quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A Questão do Sábado






Introdução:

A) Sábado em Hebraico é shabbat, em Grego é sabbaton, ambas as essas expressões significam repouso, cessação, aponta pro sétimo dia que Deus descansou de sua obra (Gn 2.1-3)

B) A observação do Sábado pelos israelitas, imitando a Deus, em não trabalhar no dia de Sábado, transformou-se no sinal do Pacto Mosaico e no quarto dos dez mandamentos (Ex 20.8-11)

C) Era um dos sinais externos da aliança de Deus com Israel (Ex 31.12-18); Após a morte de José, os israelitas viraram escravos, trabalhavam incansavelmente dia após dia sem descanso algum, sendo maltratados, afligidos por Faraó, essa foi um dos motivos que o povo clamou a Deus e Ele os atendeu (Ex 1.8-14/ Ex 2.23-25); (Dt 5.12-15).

D) O Sábado tinha como propósito o descanso social e uma devoção espiritual.

E) O quarto mandamento era guardar o Sábado, os anciãos e escribas judeus, desenvolveram o moed que era a segunda ordem do mishná, continha 39 preceitos sobre o Sábado, não pode isso, não pode aquilo, e inclusive não podiam andar mais que 1 km pois era considerado esforço, trabalho (At 1.12 – 2 mil côvados ou 940 mts).

Jesus Senhor do Sábado (Mt 12.1-8)

Vs.1: Ao caminhar pelas searas, os discípulos de Jesus estavam com fome e exerceram seu privilégio legal de colher e comer as espigas (Dt 23.25)

Vs.2: Para os fariseus, que deviam estar passeando pelos mesmos campos, o ato pareceu ilícito porque envolvia a quebra do Sábado. Rabinicamente interpretado, colher espigas era trabalho (Ex 20.10) Até então pareciam estarem certos; Jesus então aceita o debate.

Vs.3-4: A primeira réplica de Cristo cita Davi e os pães da proposição (1Sm 21.1-6). Embora a Lei divina restringisse os pães da proposição aos sacerdotes (Lv 24.9), a extrema necessidade humana invalidava este regulamento, e os rabis o compreendiam assim.

Ezequias Soares- Jesus ensina que é uma lei cerimonial, coloca na mesma categoria dos pães da preposição (Mt 12.2-4), (Ex 29.32-33); (Lv 22.10); (1Sm 21.3-6) falava a respeito de onde Davi fica sem culpa pois estava faminto e ninguém o recriminou.

Vs.5-6: Uma segunda ilustração mostra que a lei do descanso sabático não era absoluta, pois dos sacerdotes se exigia pela própria lei que trabalhassem no sábado (Nm 28.9-10). O argumento é, se os sacerdotes não são culpados ao trabalhar no sábado para promoção da adoração no templo, quanto menos culpa têm os discípulos em usar o Sábado para a obra de Cristo, que é a realidade para a qual o Templo apontava.

Ezequias Soares- Os sacerdotes violam o Sábado e ficam sem culpa (Mt 12.5), pois tinham que sacrificar animais (Nm 28.9), se os sacerdotes não tinham culpa, quanto mais seus discípulos que tinham como Mestre o Senhor do Sábado.

Esequias Soares- Circuncisão no Sábado (Jo 7.19-24) Jesus coloca o Sábado como lei cerimonial, coloca-a abaixo da circuncisão, se fosse uma lei moral, não poderia ser quebrada por uma lei cerimonial que é a circuncisão.

Vs.7: O terceiro argumento de Cristo aponta a má interpretação farisaica de (Os 6.6) "Misericórdia 
quero e não holocausto" (Mt 9.13).

Deus quer corações quebrantados e não formalistas religiosos (1Sm 15.22); (Sl 51.16-19); (Is 1.11-17)

Vs.8: Considerando que Jesus, como Filho do Homem, é o Senhor do Sábado, os discípulos que usaram no dia de Sábado o seguiram, faziam-no de maneira apropriada.

O Sábado no Novo Testamento:

1. " Não terás outros deuses diante de mim" (Ex 20.3).
1.  "...vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra..." (At 14.15).

2. "Não farás para ti imagem de escultura" (Êx 20.4).

2.  "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (Jo 5.21).

3. "Não tomaras o nome do Senhor teu Deus em vão" (Ex 20.7).

3. "... não jureis nem pelo Céu, nem pela terra" (Tg 5.12).

4.  "Lembra-te do dia do sába­do, para o santifícar" (Ex 20.8).

4. (Não há este mandamento no Novo Testamento)

5. "Honra a teu pai e a tua mãe" (Êx 20.12).

5.  "Filhos, obedecei a vossos pais" (Ef 6.1).

6. "Não matarás" (Êx 20.13).

6. "Não matarás" (Rm 13.9).

7. "Não adulterarás" (Êx 20.14).

7. "Não adulterarás" (Rm 13.9).

8. "Não furtarás" (Êx 20.15).

8. "Não furtarás" (Rm 13.9).

9. "Não dirás falso testemunho" (Êx 20.16).

9. "Não mintais uns aos outros" (Cl 3.9).

10. "Não cobiçarás" (Êx 20.17).

10. "Não cobiçarás" (Rm 13.9).


O Novo Testamento repete pelo menos:
                    
• 50 vezes o dever de adorar somente a Deus;

• 12 vezes a advertência contra a idolatria;

• 4 vezes a advertência para não tomar o nome do Senhor em vão;

• 6 vezes a advertência contra o homicídio;

• 12 vezes a advertência contra o adultério;

• 6 vezes a advertência contra o furto;

• 4 vezes a advertência contra o falso testemunho;

• 9 vezes a advertência contra a cobiça.

Em nenhum lugar do Novo Testamento encon­tra-se o mandamento de guardar o Sábado.

No concílio em Jerusalém ficou estabelecido que os cristãos gentios não deveriam observar as leis cerimoniais do judaísmo (At 15.19-20, 28-29). 

Naturalmente a igreja inicial especialmente na Palestina, celebrava o Sábado, pois essa prática descendia das raízes judaicas; Houve um período de transição da antiga à nova ordem. À medida que a igreja se espalhava aos países gentios, a celebração do sábado perdeu força e praticamente desapareceu. (Ap 1.10) mostra que mesmo na época dos apóstolos, o Domingo era o dia do Senhor substituía o sábado antigo.

Os Pais da Igreja: Ainda sobre o domingo como dia de festa semanal da Igreja, veja o que escreveram os seguintes

• Barnabé: "De maneira que nós observamos o domingo com regozijo, o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos".

• Justino Mártir: "Mas o domingo é o dia em que todos temos nossa reunião comum, porque é o primeiro dia da semana, e Jesus Cristo, nosso Salvador, neste mesmo dia ressuscitou da morte".

• Inácio: "Todo aquele que ama a Cristo, celebra o Dia do Senhor, consagrado à ressurreição de Cristo como o principal de todos os dias, não guardando os sábados, mas vivendo de acordo com o Dia do Senhor, no qual nossa vida se levantou outra vez por meio dele e de sua morte. Que todo amigo de Cristo guarde o dia do Senhor!"

• Dionísio de Corinto: "Hoje observamos o dia santo do Senhor, em que lemos sua carta".

• Vitorino: "No Dia do Senhor acudimos para tomar nosso pão com ações de graça, para que não se creia que observamos o sábado com os judeus, o qual Cristo mesmo, o Senhor do sábado, aboliu em seu corpo".

Champlin- Clemente de Alexandria e Hipólito também falaram do Domingo como dia de adoração dos cristãos primitivos.

Didaquê - São os escritos dos cristãos primitivos, era usada na catequese para os novos convertidos, era uma espécie de manual de princípios morais para a igreja primitiva, onde relata que o dia de adoração era no Domingo.

Portanto o que o Imperador Constantino fez foi tão somente confirmar uma prática que já vinha a tempos no cristianismo primitivo.

Fontes:


Comentário Bíblico Moody – BATISTA REGULAR

Comentário Bíblico R. N. Champlin - CANDEIA

Comentário Bíblico Beacon - CPAD

Os 10 mandamentos – Ezequias Soares - CPAD

Seitas e Heresias – Raimundo de Oliveira – CPAD

Comentário Histórico Cultural – Lawrence O. Richards - CPAD

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