Pentecostalismo X Racionalismo
O culto à Razão: Em busca dos fundamentos
O
ESPÍRITO DA ÉPOCA DA RAZÃO - Introdução:
A Idade Média e a Reforma foram séculos de fé no sentido de
que a razão servia à fé, de que a mente obedecia à autoridade — no caso dos
católicos, a autoridade da Igreja; no caso dos protestantes, a autoridade da
Bíblia (no caso dos católicos, o Ser de Deus, a Criação, Moral, Ser de Cristo e
sua obra). Em ambos os casos, porém, a palavra de Deus tinha primazia, e não os
pensamentos humanos, e a preocupação básica do homem nesta vida era sua
preparação para o porvir.
Depois surgiu o a época da razão que era nada menos do que uma
revolução intelectual, uma maneira totalmente nova de olhar para Deus, para o
mundo e para si mesmo; podemos dizer que esse foi o nascimento do secularismo.
A época da razão repudiou toda a história cristã, substituindo a fé pela
razão, e a preocupação básica do homem já não era mais a preparação para a
próxima vida, mas a felicidade e a realização neste mundo; e a mente do homem,
não sua fé, era o melhor guia para a felicidade — não as emoções, os mitos ou
as superstições.
Isto iniciou-se com a Renascença antes da Reforma
Protestante e gerou vários pensamentos filosóficos como: Racionalismo/ Iluminismo
/ Deísmo / Liberalismo Teológico.
1.
A RENASCENÇA: Antes da Reforma
A palavra significa renascimento e refere-se à recuperação
dos valores das civilizações clássicas grega e romana que foram expressos na literatura,
na política e nas artes.
A leitura do texto em seu idioma original, por sua vez, era
o nível mais elevado nessa iniciativa de edificação da alma. Todos os
principais reformadores adotaram essa abordagem humanista renascentista aos
textos e passaram a acreditar que precisavam ter contato com a Bíblia em seu
idioma original. Talvez o melhor exemplo da volta do espírito classicista tenha
sido Erasmo de Roterdã (1467-1536).
Saiba mais sobre a Renascença clicando no Link: https://tiagoluispereira.blogspot.com/2020/08/renascimento-e-humanismo.html
A Renascença tinha uma visão positiva da natureza do homem e
do universo em si. Essa confiança no homem e em suas capacidades floresceu e
espalhou-se pela atmosfera do Racionalismo e Iluminismo.
2.O
Racionalismo:
O
Grande Racionalismo Clássico (1600): Depois da
Reforma 1517
Principal
Pensador: René Descartes (1596-1626)/ Influências: Aristóteles / Definição: O racionalismo é em parte, a
base da Filosofia, que prioriza a razão como o caminho para se alcançar a
verdade/ Objetivo:
O racionalismo tem como principal objetivo teorizar o modo de conhecer dos
seres humanos, 1°não aceitando qualquer
elemento empírico como fonte do conhecimento verdadeiro. O racionalismo
defende que a 2°única forma plausível e
aceitável de conhecimento correto do ser humano é a razão e a capacidade de
raciocinar (Física/ Química/ Biologia). Para os filósofos racionalistas, 3°todo o conhecimento que advém da experiência
prática (empírica) deve ser rejeitado, pois é passível ao erro e pode nos
enganar. Nesse sentido, filósofos como o francês moderno René Descartes propõem
uma espécie de ceticismo quanto ao conhecimento proporcionado pela experiência
captada pelos sentidos do corpo.
2° Esta filosofia gerou o ceticismo: Só é real, verdadeiro
aquilo (concretas, visíveis) que pode ser analisado, estudado e comprovado
racionalmente; Utilizam-se do método científico para comprovar os fenômenos
naturais e saber de fato o que é verdade e o que é mito;
Problemas:
A) Cristianismo: Desconsidera
os milagres, o sobrenatural, fortalecendo o ateísmo (Deus não existe) – Pois
não posso ve-lo e comprova-lo cientificamente, aqui se fundamenta as teorias
como o Big-Bang e o Evolucionismo; Mas a Bíblia Sagrada, não que ela precisa
disto para ser verdade, dia após dia vem sido respaldada pela ciência e
arqueologia e tantas outras disciplinas.
B) Pentecostalismo: Os cessacionistas infelizmente caíram nos laços desta filosofia:
Com isto, eles não creem na atualidade dos dons (carismáticos), tentam explicar cientificamente o fenômeno da xenoglossia (o dom de falar em outras línguas), dizem que é apenas um relaxamento mental.
No período que marca a virada do século 16 para o 17, alguns teólogos começaram a atacar o calvinismo, através do uso da razão. De uma maneira geral, reagiram à confessionalidade e à disciplina, chamando-as, respectivamente, de dogmatismo e intolerância. Nos anos que se seguiram ao Sínodo de Dort (1618-19), que tratou da controvérsia arminiana na Holanda, os adeptos do uso da razão ou racionalistas, por fazerem oposição ao calvinismo, foram englobados no contexto arminiano, pois, especialmente na Holanda reformada e na Inglaterra puritana, quem não era calvinista era tido como arminiano. Essa classificação generalizada, por algum tempo, serviu para encobrir os racionalistas. https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2018/11/4-As-ra%C3%ADzes-hist%C3%B3ricas-do-liberalismo-teol%C3%B3gico-Jos%C3%A9-Roberto-da-Silva-Costanza.pdf
Depois os calvinistas organizaram a Assembleia de Westminster (1643-1649) que constituiu o ponto culminante na elaboração confessional reformada, a Confissão de Westminster o qual tornou-se os padrões doutrinários mais aceitos pelos reformados ao redor do mundo.
A Confissão de Fé de Westminster 1647 (Reformada – Cessacionista).
A CFW é cessacionista. E, isto pode ser comprovado com base
em três preposições extraídas de seu primeiro capítulo: http://bereianos.blogspot.com/2014/06/a-confissao-de-fe-de-westminster-e.html
1. A cessação da revelação especial
pelos antigos modos – CFW I.1
2. A declaração da suficiência das
Escrituras: “nada se acrescentará” – CFW I.6
3. O Espírito Santo fala por meio da
Escritura Sagrada – CFW I.10
Baseados aqui afirmam que:
A) Dom de profecia cessou: os
dons de Apóstolos e Profetas foram necessários até a formação do Cânon; Então
deduzem, se a revelação está completa (tudo está Bíblia), hoje já não temos
mais Apóstolos e Profetas, pois estes dons já cessaram, assim não precisamos
mais de nenhuma revelação através das profecias, portanto este dom já não
existe mais, ele cessou.
“Se o dom do
apostolado acabou, então outros dons podem ter cessado também, uma vez
que o fundamento foi lançado pelos apóstolos e pelos profetas (Efésios 2.20).
Concluo a partir desse ponto que o dom de profecia também cessou”; Publicado
pelo Blog: Voltemos ao Evangelho - Editora Fiel: https://tiagoluispereira.blogspot.com/2020/07/pentecostalismo-biblico-e-historico.html
Refutação: Quem é que pode afirmar quais dons cessaram? Não há nenhuma referência bíblica dizendo que o dom de profecia cessou, simplesmente ele faz uma dedução, se esta dedução sobre a dom de profecia estivesse em outro texto bíblico, OK! Mas não têm! Eles confundem o dom de profecia com o dom de profeta, é bom discernirmos que existe o dom de profeta (Ef 4.11) e o dom de profecia (1Co 12.10), o fato de profetizar não quer dizer que alguém exerce o ministério de profeta, por exemplo das filhas de Filipe (At 21.9) elas profetizavam mas não eram profetas.
Outro artigo que defende a mesma
ideia: “Parece de fato lógico
pensar que os dons revelacionais não estão mais em atividade no mundo
justamente porque Deus já revelou tudo o que era necessário para nossa salvação
e aperfeiçoamento espiritual, e estas coisas estão registradas na Bíblia (2Tm
3.16-17). Tudo o que uma pessoa precisa para ser "perfeito e perfeitamente
habilitado para boa obra" já foi registrado na Escritura (2Tm 3.17).
Então, qual seria o sentido de Deus continuar revelando mais coisas assim? Por
isso, quando continuamos buscando novas formas de revelação normativa, de certo
modo estamos dizendo que o registro bíblico é insuficiente, e esta, sem dúvida
é uma atitude perigosa”. Igreja Presbiteriana de Santo Amaro: https://www.ipsantoamaro.com.br/Artigos/a-respeito-dos-dons-espirituais-continuacionismo-ou-cessacionismo.html
Refutação: De fato cremos na revelação normativa (Regra de fé e conduta) de Deus na sua palavra; Paulo afirma que eles inspirados pelo Espírito Santo poderiam ministrar, entregar a mensagem profética para igreja e não temos como afirmar qual o conteúdo destas profecias, pois elas não precisam necessariamente tratar de assuntos como salvação, santificação, Pessoa e obra do Senhor Jesus, contudo, seja qual for a mensagem, se ela realmente for de Deus e estiver compatível com a Bíblia Sagrada, ela será para a edificação, exortação e consolação (1Co 14.3). Há grande indícios de acharem que os pentecostais concordam com o conceito de Montano 150 d.c, que dizia que estava na era do Espírito Santo e que este ainda trazia “novas revelações” pois as Escrituras não eram suficientes. Aliás, Deus pode hoje usar uma pessoa em profecia, trazendo uma mensagem semelhante a de um texto bíblico em que a igreja deve se atentar naquele momento, mesmo nós tendo a Bíblia Sagrada como uso individual para nos alimentar espiritualmente, Deus usa os seus servos para nos trazer ensinos, que nós até mesmo conhecemos mas que precisamos ouvir e nos atentar naquela ocasião.
Outro argumento: “O que algumas pessoas atualmente chamam de
“profecias” são na verdade impressões de Deus”. “Eu amo meus irmãos e
irmãs carismáticos, mas o que eles hoje chamam de “profecia” não é na verdade o
dom de profecia bíblico. Impressões dadas por Deus não são a mesma coisa que
profecias”. Publicado
pelo Blog: Voltemos ao Evangelho - Editora Fiel: https://tiagoluispereira.blogspot.com/2020/07/pentecostalismo-biblico-e-historico.html
Refutação: Bem como este cessacionista relatou: “algumas pessoas atualmente”; “irmãos e irmãs carismáticos”. A questão é: Quem são estas pessoas que ele se refere? Um neófito na fé? Algum fanfarrão no meio pentecostal ou neopentecostal? Se for, também concordo! Mas pelo que vejo, ele desconhece as verdadeiras manifestações espirituais no meio de pessoas sérias, convertidas à Cristo, separadas do mundanismo, que conhecem e amam a palavra de Deus e aguardam à segunda vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O problema, é que muitos querendo defender suas teses ou desqualificar um grupo, não recorrem as fontes originais, não observam as várias correntes possíveis dentro daquele segmento e usam justamente os “frutos verdes e podres” para construírem seus argumentos, assim como o “povão” faz com os padres, pastores, políticos e tantos outros. Pessoalmente já recebi muitas profecias e muitas delas se cumpriram fielmente na minha vida! Infelizmente existem falsos profetas que lançam as suas “profetadas”, mas isto não desqualifica os verdadeiros profetas e as genuínas profecias; Deus ainda fala hoje, não somente pelas Escrituras mas também através de servos e servas.
Acerca da profecia e o Sola Scriptura: https://open.spotify.com/episode/344mNBswq4Mqszek0kbaDa?si=KRi1iPghQYe0QGVd3E6GcQ
B) Dom de línguas cessou: “Em 1Coríntios 14.1-5 e Atos 2.17-18 também
sugerem que as línguas, quando interpretadas (ou compreendidas), são
equivalentes à profecia. Parece, então, que os dons de profecia e de línguas
estão intimamente relacionados. Se a profecia já cessou, então é provável que
as línguas também tenham cessado”.
Refutação: Onde está escrito
que o dom de profecia e de línguas cessaram? O problema está na sua simples
dedução e ele confunde o dom de profeta com o dom de profecia. É bem provável
também, que ele desconheça o fato de que muitos dons, incluindo os dons
carismáticos, se manifestaram mesmo depois da morte dos apóstolos. Apesar de
termos poucos registros (protestante e secular), eles comprovam esta verdade e
atualmente historiadores sérios estão revisando a história da igreja para
inserir estas muitas manifestações que ocorreram.
Outra Crítica Cessacionista: Baseado
nisto, eles afirmam que as línguas da Bíblia Sagrada eram idiomas inteligíveis
e as línguas de hoje são incompreensíveis, pois isto não são legítimas.
“Também não é
convincente dizer que o dom citado em 1Coríntios 12-14 é de natureza diferente (isto
é, expressões de êxtase). A palavra “línguas” (glōssa) denota um código
linguístico, uma linguagem estruturada, e não vocalização aleatória e livre”.
Ou seja, as línguas da Bíblia era um idioma (palavras
definidas, claras) e as línguas de hoje balbucios (palavras indefinidas,
monossilábicas-repetitivas).
Refutação: Gutierres Siqueira
O fato de dizer que a língua sobrenatural no Novo Testamento era apenas idiomas humanos não leva à conclusão que a glossolalia atual seja falsa. Isto só seria possível se provasse (ou tentasse provar) exegeticamente e hermeneuticamente a cessação do dom de línguas para a Igreja Cristã depois da era apostólica. Isto é deixar a teologia de lado e se dedicar à antropologia e suas derivações – como a linguística. É querer racionalizar, comprovar humanamente o dom de línguas que é algo sobrenatural. Entre pentecostais há especialistas em grego e hebraico, poliglotas, linguistas e aqueles que trabalham com comunicação… É até ofensivo insinuar indiretamente que essas pessoas não sabem discernir entre o balbuciar infantil e um idioma.
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