quinta-feira, 27 de julho de 2017

Lição 5 A Identidade do Espírito Santo


Lição 5 A Identidade do Espírito Santo

INTRODUÇÃO: As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífco. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.

Comentarista: Pastor Esequias Soares é líder da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, graduado em Letras (Hebraico) pela Universidade de São Paulo, Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã. Conferencista e palestrante em diversas eventos e igrejas no Brasil e no exterior, sempre alertando contra as falsas doutrinas e seitas. https://youtu.be/2Evr_JGD7Fs 



                                         Faça o Download da Lição
(Fazendo o Download da lição, o arquivo fica no seu dispositivo, podendo ter acesso quando você quiser, sem precisar da internet).





#1.O ESPÍRITO SANTO

1. A revelação divina: A Bíblia mostra que a revelação divina foi progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer" (Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1Co 12.3).

2. O esquecimento: Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece, literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias tentativas resultaram também em heresias.

3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos: À luz do Novo Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o Espírito Santo era quase sempre inadequada.

Nota: Convidei meu irmão em Cristo, Charlin Rosa, amigo de longas datas, que está cursando a Faculdade Teológica Sul Americana, para comentar os subtópicos 2 e 3, para que tenhamos uma melhor compreensão. Desde já o agradeço pela cooperação.

Nos anos após o Concílio de Niceia em 325, a heresia do Arianismo (foi uma visão cristológica sustentada pelos seguidores de Ário, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, que os igualasse, concebendo Cristo como um ser pré-existente e criado) e outros erros similares continuaram a afetar a igreja. No Concílio de Niceia foi concordado que Deus é de uma só essência, ainda que tri-pessoal, e que Jesus Cristo é uma só pessoa em duas naturezas, divina e humana, mas as controvérsias continuaram pelos anos seguintes recaindo agora sobre à divindade e obra salvífica do Espírito Santo, assunto este que não foi abordado no Concílio de Niceia. Assim como Gregório de Nazianzo afirmou que a revelação foi progressiva, assim também se deu na sistematização das doutrinas teológicas mais fundamentais para a fé cristã, a medida que novos conceitos surgiam sobre a Trindade, a Igreja se levantava para refutar e outras vezes para complementar as ideias propostas. Nos primeiros séculos não temos um desenvolvimento aprofundado das doutrinas, pois os pais apostólicos tinham como objetivo a confirmação das doutrinas deixadas pelos apóstolos do que propriamente a sistematização, lembrando de que os primeiros séculos também foram tempos de intensas perseguições, portanto os lideres não tinham como investir tempo para um aprofundamento maior, tempo este que foi oferecido com maior disponibilidade após o imperador Constantino se declarar cristão.

No de 381 o Imperador Teodósio convocou o Concílio de Constantinopla dissipar o arianismo e também formular uma declaração teológica com respeito a trindade, cerca de 150 bispos, incluindo trinta e seis que mantinham posições heréticas, debateram durante três meses sobre este assunto. Na conclusão do Concílio de Constantinopla foi especificado a divindade do Espírito Santo, asseverando que Ele é igual a Deus pais e a Deus filho, sumariando este trabalho num credo que ficou conhecido como “Credo Niceno-Constantinopolitano”

O pensamento trinitário foi bastante desenvolvido, por causa da heresia ariana que negava a divindade do Filho em relação ao Pai, do sabelianismo (Sabelianismo é a visão de que Deus é uma única pessoa; não há uma segunda pessoa chamada Filho, nem uma terceira chamada o Espírito), que negava as Pessoas, para reforçar a unidade em Deus, e do grupo dos pneumatômacos (macedonianismo foi um movimento herético que surgiu em meados do século IV, que deve seu nome ao Patriarca de Constantinopla Macedônio I e que negava a divindade do Espírito Santo, os seguidores dessa nova abordagem radical também foram chamados pneumatómacos, "adversários do Espírito"). Era necessário especificar em Deus a unidade e as propriedades, as suas particularidades. Basílio, o grande, depois Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa aprofundaram mais que quaisquer outros Pais da Igreja o mistério trinitário, estes três homens ficaram conhecidos como os Pais Capadócios).

Gregório está convicto de que a Trindade se revelou ao ser humano aos poucos, progressivamente e pedagogicamente, de modo que Deus mesmo preparou a humanidade à sua manifestação. Assim Gregório diz que nós adoramos Deus, o Pai, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito Santo, três Pessoas numa única natureza divina, à qual é dada a glória, a honra, a onipotência6. Não são três seres separados, um do outro, à maneira do politeísmo, como fez Ario ou a doutrina idealizada por Sabélio. 
O Nazianzeno, como os Pais desse período histórico, procuraram superar essas duas heresias: de um lado, a confusão proveniente de Sabélio, que negava as Pessoas para ressaltar a unidade em Deus, e, de outro, as Pessoas tornavam-se essências diferentes, negando-se a unidade.
Gregório afirma que as três Pessoas são eternas, estão fora do tempo e do espaço: “Desde quando o Pai existe? Não existe um momento no qual o Pai não existisse; ele sempre existiu. Isto vale também para o Filho e o Espírito Santo”. Assim o Filho e o Espírito Santo são coeternos com o Pai, porque provêm dele. Como o Pai é sem princípio, o Filho e o Espírito Santo são sem princípio, assim como o sol não é anterior (ánarcha) à luz.

Gregório encontrou dificuldades para falar do Espírito Santo, não porque ele duvidasse da sua divindade ou existência; ao contrário, ele acreditava na sua existência e na sua divindade, mas porque a Escritura fala pouco dele. No entanto, ele não deixou de criticar aqueles que diziam que o Espírito Santo não existia ou que seria uma criatura, ao levantar esta pergunta: Ele deve ser colocado entre os seres que subsistem por si, ou é uma força de Deus? Se ele fosse uma força, deveria ser causado por um outro e, um dia, ele poderá terminar. Se ele fosse uma criatura, como nós, como podemos nos tornar perfeitos nele? Ora, se o Espírito é Deus, então ele não é uma criatura, nem servo como nós.

A visão que Gregório tem do Espírito é a sua procedência do Pai. Ele não é gerado, porque ele não é o Filho, mas ele é Deus como o Pai e o Filho. A ele não falta nada, porque é Deus, assim como também o Filho. Ele não é diminuído segundo a substância, enquanto os termos de “não ter sido gerado”, “ter sido gerado e proceder” indicam o Pai, o Filho e o Espírito Santo, de modo que se conserva não confundida a distinção das três hipóstases na única natureza e única dignidade da essência divina. O Filho não é o Pai; o Pai não é o Filho e o Espírito Santo não é o Pai e o Filho.
Gregório aprofundou a doutrina trinitária proveniente de Basílio de Cesaréia, no sentido de um maior realce à unidade em Deus e às características das Pessoas. Ele reconheceu o mistério no qual se pôs como alguém limitado nos argumentos, mas confiante naquele que tudo pode para conduzir as pessoas, um dia, à salvação”. (Charlin Rosa).

#2.A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA

1. A divindade declarada: O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17; ARA). Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem alternadamente na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: "O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.

*A Bíblia Sagrada sempre revelou o Espírito Santo como Deus, e não apenas uma força ativa ou uma energia cósmica como dizem as “Testemunhas de Jeová”, os textos bíblicos que o comentarista mencionou, são apenas uma amostra dessa verdade contida nas Escrituras.

2. A divindade revelada: O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1Co 2.10,11); é igualmente chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o Espírito que provém de Deus" (1Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego para "Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador, advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1Jo 2.1). Ele é chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).

*Consubstancialidade: Palavra composta por duas partículas: homo e ousios, ambas do vocabulário grego. O termo homo significa o mesmo e o termo ousios significa essência, substância. Assim sua definição seria ALGO DA MESMA SUBSTÂNCIA, COM A MESMA ESSÊNCIA.

*Assim como Deus Pai e Deus Filho se revelaram, o Espírito Santo também se revela e continua se manifestando através de suas obras, vejamos 2 principais:

A) O Espírito Santo é quem convence o pecador de seu pecado (Jo.16.7-8): Não há como contestar as milhões de pessoas que foram e estão sendo transformadas, que tiveram suas vidas mudadas pelo o Evangelho de Jesus Cristo (Gl.5.22), então te pergunto como alguém pode crer, amar, servir alguém de quem nunca viram, mas só ouviram falar? Isso porque o Espírito Santo testifica de Jesus (Jo.15.26), a função nossa, da igreja é pregar o evangelho (Mc.16.15-16), convencer do pecado e transformar é do Espírito Santo.

B) O Espírito Santo se manifesta através dos dons espirituais (1Co.12.4-11): Não há como contestar a manifestação do Espírito Santo através dos seus dons espirituais, em pleno século XXl, vemos os dons espirituais ativos como:

#O falar em variedade de línguas: Desde 1906, na rua Azusa em Los Angeles-EUA, o falar em línguas tem ocorrido sempre, sendo experimentado por milhões de pessoas em diversos países do mundo e das mais variadas denominações eclesiásticas. O falar em línguas e o dom de variedades de línguas, visam primariamente a edificação do crente, numa íntima comunhão com Deus (1Co.14.4-5,13-14,26-28,39-40).

#A profecia: É transmitir uma mensagem vinda direta da parte de Deus, sob o impulso do Espírito Santo; Talvez você que esteja lendo esse estudo já foi alvo disso, alguém que chegou até você e disse: Deus manda te falar “isso” ou “aquilo” e era exatamente o que você estava precisando ouvir.

#A palavra da ciência: Mais conhecido “dom de revelação”, a pessoa por revelação divina, declara a você, suas informações pessoais, fatos que só você sabe, circunstâncias do passado ou do presente que você está passando; Como alguém pode falar inúmeras coisas sobre você, sem te conhecer e nunca te ter visto? É o Deus Espírito Santo se revelando a você!

#Dons de curar: Não há como contestar as inúmeras pessoas que receberam um milagre na área da saúde, que foram curadas de várias enfermidades e muitas delas desenganadas pela medicina, por doenças consideradas incuráveis, mas creram no poder de Deus e pediram oração por si ou por outros, e o dom do Espírito Santo entrou em ação na vida dos servos de Deus e elas foram curadas.

3. Obras divinas: A divindade do Espírito Santo é vista não apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; SI 104.30). Ele gerou Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais (1Co 12.7-11). Assim, o Credo Niceno-Constantinopolita-no declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp 3.3; 2 Pe 1.21).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (SI 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.Em 1 Coríntios 2,4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por 'demonstração do Espírito Santo', designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1Co 2.4,5)" (GILBERTO, António. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).

#3.OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE

1. Alguns atributos incomunicáveis: A divindade do Espírito Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1Co 12.9-11). Ele é onipresente, está em toda parte do Universo (SI 139-7-10); e é onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1Co 2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1 Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14).

*Atributos incomunicáveis, são atributos que o Espírito Santo não compartilha com ninguém, pois são atributos que só a trindade santa possui, ou seja, Deus Pai, Deus Filho(Jesus) e Deus Espírito Santo.

2. Alguns atributos comunicáveis: A santidade de Deus é o atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo "santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo; assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; SI 143.10). O Espírito é a verdade (1Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).

*Atributos comunicáveis, são atributos que o Espírito Santo, compartilha com pessoas, que creem em Deus, receberam e confessaram Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas e desenvolvem uma comunhão com Deus, obedecendo sua palavra (Bíblia Sagrada).

3.O Espírito Santo e a Trindade: O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos balizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho.A expressão "comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13) mostra que Ele é não apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).

CONHEÇA MAIS
Credo Niceno-Constantinopolitano
Entre 361-81, a ortodoxia trinitariana passou por mais refinamentos, mormente no tocante ao terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo. Em 381, em Constantinopla, os bispos foram convocados pelo Imperador Teodócio, e as declarações da ortodoxia de Niceia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo em termos de deidade, como o 'Senhor e Doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal, CPAD, p.177.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

O Espírito Santo é Deus

O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são. O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor,... vai e diz a este povo' (Is 6.8,9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus" (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).

IV-PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

1. As faculdades da personalidade: A personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1Co 2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1Co 12.11). As três faculdades intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.

*A palavra Espírito não pode ser confundida com alguma forma corpórea, sua personalidade é espiritual e incorpórea, a bíblia usa pronomes pessoais como, “ele”, “aquele”, “dele”, para se referir ao Espírito Santo.

(Tg.4.4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. 5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?)

2. Reações do Espírito Santo: Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19).

(At.19.1 E SUCEDEU que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
2 Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
3 Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
4 Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5 E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.
7 E estes eram, ao todo, uns doze homens.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: 'Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória' (Ef 1.13,14)" (HQRTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 401).

CONCLUSÃO: A frase que se refere ao Espírito Santo como "terceira Pessoa da Trindade" se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.

Por: Pb. Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – missões) 

Cristais – Mg 27/07/17

FanPage: Tiago Luis Pereira
Gmail: tiagoluispereira1@gmail.com

Twiter: Tiago Luis Pereira @TiagoLPereira1

Nenhum comentário:

Postar um comentário