Lição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
INTRODUÇÃO: A família é assunto de interesse geral, de
cristãos e não-cristãos, de religiosos e não-religiosos. Trata-se de um projeto
de Deus para os seres humanos. O livro de Gênesis traz um breve e singelo
relato de como tudo isso começou e também revela o propósito de Deus para a
família. Não existe prazo de validade para os princípios estabelecidos nessa
narrativa e eles continuam valendo na atualidade. Esse é o enfoque da última
lição.
Comentarista: Pastor Esequias Soares é líder da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, graduado em Letras (Hebraico) pela Universidade de São Paulo, Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã. Conferencista e palestrante em diversas eventos e igrejas no Brasil e no exterior, sempre alertando contra as falsas doutrinas e seitas. https://youtu.be/2Evr_JGD7Fs
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COMENTÁRIO
#1. A ORIGEM
1. O homem e a mulher: No relato da criação, ambos aparecem
juntos, mostrando a igualdade ontológica do homem e da mulher. O texto de
Gênesis 1.27 diz: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; macho e fêmea os criou". A palavra hebraica usada para "homem"
aqui é adam, que serve tanto para o nome do primeiro homem que Deus criou, como
também para "homem" no sentido de representante do ser humano,
semelhantemente à palavra grega anthropos. A expressão final, "macho e
fêmea os criou", mostra que adam, nesse versículo, diz respeito ao ser
humano. Isso revela a igualdade de ambos, macho e fêmea, homem e mulher, como
portadores da imagem de Deus; a diferença está na sexualidade (l Pe 3.7). Ao
reunir esse casal. Deus instituiu o que chamamos hoje de casamento.
* O ser humano não é fruto do
evolucionismo como dizem os néscios filósofos e cientistas, mas é obra das mãos
de Deus; E desde o princípio Deus definiu os gêneros do ser humano, macho e
fêmea, homem e mulher se unem no casamento, desfrutam da intimidade sexual e
geram filhos e filhas, formando uma família, este é o projeto perfeito de Deus.
A família é o sistema social
básico e a sociedade é formada pelas famílias, se a sociedade moderna está um
“caos”, sem sombra de dúvida a causa está na família.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Família, Projeto Divino
Na sociedade hebraica a família era
o âmago da estrutura social. Na Tanach, exclusivamente em Berê'shlth (Gênesis),
encontramos o princípio judaico-cristão da família no texto que diz: "E
disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora
que esteja como diante dele. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre
Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu
lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e
trouxe-a a Adão, E disse Adão; Esta é agora osso dos meus ossos e carne da
minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do vario foi tomada. Portanto,
deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos
uma carne, E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam'
(Gn 2.18,21-25), Segundo o filósofo Lévi-Strauss, o princípio da família é dado
pelo texto da Escritura que diz: 'deixará o varão o seu pai e a sua mãe', regra
infrangível ditada a toda a sociedade para que possa estabelecer-se e
durar" (BENTHO, Esdras Costa, A Família no Antigo Testamento; História e
Sociologia, Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p.23).
2. A formação da mulher: A Bíblia nos conta como a mulher
surgiu na história humana. Curiosamente, a formação da mulher não aparece nos
antigos registros do Oriente Médio. No relato da criação, em Gênesis, a
formação do homem só aparece uma vez (Gn 2.7), e seis vezes a da mulher
(vv.18-23). O termo "adjutora" (v.18) quer dizer "auxiliadora",
conforme vemos na Almeida Revista e Atualizada e "ajudadora", de
acordo com o que registra a Tradução Brasileira. Isso não inferioriza a mulher,
pois os termos "auxiliador" ou "ajudador" devem ser
entendidos à luz do contexto (SI 54.4; Hb 13.6). O termo hebraico, kenegdó,
"como diante dele" (v.18b), tem a ideia de "igual e
adequado" (Gl 3.28). O relato da criação pressupõe que Deus colocou o
homem com prioridade governamental (l Co 11.3), mas que ambos os sexos, homem e
mulher, são mutuamente dependentes (l Co 11.11).
*Tanto o homem como a mulher são
importantes para Deus, a mulher foi criada por Deus na mesma igualdade que o
homem, isso falando interiormente na essência de humanidade e externamente Deus
a diferenciou do homem, suas funções também eram diferentes; Deus criou o homem e lhe
confiou uma missão, e Deus criou a mulher para lhe ajudar nesta missão, que
era: Governar a Terra, lavrar e guardar o Jardim do Éden, a partir daí, Adão e
Eva foram abençoados por Deus para frutificarem e multiplicarem e encherem a
terra. (Gn.1.27-28).
#2. A FAMÍLIA
1. Conceito
de família entre os antigos hebreus: O lar é parte do clã, este parte da tribo
e esta, por sua vez, parte do povo/nação (Js 7.16-18). O lar constitui-se de
pai, mãe e filhos (SI 128.1-4), é a família nuclear. Considerando que a base da
economia do Antigo Israel era a agricultura e o pastoreio, a família nuclear
com poucos membros via-se em dificuldade por falta de mão de obra para o
sustento da casa. Por isso, ela poderia se estender com parentes próximos -
tios e primos - ou com duas ou mais gerações vivendo juntas (Gn 24.67). As
casas descobertas pelos arqueólogos mostram que essa família ampliada era
formada, em média, de 15 membros. Quando se tratava de famílias ricas,
acrescentavam-se servos e estrangeiros, como no caso de Abraão (Gn 14.14), ou
como previsto na legislação mosaica (Êx 23.12). Saul, por exemplo, aparece na
Bíblia com a menção de seu pai, avô, bisavô, trisavô, e também da tribo (l Sm
9.1,2).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A Constituição do Núcleo Familiar.
A constituição do núcleo familiar a
priori composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal
os filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros filhos, a
família tornou-se o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido. A
primeira família, formada apenas duas pessoas, tornou-se numerosa meio dos
filhos que, ao serem gerados, se inseriram ao núcleo familiar um indo diversos
papéis dentro do ema: filho, irmão, neto, primo, etc. A família não foi criada,
portanto, como um sistema fechado, mas dinâmico, e, com passar do tempo, o
número de seus membros foi aumentando gradativamente, e destes formando novos
núcleos familiares ligados por consanguinidade e afinidade. Para mencionar mais
uma vez Lévi-Strauss, este considerava que o grupo familiar tem sua origem no
casamento. Este núcleo é constituído pelo marido, pela mulher e pelos filhos
nascidos dessa união, bem como por parentes afins aglutinados a esse núcleo. No
contexto desse sistema familiar, cada membro do grupo passa por uma série de
funções ou papéis sociais determinados tanto por fatores exógenos, que estão
ligados aos cenários sociais próximos a ele, como por endógenos, ligados a
idade, sexo e maturação psicológica" (BENTHO, Esdras Costa. A Família no
Antigo Testamento: História e Sociologia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011,
pp.25-26).
2. O papel da
mulher na sociedade israelita: A tarefa do homem e da mulher era a mesma, sendo
que a mulher cuidava da casa e ajudava o marido nos trabalhos diários para
sustento da família. A sentença divina por ocasião da Queda no Éden diz:
"E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição;
com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te
dominará" (Gn 3.16). Isso significa que a mulher se dedicaria ao trabalho
da mesma forma que o homem, e também à maternidade; a mulher não é inferior,
mas o homem é o chefe e pastor do lar. Ela levava a criança no ventre e
continuava exercendo suas tarefas. Considerando questões médicas, sanitárias e
nutricionais, a gravidez era um período de alto risco para a mãe e para o bebé.
#3. PRINCÍPIOS
BÁSICOS
1. Casamento:
É a mais fundamental de todas as relações sociais. Trata-se da união íntima e
verdadeira entre duas pessoas de sexos opostos que manifestam publicamente o
desejo de viverem juntas mediante um pacto solene e legal. Não existe no
universo, entre os seres vivos inteligentes, uma intimidade maior do que a que
existe entre marido e mulher, exceto apenas entre as três Pessoas da Trindade. Deus
estabeleceu a família para companheirismo mútuo e felicidade, para uma
convivência amorosa. A declaração: "Portanto, deixará o varão o seu pai e
a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24-),
apresenta três princípios básicos sobre o casamento: monogamia (l Co 7.2),
heterossexualidade (Gn 4.1,25) e indissolubilidade (Mt 19.6).
2. Monogamia:
O termo diz respeito às sociedades que adotam o princípio do casamento de um
homem com uma única mulher e vice-versa, conforme estabelecido pelo Criador. As
palavras "e apegar-se-á à sua mulher" (v.24) apontam para o princípio
monogâmico; o texto não diz "às suas mulheres", mas, pelo contrário,
"à sua mulher". Essa verdade expressa o pensamento bíblico (l Co 7.2;
l Tm 3.2).
*Deus fez uma mulher para um
homem, Deus criou Eva e deu-a por mulher a Adão, não é projeto de Deus a
poligamia, o adultério e a prostituição.
(Hb.13.4 Venerado seja entre todos o
matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos
adúlteros, Deus os julgará).
3.
Heterossexualidade: Um dos propósitos divinos na criação do homem e da mulher é
a procriação, visando a conservação dos seres humanos na terra: "[...]
macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra" (Gn 1.27,28). Quando Deus formou a
mulher da costela de Adão, a Bíblia afirma: "[...] deixará o varão o seu
pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher" (Gn 2.24). Isso mostra que a
diferenciação dos sexos assegura as particularidades de cada um na união
conjugal, postura necessária à formação do casal. O homem se une sexualmente a
sua esposa, como resultado do amor conjugal, não só para procriar, mas para uma
vivência afetuosa, agradável e prazerosa (Pv 5.18). O relacionamento sexual
aprovado na Bíblia é o de um homem e de uma mulher dentro do matrimónio. O pai
e a mãe são o referencial para a formação tanto do menino quanto da menina.
Acima de qualquer exemplo, o comportamento estabelecido para o homem e para a
mulher deve vir da Palavra de Deus.
*Deus criou o homem Adão e a
mulher Eva e os uniu, os abençoou pra frutificar e multiplicar, gerar filhos e
filhas. A vontade de Deus é que o homem seja homem tanto no interior como no
exterior e da mesma forma a vontade de Deus é em relação a mulher, do contrário
disso é pecado, é errar o alvo proposto por Deus.
(Romanos 1: 26. Pelo que Deus os
entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural
no que é contrário à natureza; 27. Semelhantemente, também os varões, deixando
o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os
outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida
recompensa do seu erro).
4.
Indissolubilidade: A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem:
"e serão ambos uma só carne" (v.24b). O Senhor Jesus Cristo disse que
essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento (Mt 19.6). O
voto solene de fidelidade um ao outro "até que a morte os separe",
que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera formalidade
(Ml 2.14). O casamento só termina pela morte de um dos cônjuges (Rm 7.3), pela
infidelidade conjugal (Mt 5.32; 19.9) ou pela deserção por parte do cônjuge
descrente (l Co 7.15).
*Lembremo-nos que o pecado
trouxe a morte, e quando Deus uniu Adão e Eva em matrimônio, eles ainda não
tinham pecado, o desejo de Deus é que eles vivessem juntos por longos anos, com
a entrada do pecado, agora eles deveriam ser fieis até a morte.
Devemos levarmos muito a sério
esse conceito bíblico, o casamento não pode ser desfeito por qualquer “coisinha”
ou por qualquer “briguinha”, são votos que fazemos ao nosso cônjuge, na
presença de Deus, do ministro, testemunhas, familiares e amigos. Voto
Tradicional:
“Eu (nome do noivo ou da noiva)
recebo a ti, (nome do noivo ou da noiva), como minha legítima esposa (ou meu
legítimo marido),
Prometo ser fiel,
Amar-te e respeitar-te
Na alegria e na tristeza,
Na saúde e na doença,
Na riqueza e na pobreza,
Por todos os dias da nossa vida
Até que a morte nos separe”
CONHEÇA MAIS
A natureza indissolúvel do casamento
"'Portanto, deixará o varão o
seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne' (Gn
2.24). O Senhor Jesus Cristo disse que essa passagem bíblica significa a
indissolubilidade do casamento: 'Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem' (Mt 19.5,6). É uma união
íntima entre duas pessoas de sexos opostos que assumem publicamente o
compromisso de viverem juntas; é uma aliança solene, um pacto sagrado, legal e
social." Para conhecer mais, leia Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da
Bíblia, CPAD, pp. 16,17.
#4. O DESAFIO
DA IGREJA
1. Institucionalização
da iniquidade: A tendência humana é desafiar a Deus em tudo; isso vem desde a
Torre de Babel (Gn 11.4) e vai continuar até o final dos tempos. E com a
sagrada instituição da família não é diferente, uma vez que Deus a instituiu
como união entre um homem e uma mulher (Gn 2.24; 1.27,28), o atual sistema de
coisas quer institucionalizar a iniquidade ao considerar legítima diante de
Deus a união de pessoas do mesmo sexo. É ir longe demais, em uma verdadeira afronta
a Deus (Lv 18.22; 20.13). A Bíblia condena a prática homossexual, ou pecado de
Sodoma, para usar o termo bíblico (Dt 23.17; Jd 7). O avanço dessa prática é um
dos sinais do fim dos tempos (Lc 17.28-30). A Bíblia condena de maneira direta
tal estilo de vida (Rm 1.26,27; l Co 6.10; l Tm 1.9,10).
*Diante dessa realidade temos:
A) Continuarmos fiéis a palavra
de Deus e rejeitarmos a as obras das trevas (Ef.5.3-11).
B) Ensinarmos os valores
bíblicos para nosso filhos.
C) Vigiarmos em relação O QUE
NÓS E NOSSOS FILHOS ESTÃO ASSISTINDO, NOVELAS, FILMES, DESENHOS E JOGOS.
D) Vigiarmos em relação QUAL TEM
SIDO AS AMIZADES DE NOSSOS FILHOS E POR ONDE ELES TEM ANDADO.
E) Orarmos e intercedermos por
nossos filhos para que Deus os guarde deste século mal.
2. A inversão
de valores: O que se vê hoje é a tentativa de tornar o errado certo e o certo,
errado (Is 5.20). O mundo atual está invertendo os valores em busca do
hedonismo, ou seja, a procura indiscriminada do prazer, gozo sensual, deleite
sexual (l Jo 2.16). Mas essas autoridades vão prestar contas de tudo isso (Is
10.1). Esse também era o desafio da Igreja do período apostólico. O apóstolo
Paulo denunciou também essa inversão de valores, dizendo que "mudaram a
verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito eternamente. Amém!"(Rm 1.25; ARA).
Leia essa notícia:
CONCLUSÃO:
Diante do exposto, entendemos que Deus criou o homem e a mulher para ser
mutuamente dependentes, entretanto, cada um em sua particularidade, para
juntos, com os filhos, "a herança do Senhor", formarem um núcleo
familiar. Essa é, então, a primeira estrutura social humana.
Por: Pb. Tiago
Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus – missões)
Cristais – Mg
19/09/17
Gmail:
tiagoluispereira1@gmail.com
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