato característico da natureza humana: o segredo gera desconfiança. Quando
descobriu que não podia participar dos cultos cristãos, o povo simplesmente deu
asas à imaginação, passando de rumores a ódio. Os cristãos foram acusados de
uma série de práticas, mas, na maioria das vezes, de pecados sexuais e de
canibalismo. A acusação de tamanha imoralidade originou-se do fato de que uma
das reuniões cristãs chamava-se Ágape, a festa do amor, e também do santo
ósculo da paz que os cristãos davam uns nos outros. O beijo acabou se tornando
tão suscetível a ofensas que as igrejas abandonaram a prática quase por
completo.
Canibalismo: A acusação de canibalismo provavelmente teve
início porque a ceia era praticada em segredo. Os pagãos não sabiam o que
acontecia nessas reuniões fechadas, mas ouviram dizer que alguém era comido. Na
última ceia, Jesus dissera: “Este pão é meu corpo. Este cálice é meu sangue.”
Os pagãos concluíram que os cristãos deveriam estar comendo carne humana e
bebendo sangue humano.
E) O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não
havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram
considerados como " niveladores da sociedade ", portanto anarquistas,
perturbadores da ordem social.
A escravidão tomou a sociedade romana como um câncer, e o
escravo, fosse homem ou mulher, estava sempre à disposição de seu senhor para
as tarefas mais subalternas. Caso não o satisfizesse, poderia ser descartado ou
até mesmo abatido como um animal sem valor. Nesse tipo de sociedade, alguns
cristãos também tinham escravos, mas os tratavam com bondade e permitiam que
tivessem os mesmos direitos dentro da igreja — um ex-escravo, Calisto,
tornou-se bispo de Roma.
3.As
10 Principais Perseguições
Principais acontecimentos das Dez Perseguições
1. Imperador Nero - 64 d.C.
a. Pedro e Paulo foram martirizados nessa perseguição
b. Praticamente nessa mesma época iniciava o cerco de
Jerusalém (66 d.C.). Em 70 d.C Jerusalém foi de fato destruída. Milhares de
judeus morreram no cerco e alguns outros milhares foram levados como escravos
para Roma. Entre as tarefas estavam a construção do Anfiteatro de Flávio,
conhecido como Coliseu Romano.
2. Imperador Domiciano - 81 d.C.
a. Segunda perseguição (a partir de 90 d.C.): Domiciano
governou de 81 a 96 d.C. e implantou em todo o império o “Culto ao Imperador”.
João, que nessa época morava em Éfeso, foi exilado na ilha de Patmos. Ele era o
último dos doze discípulos que ainda estava vivo (Timóteo também foi
martirizado nessa época).
b. A prisão do apóstolo João: segundo a tradição, João, o
último apóstolo vivo, foi lançado num caldeirão de óleo fervente, mas o Senhor
preservou sua vida. Depois disso, foi lançado na ilha de Patmos durante essa
perseguição que vai se iniciar no ano 91.d.C..
A história conta que o apóstolo foi preso no ano 95 d.C., no
entanto Domiciano morreu em 96 d.C. e o imperador chamado Nerva assumiu em seu
lugar. Uma de suas primeiras medidas políticas foi libertar todos os
prisioneiros de Dominciano, inclusive João.
João sai da ilha de Patmos, retorna para Éfeso e, segundo a
tradição, vai morrer aproximadamente no ano 100 d.C. na cidade.
3. Imperador Trajano - 108 d.C.
a. Uma curiosidade sobre essa perseguição é que no início do
governo de Trajano ela não existiu, mas sendo influenciado a suspeitar deles,
determinou que se renovassem a perseguição, e, sendo possível, que se
exterminasse a nova religião.
Nos dias de Trajano havia uma “campanha” para que cidadãos
do império denunciassem cristãos. Eles eram tragos diante do tribunal, e caso
confirmassem sua fé em Cristo, eram martirizados. Ou seja, era a religião, e
não apenas os seus adeptos que Trajano odiava.
b. Inácio, Bispo de Antioquia, foi martirizado nessa época.
Inácio - na época já bem idoso - impediu um grupo de irmãos que queriam
“sequestrá-lo” para impedir que fosse morto pelo império. Ele respondeu que o
deixassem ir, pois não havia maior privilégio do que morrer por Cristo. Ele
declarou que a morte aqui não é o final, é apenas a porta de entrada para a
verdadeira vida.
c. Nessa época surgiu uma certa divisão dentro da igreja.
Pois alguns cristãos temendo a morte diziam não ser cristãos diante do
tribunal, e após serem absolvidos voltaram para a comunidade cristã que eles
faziam parte. Dentro da liderança da igreja, havia os que aceitavam perdoá-los
e reintegrá-los, mas também aqueles que diziam que porque havia negado a
Cristo, não podiam mais fazer parte da igreja.
4. Imperador Marco Aurélio - 162 d.C.
a. Trajano morreu em 117 d.C., Adriano o sucedeu e depois
Antônio Pio. Durante o governo de Antônio Pio a igreja teve paz. Foram 30 anos
sem perseguições e a palavra de Deus se espalhou por todas as províncias
romanas, e a mensagem de Cristo foi levada até as extremidades da Gália (atual
França) e da Assíria.
b. Contudo, com a subida de Marco Aurélio ao trono começou
uma nova perseguição. Policarpo, que era Bispo em Esmirna, foi o principal
mártir dessa perseguição, falecendo em sua cidade cruelmente assassinado aos 86
anos.
Ainda nessa época, a igreja considerava a mesma simplicidade
e essência de culto que a Bíblia registra em Atos. Isto é comprovado por uma
carta que Justino escreveu sobre como era a igreja naquela época. Esse mesmo
Justino - que era Bispo de Roma - foi martirizado nessa época.
5. Imperador Severo - 192 d.C.
a. Nenhuma outra perseguição excedeu em barbaridade - nem
antes e nem depois - a perseguição que Severo realizou em seus dias. Ele
rebentou uma terrível perseguição contra os cristãos do norte da África.
Tertuliano tentou apelar ao governante do império daquela região, mas ele o
ignorou. Diante disso, Tertuliano declarou:
“A vossa crueldade será a nossa glória. Milhares de pessoas
de ambos os sexos e de todas as classes, hão de se apressar ao martírio. Nós
iremos exaurir os vossos fogos e cansar as vossas espadas; Cartago será
dizimada. As principais pessoas da cidade, talvez até mesmo os vossos amigos
mais íntimos e os vossos parentes hão de ser sacrificados. A vossa contenda
contra Deus será em vão!”
b. Ele lançou um decreto que era proibido tornar-se cristão.
A partir desse momento, o cristianismo não era apenas perseguido, mas sim
proibido em todo o império romano. Isso fazia com que todos os cristãos
tivessem a “certeza” de que estavam condenados à morte.
Até então, os cristãos sabiam que poderiam ser perseguidos,
julgados e martirizados. Mas a partir de agora, tornar-se cristão era declarar
que aceitava morrer por Cristo. Nessa época, Irineu de Lyon (um dos maiores
teólogos dos primeiros séculos) foi martirizado em também foi martirizada uma
moça chamada Perpétua aos 22 anos de idade.
6. Imperador Maximino - 235 d.C.
a. Essa perseguição começou quando o Traciano Máximo
(Maximino) subiu ao trono em 235 d.C. Essa perseguição durou apenas 3 anos.
b. A causa dessa perseguição foi ridícula. Maximino tinha um
ódio terrível de seu antecessor Alexandre, e para manifestar o seu ódio e
repúdio a ele mudou toda a política do reinado de Alexandre. Ele tinha tratado
os cristãos com bondade, e isso foi o suficiente para que esse malvado tirano
tratasse os cristãos com severidade
7. Imperador Décio - 249 d.C.
a. Esse foi um tempo anormal neste período de perseguições.
Houve alguns anos de paz antes de Décio assumir o trono, e a igreja por falta
de zelo, começou a sentir-se cansada de estar em santa separação do mundo, e os
bispos cristãos, ensoberbecidos por seu poder e importância, começaram a
aceitar colocações na corte e começaram a acumular riquezas colossais.
Devido a esse princípio de apostasia, muitos cristãos
mostraram-se flexíveis diante do período de perseguição que veio nos dias de
Décio.
A grande prova disso é que depois que Fabiano, Bispo de
Roma, foi martirizado por Décio, ninguém teve coragem de ocupar seu lugar. Os
poucos cristãos que ainda permaneceram fiéis foram cruelmente perseguidos e
torturados.
Há um relato de sete soldados romanos cristãos que morreram
à fome numa caverna em que estavam refugiados, pois o imperador ordenara que a
estrada fosse fechada. Nessa época, Orígenes também foi martirizado.
O imperador Décio (249-251) deu mais um passo importante na
questão da perseguição. O culto a César passou a ser universal e obrigatório
para todas as raças e nações dentro do império, com a única exceção dos judeus.
8. Imperador Valeriano - 257 d.C.
a. A partir de 257, o imperador Valeriano, além de manter a
lei de proibição estabelecido por Sétimo Severo, decidiu também confiscar todos
os bens que pertenciam a cristãos. Além disso, esse terrível imperador também
ordenou as cópias de todos os textos cristãos que fossem encontrados (cópias
dos evangelhos, de textos paulinos e de todo outro livro de origem cristã)
queimados.
b. Nessa época, o Bispo Sisto II - que havia aceitado ser
líder da igreja em Roma - foi decapitado em pleno culto enquanto ministrava o
ato da ceia. Durante esta perseguição, morreram também Cipriano, Bispo de
Cartago, e Orígenes de Alexandria, ambos considerados “pais da igreja”. Um
outro caso interessante de martírio dessa época foi o de Cirilo, um adolescente
que não negou a sua fé diante da perseguição imperial.
9. Imperador Diocleciano - 303 d.C.
a. Antes de Diocleciano assumir o poder a igreja teve um
período de quase 50 anos de paz. No entanto, esse tempo sem perseguição em vez
de fazer bem, acabou fazendo mal aos cristãos. O escritor A. Knight escreve que
“Nesse tempo a igreja tinha diminuído em poder espiritual, mas tinha aumentado
em soberba e ambição mundana, e a simplicidade do seu culto quase se ofuscou
por ritos mais judaicos do que cristãos”.
b. E isto não era tudo. Muitos empregavam os seus dons
espirituais em ostentação em vez de usarem-nos para edificação, e aqueles que
tinham o privilégio de poder alimentar o rebanho de Deus deixavam o seu encargo
sagrado e ocupavam-se na acumulação de riquezas. Esbanjavam e acumulavam tanta
riqueza que ouviu-se um pagão dizer “Façam-me Bispo de Roma que eu logo me
tornarei um cristão”.
c. No meio dessa apostasia começou a nona perseguição
imperial. Diocleciano promulgou o Edito de Extermínio, que era a autorização
para que qualquer cidadão do império executasse os cristãos onde eles fossem
achados. Durante essa perseguição, houve um cálculo de 3 a 4 mil cristãos
mortos. Templos construídos nos anos de paz foram destruídos e houve uma
ocasião que a mando do imperador os cristãos foram presos dentro de um templo e
incendiados vivos.
10. Imperador Galério - 305 d.C.
a. Esta foi a última perseguição. Galério manteve o Edito de
Extermínio que havia sido implantado por Diocleciano e continuou a matança de
milhares de cristãos.
b. Nessa época publicaram outros dois editos:
Primeiro: ordenando a destruição de todo templo que ainda
restasse e de todos os escritos sagrados.
Segundo: determinando que todos os que pertencessem à ordem
clerical fossem presos.
4.A
morte dos apóstolos (100 a 313 d.C. sendo a primeira perseguição em 64 d.C.)
Mateus - Sofreu martírio pela espada na Etiópia
Tiago - Foi decapitado em Jerusalém
Tiago, o Menor - Foi lançado de um pináculo do Templo e
depois espancado até a morte
Felipe - Foi enforcado em uma coluna na Frígia, atual
Turquia
Bartolomeu - Foi esfolado vivo em Albanópolis
André - Foi morto em uma cruz, e pregou ali aos seus
perseguidores, em Patras, na Grécia
Matias - Foi primeiro apedrejado e depois decapitado em
Jerusalém
Pedro - Foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, na
Itália
Tomé - Sofreu uma flechada de lança no peito, em Malipur, na
Índia
Judas Tadeu e Simão, o Zelote - Morreram juntos como
mártires na Armênia
Marcos* - Sofreu martírio em Alexandria (Egito), depois de
ser arrastado pelas ruas da cidade.
Lucas* - Foi enforcado em uma Oliveira, na Grécia
Como os Imperadores morreram: A morte dos imperadores
5.A
Morte dos Imperadores:
No entanto, é necessário também comentarmos e compararmos
como morreram esses perseguidores. Veja o fim miserável dos perseguidores:
● Nero, Diocleciano e Maximiano se suicidaram;
● Domiciano, Cômodo e Aureliano foram assassinados;
● Adriano morreu em agonia gritando “Quão desgraçado é
procurar a morte e não encontrá-la”;
● Décio foi covardemente assassinado e o seu corpo dado a
abutres e animais ferozes;
● Valeriano, depois de ser preso por Sapor, rei da Pérsia,
passou a ser usado como um “banco” onde o rei subia para montar em seu cavalo,
e depois de sofrer sete anos esse e outros insultos, foram-lhe arrancados os
dois olhos e esfolaram-no vivo;
● Valério foi acometido por uma doença terrível e, assim
como Herodes, teve seu corpo comido por bichos.
A perseguição em muitos casos, ajudou a divulgar a fé cristã
— por exemplo, os martírios costumavam ser testemunhados por milhares de
pessoas no anfiteatro. O termo mártir significava “testemunha”, e é
precisamente dar testemunho o que muitos cristãos realizavam no momento da
morte. O público romano era duro e cruel, mas não completamente desprovido de
compaixão. Não há dúvida de que a atitude dos mártires, e particularmente das
jovens mulheres que sofriam juntamente com os homens, causaram uma impressão
profunda na população de Roma. Em várias ocasiões, o que encontramos é uma
coragem tranquila frente ao tormento, gentileza com os inimigos e uma aceitação
jubilosa do sofrimento como o caminho apontado pelo Senhor para o reino
celestial. Há um grande número de casos de pagãos que se converteram ao
testemunhar a condenação e morte de cristãos. Por essas e outras razões, as
igrejas cristãs multiplicaram-se até o ponto em que Roma não mais conseguiu
ignorar ou suprimir a fé. (Atos 8.1-4).
A atual perseguição contra os cristãos: https://www.gospelprime.com.br/cresce-a-violencia-contra-cristaos-no-mundo/
A Igreja do Senhor Jesus segue marchando e triunfando (Mt
16.18)
Principais
Fontes:
Curso Médio De Teologia: Por Marcelo Miranda Cavalcanti
História do cristianismo: Uma obra completa e atual sobre a
trajetória da igreja cristã desde as origens até o século XXI - Bruce Shelley,
Giuliana Andrea Niedhardt
História da Igreja – Matheus Soares
Wikipédia
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