sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Conhecendo o termo "Bíblia Sagrada"

Conhecendo o termo "Bíblia Sagrada"

Os escritores egípcios desde três mil anos a.C, usavam o papiro para os seus registros, como era este procedimento?

Sobre isto trago um artigo de Lucas Ferreira (Graduado e Pós-Graduado em História pela UNIASSELVI – SC, com ênfase no Antigo Egito) no site: antigoegito.org; No qual ensina como fazer um folha, semelhante que era usada naquele tempo. https://antigoegito.org/papiro-como-fazer-o-papel-do-antigo-egito/

Procedimento:

 1º Corte o caule do papiro em pedaços, de preferência do mesmo tamanho, para a montagem posterior.

 2º Retire a camada verde que envolve o caule com uma faca.

 3º Corte o caule em tiras finas. Dependendo da grossura do caule, pode-se fazer 2 ou 3 tiras.

 4º Com o martelo de madeira, bata em cima da tira (ela já começará a ficar molhada).

 5º Com o rolo de massa de pão, esmague a tira fazendo com que a água que tem dentro do caule saia, tirando assim todo o excesso de líquido.

 6º Depois, coloque a tira na tigela com água e repita o mesmo processo com todas as outras tiras.

 7º Deixe-as de molho por 5 a 6 dias (de preferência em um lugar arejado, porém fechado).

 8º Retire as tiras da água:

 Com o dedo, escorra um pouco a água (apenas com o dedo, sem usar o rolo) e coloque em cima da toalha uma fileira de tiras, sendo a primeira na vertical.

 Depois por cima dessa fileira coloque as outras na horizontal, formando assim um quadrado ou retângulo.

 9º Com as tiras em cima da toalha, sobrepostas uma às outras, coloque uma outra toalha por cima e com o martelo de madeira bata levemente para que as tiras comecem a se unir.

 10º Leve a toalha com as tiras para a prensa e deixe-as lá por mais ou menos 5 ou 6 dias.

Convém no quarto dia trocar a toalha (o papiro já estará praticamente pronto, porém um pouco úmido).

 11º Depois de retirar da prensa, teoricamente o papiro já estaria pronto para pintar ou até mesmo para servir como decoração, mas para ficar macio e liso, de forma a se obter uma melhor pintura, utiliza-se pedra-pomes, para fazer o “lixamento”.





Para que essas folhas perdurassem elas eram enroladas e eram chamadas de “rolos” (Jr 36.2), depois estes deram lugar para os “pergaminhos” que eram feitos com peles de animais (2Tm 4.13), estes eram os livros da época; em grego a palavra “livro” é biblíon; A palavra veio do nome do porto de Byblos, na Fenícia (atualmente Jubayl, no Líbano), porque de lá eram exportadas grandes quantidades de papiro. O grego biblíon no plural é “biblía”, esta palavra “bíblia” passou a designar o conjunto das Escrituras Sagradas.

O pastor Antônio Gilberto em sua célebre obra “A Bíblia através dos Séculos - CPAD” diz que no consenso geral dos estudiosos a palavra “Bíblia” foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no Século IV.

O renomado pastor Claudionor de Andrade em sua contribuição autoral na obra “Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD” afirma:

“Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida por Jerônimo — tradutor da Vulgata —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca Divina”.

O termo Bíblia Sagrada:

A Bíblia é uma pequena biblioteca, pois ela agrega um conjunto de 66 livros escrito por cerca de 40 escritores, num período de 1600 anos.

E ela é Sagrada pois foi escrita por divina inspiração do Espírito Santo: A Bíblia Sagrada apesar de ter sido escrita por homens, ela foi escrita por inspiração do Espírito Santo (2Pe 1.20-21), podemos então afirmar que ela é um livro Divino-Humano, ela é a própria palavra de Deus, sua inspiração é divina, plena, única, harmônica e completa e útil para normatizar toda a vida humana, seja moral, social ou espiritual (2Tm 3.15-17)

A Bíblia é inerrante, não contêm erros, Ela é a verdade, sua veracidade a cada dia tem sido comprovado pela ciência como a geografia, biologia, física, medicina e arqueologia.

A dificuldade de entender é nossa:

O pré-reformador John Wycliffe (1328 — 1384) defendia a autoridade da Bíblia Sagrada acima das tradições da Igreja Católica Romana e dos dogmas papais, ele queria que a Bíblia Sagrada (na época em latin e só os clérigos tinham acesso e domínio da interpretação) fosse traduzida na língua do povo inglês para que todos a lessem, interpretassem e fossem tremendamente abençoados pelos seus ensinos.

É bom entendermos que todas as pessoas devem ter acesso a Bíblia Sagrada e que boa parte dos seus ensinamentos serão compreendidos, porém, existem textos de difícil compreensão e um leitor leigo não absorverá todo o conteúdo e pode se embaraçar nas aparentes contradições; Por isso Deus capacitou homens com o dom do ensino, estes desenvolveram métodos de interpretação das Escrituras e possuem fluidez na exposição da mesma (At 8.26-40); (Ef 4.11-14)

Essas aparentes contradições encontradas na Bíblia Sagrada se dá por causa dos abismos que já estudamos anteriormente, daí a necessidade de usarmos as ferramentas da interpretação (Hermenêutica), para que possamos distinguir os gêneros literários (literalidade, metáfora, poesia, parábola, fábula, hipérbole), diferenciar o que é normativo ou descritivo, analisar o contexto do texto e o contexto geral e etc; É necessário também conceituarmos as suas palavras em seu original e fazer uma pesquisa em bons livros para entendermos a cultura da época; Isto e muito mais servem para que façamos uma interpretação correta das Escrituras Sagradas e venhamos aplica-la de forma coerente em nossas vidas.

Nossa limitação interpretativa diante das aparentes contradições nela registrada, se dão pelo fato dos “abismos” entre nós e a Bíblia Sagrada, o teólogo Roy. B. Zuck foi quem os listou e comento agora sobre eles:

1. Abismo cronológico: A Bíblia Sagrada foi escrita há muitos e muitos anos atrás, sua compilação se estende por um período de aproximadamente 1600 anos, seu registro mais recente tem aproximadamente quase dois mil anos atrás; Muitos críticos usam deste fato para dizer que como a Bíblia Sagrada foi escrito há muito tempo, seus ensinamentos acerca dos valores sociais e morais estão ultrapassados, contudo, ao lermos o Livro de Deus vemos que ele é atual (Mt 24); (2Tm 3).

2. Abismo geográfico: A Bíblia Sagrada foi escrita em várias regiões no mundo em que muitos de nós desconhecemos e muitos dos contextos geográficos já não existem mais; Muitos estudiosos usam disto para criticar o Livro de Deus, mas com o passar do tempo os achados arqueológicos confirmam a veracidade dos registros geográficos.

3. Abismo cultural: A Bíblia Sagrada foi escrita obviamente por homens, estes por sua vez pertenciam à um povo e a cultura é um dos pilares de uma sociedade, como já vimos, apesar da inspiração divina nos registros bíblicos, o Espírito Santo usou os diversos homens que transmitiram a mensagem divina na cultura em que estavam inseridos e isto nos é um grande desafio, para compreendermos melhor o Livro de Deus é necessários entendermos os diversos contextos culturais da época.

4. Abismo linguístico: Já vimos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens que estavam inseridos dentro da sua cultura e os idiomas estão intrínsecas nela, as revelações de Deus foram dadas e registradas nos idiomas Hebraico e Aramaico (Antigo Testamento) e o Grego (Novo Testamento), estes idiomas estão bem afastados do nosso idioma que é o Português-Brasil e sem contar que estes idiomas foram modernizados, ou seja, os idiomas usados no período bíblico já não são mais usados hoje.

5. Abismo literário: Como a Bíblia Sagrada foi escrita por homens que estavam inseridos em uma cultura, obviamente registraram as revelações divinas dentro de diversos estilos literários e nos é um grande desafio ao lermos algum texto do Livro de Deus, compreendermos qual o estilo literário em que ele está formatado, isso com certeza nos ajudará na melhor compreensão e aplicação da mensagem ali registrada.

6. Abismo sobrenatural: Como já vimos a Bíblia Sagrada é a expressa vontade de Deus, mas não somente isto, é também o registro das muitas maravilhas de Deus manifesta aos homens, ela “recheada” de acontecimentos sobrenaturais como sinais, prodígios, milagres e mistérios; Nossa mente é limitada e não podemos compreendermos o Livro de Deus simplesmente pela razão, é necessário a fé e a iluminação do Espírito Santo para absorvermos todo o conteúdo nele contido.

O uso da razão é importante, mas não suficiente; Não podemos enquadrar o Senhor Deus e todos os seus feitos “dentro de uma caixa de sapatos”, não podemos submetê-los a um laboratório e querermos provar tudo cientificamente e explicar tudo racionalmente, pois isto é tolice! Isto é uma artimanha de Satanás para colocar em descrédito a Bíblia Sagrada, pois desta forma o homem não poderá verdadeiramente conhecer à Deus e nem e se relacionar com Ele, com isso o homem entrará em eterna condenação (Jo 17.3).

Infelizmente as raízes filosóficas racionalistas e iluministas adentraram as Universidades e passou a fazer parte da cultura, coadunando com esta realidade surgiu o “Liberalismo Teológico” que nega a inspiração divina, alegoriza os milagres, duvida dos fatos sobrenaturais e relativiza seus ensinamentos normativos, principalmente os morais.

Mas a Bíblia Sagrada é verdadeira e fidedigna, não que ela precise disto, mas ela vem se confirmando dia após dia através da Arqueologia, Biologia, Medicina e tantas outras áreas do conhecimento humano, como por exemplo as diversas profecias registradas na Bíblia Sagrada que tiveram seu cumprimento cabal e são confirmados pela História:

*Ciro o Persa (Is 44.28); (Is 45.1)

*Profecias Messiânicas (Gn 49.10); (Is 7.14); (Is 53); (Dn 9.24-26); (Mq 5.2); (Zc 9.9); (Sl 22)

*Profecias sobre Israel (Lv 26.14,32-33); (Dt 4.25-27); (Dn 28.15,64); (Is 66.8); (Jr 23.3); (Jr 30.3); (Ez 11.17); (Ez 36-37); (Is 60.9); (Is 61.6).

*Os quatro últimos impérios mundiais (Dn 2); (Dn 7) (Babilônico/Medo-Persa/Grego/Romano).

 

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