Pentecostalismo
Bíblico
e Histórico
Um Simples Panorama deste Importante Tema
Pb.Tiago Luis Pereira – Cachoeira – Boa Esperança - MG
1.O Pentecostalismo Bíblico
Introdução:
No Antigo Testamento temos diversas manifestações do poder de Deus e isto é
indiscutível. No Novo Testamento, o Senhor Jesus operou vários milagres pelo
poder do Espírito Santo e Ele mesmo ordenou que os seus discípulos esperassem em
Jerusalém até que fossem revestidos do poder do Espírito Santo (Lc 24.49);
(At 1.1-4-8)
Este revestimento de poder é o Batismo com o Espírito Santo,
ao recebe-lo, é manifestado as línguas estranhas como evidência inicial, à
partir daí, abre-se para várias manifestações espirituais listadas principalmente
pelo apóstolo Paulo.
1.Exegese
de alguns textos bíblicos que tratam acerca do batismo com o Espírito Santo/
Línguas Estranhas.
At 2.4 “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
A) “Cheios do Espírito Santo”:
O texto é claro em dizer que os discípulos foram cheios do
Espírito Santo, a palavra “cheios” no grego é
πληθω – pletho, que é uma forma prolongada de uma palavra primária πλεω - pleo,
que significa preencher, ser completado, ser preenchido.
A Expressão “cheios do Espírito Santo” aparece no Livro de
Atos cerca de 10 vezes (At 2.4-12/ At 4.8/ At 4.31/ At 6.3/ At 6.5/ At
7.55-30/ At 9.17/ At 11.24/ At 13.9-12/ At 13.52).
No texto de (At 10.44-48), os da casa de Cornélio foram cheios
do Espírito Santo, isto se percebe pelas expressões:
“Caiu” do grego
επιπιπτω – epipipto que implica em cair, vir ou fazer pressão sobre.
“Que o dom do Espírito Santo se derramasse” (despejar, distribuir amplamente)
“Que também receberam, como nós, o Espírito Santo” (At
2.4); (At 11.15)
Os textos bíblicos sublinhados acima mostram que eles agiram
cheios do Espírito Santo e tiveram uma ação ousada, atitudes veementes cheias
de autoridade divina, portanto, ser cheio do Espírito Santo dentro da Teologia
Lucana é ser revestido de poder, de autoridade, de ousadia, de virtude do alto.
(Lc 24.49)
Sendo assim, numa exegese bíblica do Novo Testamento, ser
cheio do Espírito Santo implica tanto em ter o fruto do Espírito Santo (caráter),
como também, ser revestido do poder do alto (batismo com o Espírito Santo)
B) “e começaram a falar em outras
línguas”:
“Outras” do grego ετερος – heteros, outro,
diferente
“Línguas” do grego γλωσσα – glossa, que
significa tanto a língua como membro do corpo, como um idioma ou dialeto usado
por um grupo particular de pessoas, diferente dos usados por outras nações.
Logo que
foram cheios do Espírito Santo, os discípulos sobrenaturalmente começaram a
falar em idiomas que o Espírito Santo lhes concediam, eles próprios não
conheciam esses idiomas, para eles eram estranhas, mas foram conhecidas por
aqueles que os ouviam, desta forma, está claro que as línguas aqui faladas eram
idiomas humanos, isto aconteceu, para que a multidão de judeus constituída de
várias regiões pudessem ouvir as grandezas de Deus, sendo assim, abriu-se uma
grande porta para o anúncio do Evangelho do Senhor Jesus. (At 2.4-13)
O ato de
falar em línguas após o enchimento do Espírito Santo se repete em outras passagens
(At 10.44-46)-(At 11.15-17); (At 19.1-7); Perceba que os outros sinais em (At
2.2-3) não se repetem, mas o falar em línguas sim, pois é a evidência inicial
do batismo com o Espírito Santo e é um sinal visível e audível.
Comentário de Champlin:
As Línguas no Livro de Atos— A posição do fenômeno das
línguas, no livro de Atos, obviamente é mais elevada do que aquela atribuída
pelo apóstolo Paulo em suas epístolas. O livro de Atos parece ter sido a
confirmação do recebimento do Espírito Santo (entre outros sinais), pois em
cada caso em que o evangelho era anunciado em algum novo lugar, depois do
Pentecoste no cenáculo, e em cada instância em que um novo grupo de pessoas
recebia o evangelho, era também batizado no Espírito Santo, com o
acompanhamento da experiência das línguas; pelo que também parece que o autor
sagrado tencionava que entendêssemos que essa experiência era a validação
visível da genuinidade do batismo do Espírito Santo. (Ver Atos 2:4; 10:46 e
19:6). Deve-se observar, por semelhante modo, e em contraste com as línguas descritas
por Paulo, que no livro o fenômeno aparece como o falar em idiomas
estrangeiros, que podiam ser compreendidos pelos presentes que
normalmente falavam os mesmos. (Ver Atos 2:6,11). É óbvio que isso tem por
intuito indicar que a confusão das línguas, quando dá construção da torre de
Babel, por causa da revolta dos homens contra Deus, foi aqui REVERTIDA: Por igual
modo, a universalidade do cristianismo foi destacada por esse fenômeno, o que é
um tema tanto dos evangelhos como também deste livro de Atos. O Espírito Santo
outorgou poder à igreja cristã a fim de que a mensagem de Cristo fosse levada a
todas as nações, a fim de que pudesse ser uma gloriosa realidade, a redenção da
humanidade, em grande escala. R.N. Champlin (O
Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Candeia -pg.45)
Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus aprovada na 43ª
Assembleia Geral Ordinária da CGADB em 26 de abril de 2017, e publicada pela
CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus, lemos sobre o batismo no
Espírito Santo:
“Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou
junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do
falar em outras línguas” (p. 165).
Livro:
Mas o propósito, o uso das línguas não é somente útil para a
evangelização, mas também para a edificação espiritual daquele que fala.
(At 8.14 Os
apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a
palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. 15 Os quais,
tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo 16 (Porque sobre nenhum
deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus).
17 Então lhes
impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. 18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos
apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, 19 Dizendo: Dai-me também
a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito
Santo).
Na exegese deste texto podemos destacar algumas coisas:
18 “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos
era dado o Espírito Santo”.
O batismo com o Espírito Santo é uma experiência visível, que se manifesta exteriormente.
15 Os quais, tendo
descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo 16 (Porque sobre nenhum
deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus).
O enchimento
do Espírito Santo é uma experiência distinta da conversão, vemos claramente que
neste texto está se tratando do batismo no Espírito Santo, do revestimento
de poder, pois eles já haviam crido em Jesus Cristo e já tinham o Espírito Santo
habitando neles (Jo 7.37-39); (Gl 4.6); (Ef 1.13-14) e já haviam sidos
batizados em águas (At 8.5-14).
Leia também
(At 19.1-6)
Aqui é bom
distinguirmos os batismos apresentados na Bíblia:
# O Batismo
em águas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 3.6); (Mt
28.19-20); (Mc 16.15-16)
# O Batismo
do Espírito Santo: Este batismo ocorre quando a pessoa entrega a sua vida ao
Senhor Jesus, além do perdão dos pecados e da reconciliação com o Pai (Rm
5.1-11); (Rm 8.1-17), o Espírito Santo o batiza (imerge), insere o crente no
corpo místico de Cristo e agora ele se torna membro do corpo de Cristo, a
igreja; Este é o contexto de (1Co 12.12,13-31).
# O Batismo
“com” ou “no” Espírito Santo realizado pelo Senhor Jesus:
*É a imersão (completude)
no Espírito Santo (Mt 3.11); Corrobora a palavra “foram cheios (preenchidos,
completados) do
Espírito Santo” (At 2.4)
*É o
revestimento de poder, a promessa do Pai (Lc 24.49); Corrobora o texto de (At
1.8)
*É o derramamento do Espírito Santo “sobre” (Jl 2.28-29);
(At 2.16-18)
*Perceba que
Lucas em sua narrativa em (At 1.4-5) traz a citação das palavras do Senhor
Jesus (Lc 24.49)-(Jl 2.28-29) e as palavras de João Batista (Mt 3.6), todas se
referem ao batismo com o Espírito Santo (revestimento de poder)
*Quando o
Senhor Jesus ressuscitou e se apresentou aos discípulos, Ele assoprou neles
(dentro) o Espírito Santo para operar a obra da regeneração (Jo 20.22)
Olha a nota
que o Dicionário Strong traz sobre a palavra “assoprou” deste versículo.
εμφυσαω –
emphusao; assoprar ou respirar sobre/ Esta palavra foi usada apenas uma vez
pelos tradutores da LXX, em Gn 2.7, onde Deus soprou em Adão e ele tornou-se
alma vivente. Assim como a criação original foi completada por um ato de Deus,
assim também a nova criação foi completada por um ato do cabeça da nova
criação.
Mesmo isto
tendo acontecido, o Senhor Jesus lhes ordena a ficar em Jerusalém, pois
enviaria a promessa do Pai (Jl 2.28-29), e eles seriam revestidos de poder (Lc
24.49); (At 1.8)
C) 14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que
Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. 15 Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo 16 (Porque
sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do
Senhor Jesus).
Aqui
percebemos que o batismo com o Espírito Santo e o uso das línguas estranhas não
são apenas úteis para a evangelização, pois Filipe já havia lhes anunciado o
evangelho, eles já haviam crido e também já tinham sido batizados (At 8.12),
mas mesmo assim os apóstolos que estavam em Jerusalém lhes enviaram Pedro e
João para orar por eles, afim de que recebessem o Espírito Santo.
Se o
propósito das línguas é só para a evangelização, os samaritanos não tinham motivos
para receber o batismo com o Espírito Santo e falar em outras línguas.
Isto também
se aplica na ocasião em que o apóstolo Pedro estava na casa de Cornélio (At
10), eles dialogavam e se entendiam perfeitamente, tanto Cornélio como os
demais que estavam em sua casa ouviam o Evangelho do Senhor Jesus que Pedro
estava expondo e então, o Espírito Santo caiu sobre eles e em seguida falaram
em outras línguas, assim como os apóstolos e discípulos na ocasião do dia de
Pentecostes (At 2.1-4); (At
10.44-47); (At 11.15-17).
Comentário de Champlin:
É possível, entretanto, que, quando do Pentecoste samaritano
(Atos 8:14 e ss., se línguas foram faladas naquela oportunidade) e do
Pentecoste gentílico (Atos 10:44 e ss), que essas línguas tivessem sido um
sinal de poder e de prova da descida do Espírito, pois não havia necessidade
de mais línguas com vistas à evangelização. Portanto, nesses casos,
temos uma razão diferente para o fenômeno, sendo indubitável que as línguas
então faladas nem foram entendidas e nem interpretadas. Seu intuito não era nem
evangelizar e nem ensinar. R.N. Champlin (O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Candeia - pg.45)
2.Em
(1Co 12.1-11) e no Capítulo 14 de 1°Coríntios o apóstolo Paulo fala acerca dos
dons espirituais, entre eles o de variedade de línguas e interpretação de
línguas; Mediante a isso vamos fazer alguns apontamentos:
1° Uma coisa são as línguas como evidência inicial do
batismo com o Espírito Santo, outra coisa, é o dom de variedades de línguas.
Isto denota que nem todos os crentes que são batizadas no Espírito Santo tem o
dom de línguas, pois o dons, inclusive o dom de variedades de línguas são
concedidos segundo a vontade do Espírito Santo (1Co 12.4-11,29-31).
2° Cada dom é concedido pelo Espírito Santo, cada um deles
são importantes e úteis (1Co 12.7), inclusive o dom de línguas.
3° O fato de que a igreja do Senhor Jesus em Corinto tinha
vários problemas e foi chamada de carnal pelo apóstolo Paulo (1Co 3.1), isso
não anula a realidade dos dons espirituais, inclusive o dom de variedades de
línguas (1Co 1.7).
4° Muitos críticos do Pentecostalismo afirmam que os dois
últimos dons que envolvem as línguas estranhas não são muito valorizados por
Paulo, pois ele as lista por último.
Mas talvez tenha feito isto, porque estes dois dons são
advindos do batismo com o Espírito Santo, que só se manifestou no NT por meio
do Senhor Jesus que é o batizador, todos os outros sete dons se manifestaram no AT.
5° O apóstolo Paulo inicia (1Co 14.1) dizendo que a igreja
de Corinto (que também se aplica a nós hoje) deveria procurar com zelo os dons
espirituais, isso também se aplica ao dom de variedades de línguas; Aqui
percebemos que apesar dos dons espirituais serem concedidos pela vontade do
Espírito Santo (1Co 12.11), os crentes devem busca-los.
6° Paulo também destaca, que a respeito dons espirituais, os
crentes deveriam buscar principalmente o de profetizar.
Aqui é bom discernirmos o que é o dom de profecia, vou usar
aqui a definição de Champlin:
Dom da profecia: Esse é o dom principal, a habilidade de
usar certos poderes, a inspiração da
mensagem, a qual transcende o que é
meramente didático. Esse dom inclui o conhecimento prévio, mas envolve
especialmente certo poder de ministrar ensino, instrução, consolo, ainda que em
um nível superior ao do mestre ordinário, o qual é, essencialmente, transmissor
de preceitos adredemente conhecidos. O profeta pode falar por intuição,
inspiração e revelação, mediante alguma forma de discernimento que ultrapassa o
que é natural, através do dom sobrenatural do conhecimento.
Vemos então, que o “tom” da mensagem do dom de profecia, é
diferente da mensagem daquele que tem o ministério da proclamação do evangelho
e do ensino da palavra de Deus (Ef 4.11).
É acerca disto que o apóstolo Paulo vai tratar em todo o
Capítulo 14 de 1°Coríntios, sobre a ordem do uso dos dons espirituais no culto
público. Porque devo buscar e usar mais o dom de profecia? Como devo usar o dom
de línguas?
7° Paulo explica (1Co 14.2-3): Que o crente que fala em
línguas, não fala aos homens, senão a Deus, pois as línguas são mistérios aos
homens, todavia, Deus as conhece; Já aquele que profetiza fala aos homens.
8° Paulo explica (1Co 14.4), dentro do versículo 4, faço o
agrupamento dos demais versículos do capítulo 14 por assuntos.
*Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo: Aqui vemos a
razão pelo qual devemos buscar o batismo com o Espírito Santo e o dom de
línguas, pois também são úteis para a edificação individual (1Co 14.14,26-28)
*O dom de línguas não deve ser abusado no culto público: O
culto é para adorarmos a Deus e ministrarmos nossos dons para a edificação da
igreja (1Co 14.6-25)
*Havia uma ressalva, o crente podia usar o dom de línguas se
tivesse também o dom de interpretação de línguas, assim ele poderia também
edificar a igreja (1Co 14.5,13), todavia, isso deveria ser feito com ordem (1Co
14.26-29,39-40).
Aqui percebemos que todos os dons espirituais, inclusive o
dom de línguas, pode ser controlado por aqueles que os possuem (1Co
14.26-32); Já o ato do batismo com o Espírito Santo é uma força sobrenatural
que vem sobre os crentes (At 2.1-4); (At 10.44-47); (At 19.1-6).
*Em relação com o dom de línguas, o dom de profecia é o que
mais edifica a igreja, sendo assim, deve ser mais buscado e usado na igreja
(1Co 14.3,22,24-25,30-31,39-40)
Conclusão do que já estudamos
até aqui.
*O batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta
da obra da salvação (regeneração).
*Uma bênção é ter o Espírito Santo dentro de nós (Morada);
Outra bênção é ter o Espírito Santo
sobre nós (Revestimento de Poder)
*O falar em línguas é a evidência inicial do recebimento do
batismo com o Espírito Santo.
*O falar em línguas não tem como um único propósito a
evangelização, mas também para a edificação individual.
*O Senhor Jesus ordenou os seus discípulos a esperarem em
Jerusalém para receber o revestimento de poder; O apóstolo Paulo incentivou a
igreja de Corinto à buscar com zelo os dons espirituais.
*O batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, não
são um atestado de santidade e espiritualidade e nem muito menos passaporte
para o céu. (Salvação/ Vida Eterna)
*Os dons espirituais têm o seu lugar no culto público, pois
eles são para edificação da igreja (1Co 14.26,39-40)
Mas muitos questionam:
1°
Podemos fundamentar doutrinas nas experiências pessoais narradas na Bíblia?
2° O
batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas e
também os demais dons espirituais foram só para aquela época?
3° Os
dons Cessaram?
4° As
línguas faladas nos tempos bíblicos são as mesmas faladas hoje?
Vamos responder a 1° Pergunta:
Para isto trago dois artigos do
Pr.Altair Germano postados em seu blog.
Pr.Altair Germano: É casado com
Elizabeth, pai de Alvaro e Paulo, é pastor, professor, escritor e
conferencista. Foi membro diretor da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB),
vice-presidente do Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das
Assembleias de Deus no Brasil (CEC-CGADB) e da Assembleia de Deus em Abreu e
Lima (IEADALPE), e missionário na Itália. Atualmente é pastor auxiliar e
presidente do Conselho de Doutrina da IEADALPE. É mestre em Teologia com
Especialização em Ministério pelo Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste
(STPN), especialista em Educação Cristã pelo Seminário Presbiteriano do Norte
(SPN), especialista em Psicopedadogia e licenciado em Pedagogia pela Fundação
de Ensino Superior de Olinda (FUNESO).
"O objetivo da teologia é a
interpretação da experiência. A teologia equipara-se a uma rede que podemos
lançar sobre a experiência, a fim de capturar seu sentido. A experiência é
vista como algo que deve ser interpretado e não como algo que possua por si só
capacidade de interpretação. [...] A perspectiva de Lutero considera a
experiência como algo de importância vital para a teologia; sem ela, a teologia
é empobrecida e deficiente, como uma concha oca, vazia, que espera por sua
pérola. Contudo, a experiência por si só não pode ser tida como fonte teológica
confiável; ela deve ser interpretada e revista pela teologia. [...] A teologia
interpreta nossos sentimentos, até mesmo a ponto de contradizê-los, quando são
enganosos. Ela insiste na fidelidade de Deus e na realidade da esperança da
ressurreição - mesmo nas ocasiões em que a experiência parece sugerir o
contrário. Portanto, a teologia fornece-nos um apoio para que possamos
compreender as contradições da experiência. Pode parecer que Deus está ausente,
distante desse mundo - a teologia, contudo, insiste no fato de que essa
experiência é temporária, falha e que não podemos nos deixar levar pelas
aparências". (Alister McGrath, Teologia Sistemática, Histórica e
Filosófica, Shedd Publicações, 2005, p. 236-237)
O pressuposto fundamental para
uma teologia que interpreta fidedignamente a experiência é a crença nas
Escrituras como a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus.
Uma hermenêutica apropriada para
a interpretação das Escrituras precisa considerar o pressuposto acima, com
todas as suas implicações.
Para os casos onde a teologia
nega a experiência bíblica, e isso baseado em pressupostos racionalistas, cessacionistas
etc., as Escrituras e a experiência coletiva contribuirão para a superação do
equívoco exegético e teológico. (Pr.Altair Germano)
"A experiência pessoal do
intérprete, seja ela espiritual ou fenomenológica, não deve ser desprezada, mas
não pode ser considerada como referencial fidedigno de interpretação. As
experiências pessoais devem ser interpretadas à luz das Escrituras e não o contrário
[...]. As experiências têm, portanto, apenas um papel secundário na
interpretação das Escrituras. Elas devem ser levadas em consideração somente
como elemento adicional na avaliação da autenticidade da nossa
interpretação." (Paulo Anglada, Introdução à hermenêutica reformada, Knox
Publicações, 2016, p. 227, 228)
A experiência não tem a primazia
na interpretação das Escrituras, mas tem o seu devido lugar, e deve ser
considerada. A experiência pode cooperar com a interpretação bíblica ou
comprometê-la. A experiência deve ser submetida à autoridade das Escrituras.
"[...] aqueles com essa
experiência (carismática) tendem a ter visões mais elevadas das Escrituras e
maior atenção à sua mensagem do que, em média, os seus pares. A experiência
carismática torna plausíveis muitos tipos de experiência com o texto bíblico
que alguns que não tem experiências análogas estão mais tentados a rejeitar
[...]; para ser eficaz na interpretação da Bíblia, no entanto, ela ainda
precisa ser complementada com atenção especial ao texto bíblico." (Craig
S. Keener, A hermenêutica do Espírito, Vida Nova, 2018, p. 431, 432)
A experiência carismática
capacita o intérprete para uma maior compreensão dos textos sobre temas
carismáticos, visto que o intérprete já os experienciou. A experiência produz
um conhecimento além do livresco ou teórico. A experiência vivenciada ou não
vivenciada pode influenciar na interpretação bíblica.
"A primeira fonte interna da
autoridade é a experiência. O indivíduo relaciona-se com Deus no âmbito da mente,
da vontade e das emoções. Considerando a pessoa como uma unidade, os efeitos
sofridos em qualquer um desses âmbitos são sentidos, ou experimentados, nos
demais, quer subsequente quer simultaneamente. De fato, a revelação de Deus tem
o seu efeito na totalidade da pessoa humana. [...] A razão, portanto, é de
grande auxílio no conhecimento da revelação de Deus, mas não tem a primazia
sobre esta [...]. A experiência individual, especialmente se inspirada e
dirigida pelo Espírito Santo, bem como a razão humana, também ajudam o crente a
entender a revelação divina. Nem por isso a Bíblia deixa de ser a única regra
infalível e suficiente de fé e prática." (James H. Railey Jr.; Benny C.
Aker, Fundamentos Teológicos in Stanley Horton (org.) Teologia Sistemática: uma
perspectiva pentecostal, CPAD, 2008, p. 48, 49)
Experiência e razão cooperam no
processo de conhecimento da revelação de Deus, tendo a Bíblia como a autoridade
suprema.
"Conhecer, ao menos na
perspectiva da experiência, é relacionar-se com a realidade como uma presença.
Exatamente por isso nos é reclamado todas as dimensões de nossa existência, não
somente a razão ou os sentidos compreendidos em oposição." (Alessandro
Rodrigues Rocha, Experiência e discernimento: recepção da palavra numa cultura
pós-moderna, Fonte Editorial, 2010, p. 131, 132)
A interpretação bíblica é um
processo que envolve experiência e razão, pensamentos e sentimentos.
A
interpretação bíblica envolve a totalidade do ser humano.
Interpretar a Palavra viva do
Deus vivo envolve experiência e razão. Envolve iluminação do Espírito e
investigação metodológica. Envolve conhecer e sentir. Envolve pensar e
experimentar.
Em hermenêutica, a ênfase
extremada na experiência nos levará ao subjetivismo pós-moderno, enquanto a
ênfase extremada na razão nos conduzirá ao racionalismo moderno.
Experiência e razão fazem parte
do fazer hermenêutico, cooperando na interpretação e aplicação do texto
bíblico. (Pr.Altair Germano)
Podemos sim usar as narrativas
das experiências bíblicas para fundamentar uma doutrina, como em pauta neste
estudo, o batismo com o Espírito Santo tendo a evidência de falar em outras
línguas e os dons espiritais; Se estas manifestações existissem em nossos dias
sem nenhuma referência na Bíblia Sagrada, poderíamos refuta-las como experiências
antibíblicas e jamais poderíamos ter isto como uma confissão de fé e
fundamentação teológica.
Mas se essas experiências
espirituais se encontram na Bíblia Sagrada e foram incentivadas pelo Senhor Jesus e pelo apóstolo Paulo, qual o problema? O problema está nos críticos do Pentecostalismo, pois como eles não as experimentaram, são
céticos em relação à elas, muitos se frustraram ou não tiveram boas
experiências com o “mundo pentecostal”; tais pessoas se assemelham muito aos
ateus que negam a existência de Deus, baseando-se no seu raciocínio lógico, carnal e
cético.
Para
saber mais, acesse os Links Abaixo: (Hermenêutica Pentecostal)
Prof.Gutierres Siqueira: Editor
do blog Teologia Pentecostal. Graduado em Comunicação Social pela Faculdade
Paulus (FAPCOM) e pós-graduado em Mercado Financeiro e de Capitais pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie. É autor dos livros “Revestidos de Poder:
Uma Introdução à Teologia Pentecostal” e “O Espírito e a Palavra”, ambos
publicados pela CPAD. Membro da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em São
Paulo (SP).
Pr.Altair Germano
Vamos
abordar as 2° e 3° perguntas juntas e lançarmos o 2°Tópico deste Estudo:
2.Pentecostalismo na História
1.O
batismo com o Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas e
também os demais dons espirituais foram só para aquela época? Os dons Cessaram?
O cessacionismo é uma concepção
advinda do Racionalismo e da Teologia Liberal, defendem a ideia de que os dons
espirituais cessaram com a morte do último apóstolo de Cristo e que os sinais e
milagres que acontecem hoje são frutos de mentira (cenas teatrais), imaginação
humana (ilusionismo) a até mesmo de origem demoníaca.
É fato que estas coisas realmente
acontecem nos dias atuais, principalmente através dos Movimentos
Neopentecostais, a própria Bíblia Sagrada nos fala que se manifestariam nos
últimos dias os falsos profetas, que fariam sinais para confirmar seus falsos
ensinos, afim de alcançarem fama, prestígios, posições, riquezas e etc. (Mt 7.15-23);
(At 20.28-35); (1Tm 3.1-5); (2Tm 4.1-5); (2Pe 2.1-3)
Mas também, cremos biblicamente no
batismo com o Espírito Santo e nos dons espirituais na atualidade, somos continuístas;
O mesmo Deus que operou nas páginas do AT e NT é o mesmo hoje. Somos
denominados de Pentecostais tanto devido a este entendimento, como também pelo
fato de que a promessa do derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28-29) ter se
cumprido no Dia de Pentecostes em Atos 2.
O Espírito Santo se manifesta
através dos dons espirituais, esta verdade está clara tanto na Bíblia Sagrada (1Co
12.4-11), como também na história da igreja; Não há como contestar a
manifestação do Espírito Santo através dos seus dons espirituais em pleno
século XXI, ainda hoje vemos os dons espirituais ativos, destaco 4 deles:
A) O falar em variedade de
línguas: Citando uma data como marco, desde 01 de Janeiro de 1901 no Seminário
Bethel Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, o falar em
línguas tem sido um sinal recorrente, experimentado por milhões de pessoas em
diversos países do mundo e das mais variadas denominações eclesiásticas, o falar
em línguas e o dom de variedades de línguas, visam primariamente a edificação
do crente, numa íntima comunhão com Deus (1Co 14.4-5,13-14,26-28,39-40).
B) A profecia: Profetizar é
transmitir uma mensagem vinda direta da parte de Deus, sob o impulso do
Espírito Santo; Talvez você que esteja lendo esse estudo já foi edificado com
este dom, alguém que chegou até você e disse: Deus manda te falar “isso” ou
“aquilo” e era exatamente o que você estava precisando ouvir.
C) A palavra da ciência: Mais
conhecido “dom de revelação”, a pessoa por revelação divina, declara a você,
suas informações pessoais, fatos que só você sabe, circunstâncias do passado ou
do presente que você está passando; Como alguém pode falar inúmeras coisas
sobre você, sem te conhecer e nunca te ter visto? É o Deus Espírito Santo se
revelando a você!
D) Dons de curar: Não há como
contestar as inúmeras pessoas que receberam um milagre, que foram curadas de
várias enfermidades e muitas delas desenganadas pela medicina, por doenças
consideradas incuráveis, mas creram no poder de Deus, pediram oração por si ou
por outros e o dom do Espírito Santo entrou em ação na vida dos servos de Deus
e elas receberam a cura divina.
Há registro na história sobre as
manifestações espirituais e sérios historiadores estão revendo a história da
igreja, para documentar estas experiências, apesar de termos poucos registros
já são suficientes para comprovar a contemporaneidade dos dons espirituais.
Entre as manifestações
espirituais registradas, estão: profecias, revelações, discernimento de
espíritos, libertação de endemoninhados, línguas estranhas, curas, milagres,
ressurreição de mortos e outros dons espirituais.
2.No
Primeiro Século:
Livro: 2000 ANOS DE CRISTIANISMO CARISMÁTICO - EDDIE HYATT
A) Inácio, bispo de Antioquia 67-110, documentaram a
continuidade da operação dos dons proféticos; Afirmou em sua carta aos
filadelfienses (Inácio aos filadelfienses 7:01) que profetizou pelo Espírito:
"Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus: 'Permanecei
unidos (…)'. Aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão de
alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não
sabia através da carne. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: '(…), guardai
vosso corpo como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede
imitadores de Jesus Cristo, como ele também é do seu Pai". Em sua carta a
Policarpo, ele também declara: "Quanto as coisas invisíveis, pode que te
sejam manifestadas a ti, para que nada te falte e tenhas abundância em todo dom
espiritual". (Padres Apostólicos, São Paulo: Paulus, 1995. Pg 112,122)
B) Policarpo de Esmirna 70-160 d.C. teve uma revelação de
Deus de como morreria. "Orando, ele teve uma visão, três dias antes de o
prenderem: viu seu travesseiro queimado pelo fogo. Voltando-se para seus
companheiros, disse: 'Devo ser queimado vivo!'. (Padres Apostólicos, São Paulo:
Paulus, 1995. Pg 149)
3.No
Segundo Século:
A) Temos os registros e testemunhos de Justino, o Mártir
(100-165); Justino Mártir em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os
dons do Espírito Santo, incluindo exorcismo, ainda estão em uso:
"Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro um conselho, outro
uma cura, outro de poder, outro de presciência, outro de ensino e outro de
temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo. Para
alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (…). Outros tem conhecimento
daquilo que vai acontecer; eles tem visões e pronunciam expressões
proféticas". (Justin Martyr, Dialogue with Trypho c 82).
B) Ireneu de Lyon (França) (115-202); "De igual modo
nós todos ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e
que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também trazem a
luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expôem os mistérios
de Deus." (Eusébio de Cesareia, História Eclesiática, Livro 5, Capítulo 7.
1° Ed. - Rio de Janeiro: CPAD, 1999. Páginas 173 e 174).
“Para
alguns, certamente e verdadeiramente expulsam os demônios, de modo que aqueles
que foram purificados dos maus espíritos com frequência creem [em Cristo] e se
juntam à Igreja. Outros têm presciência das coisas por vir; eles vêem visões e
expressam expressões proféticas. Outros ainda, curam os enfermos colocando suas
mãos sobre eles, e eles são curados. Sim, além disso, como eu disse, os mortos
foram levantados e permaneceram entre nós por muitos anos. E o que mais eu
direi? Não é possível nomear o número de dons que a Igreja, espalhada por todo
o mundo, tem recebido de Deus?” [2.32.4] (Patrística - Contra as Heresias)
C) Tertuliano (160-220) ao falar de Marcião, declarou o
seguinte: "Para provar o que os profetas têm falado, e não pelo sentimento
humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previram o futuro e
revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma
oração, que é apenas pelo Espírito em um êxtase, ou seja, em um rapto ou num
arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido." Aparentemente
Tertuliano descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar
o dom do Espírito Santo de profecia. (El Movimiento Pentecostal, Lección 7,
pág. 26 "Avivamientos antes del Siglo XVI". Editorial Cristiana de
las Asambleas de Dios - 1999)
4.Um
Resumo do Pentecostalismo Mundial
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil não é
oriunda do Avivamento da Rua Azuza liderada por Seymor que tinha influência do (Movimento
Holiness - Metodismo), mas sim do avivamento nas Igrejas Batistas suecas.
As raízes históricas e teológicas do Avivamento de Azuza são
de origem:
Reforma (1517)/ Reformados (1520)/ Anglicanos (1534)/
Metodistas (1787) – Holiness (Movimento da Santidade)
A) O
Pentecostalismo Americano:
Em termos de data, foi provavelmente a abertura do Bethel
Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de
1900.
Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio
estavam estudando a obra do Espirito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman,
pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o
Espirito e ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em
línguas também.
Parhan abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas.
Foi de lá que William J. Seymor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom,
tornou-se mais tarde o líder de uma missão no número 312 da Rua Azusa em Los
Angeles, Califórnia-EUA no ano de 1906. Falar em línguas se tornou comum nessa
missão. Pessoas que vinham visitá-lo tiveram experiências similares e levaram a
mensagem para outros países. Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do
pentecostalismo mundial. Nessa cidade Seymour pregou a mensagem pentecostal, de
modo que renasceu a fé no coração dos ouvintes, realizando reuniões de oração
de intenso fervor, No mês de abril de 1906, um grupo de crentes recebeu o
batismo no Espírito Santo, na cidade de Los Angeles, Iniciou-se, então, a
distribuição gratuita de uma revista, de modo que as notícias se espalharam por
toda parte.
Isso também aconteceu nas cidades do leste e do centro dos
Estados Unidos, e também no Canadá, Chile, índia, Noruega e nas Ilhas
Britânicas. Enquanto se realizava um derramamento do Espírito Santo na cidade
de Los Angeles, efetuaram-se, também, reuniões pentecostais nos acampamentos da
cidade de Ashdond, próximo de Duxbury, em Massachussetts e Chicago. Em ambos os
lugares os crentes receberam o batismo com o Espírito Santo, acompanhado do
sinal de falar outras línguas. No princípio da igreja primitiva após a descida
do Espírito Santo, os discípulos receberam poder para pregar o evangelho em
todas as partes do mundo, resultando numa grande colheita de almas, e também de
operarem sinais e maravilhas, assim aconteceu em 1906, nesse grande avivamento,
os crentes receberam o poder de Deus e sentiram um grande despertar para
evangelização, muitos missionários foram enviados e milhões de pessoas foram
salvas e muitos sinais, maravilhas e milagres aconteceram.
A mensagem pentecostal espalhou-se com tal rapidez, que recebeu
o nome de "Movimento Pentecostal" passou a designar todos os grupos
que enfatizavam a recepção do batismo com o Espírito Santo, acompanhado do
sinal de falar em outras línguas, segundo a inspiração divina.
B) Missionários
Daniel Berg e Gunnar Vingren: Pioneiros do Pentecostalismo Brasileiro
Quais são as raízes Históricas –
Teológicas das Assembleias de Deus no Brasil?
Estes dados históricos abaixo são do Pr,Isael de Araújo
extraídas de fontes documentais e foram palestradas na Assembleia de Deus em
Jundiaí.
Pr,Isael de Araújo: Nascido em 1963, na cidade de Silva
Jardim, interior do Estado do Rio de Janeiro, filho de Isnério Borges de Moraes
e Aquelina Araujo de Moraes. Seu pai, in memoriam, pastoreou igrejas
Assembléias de Deus em Silva Jardim e Niterói (RJ). Seus dois irmãos mais
velhos, Isaque e Isaías, são pastores em Niterói. Casado com a Dra Arilene
Marques Corrêa de Moraes e pai de Sarah (17) e Timóteo (13). Formado em
Teologia pelo Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (Ibad), em Pindamonhangaba
(SP). Graduando em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro - Unirio. Pastor-auxiliar na Assembleia de Deus de Niterói (Fonseca),
RJ. Funcionário da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) desde 1980.
Fez o curso Editorial Management (gerenciamento editorial) mantido pelo
Institute Christian Publishing International (ICPI) da Cook Ministries em
Colorado Springs (EUA). Esteve em vários países, entre eles, Israel,Coréia do
Sul, Suécia e Portugal. Atualmente é o chefe do Centro de Estudos do Movimento
Pentecostal (Cemp), mantido pela CPAD.
Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores das
Assembleias de Deus no Brasil, são de origem:
Reforma (1517)/ Reformados (1520)/ Anglicanos (1534)/
Batista (1612)
Os Batistas saíram dos congregacionais ingleses, e eles se
dividiram em 2 grupos:
A) Gerais: Soteriologia Arminiana X B) Particulares: Soteriologia
Calvinistas
Os Batistas suecos faziam parte do A) Grupo dos Gerais:
Soteriologia Arminiana.
Os Batistas chegaram na Suécia em 1845, por um navegador por
nome de Gustavo (era metodista, mas se tornou batista em Nova York – EUA), mas
na Suécia o Luteranismo cresceu e se fortaleceu muito, se tornando a Igreja
Estatal (oficial), desta forma os Batistas foram perseguidos, pois foram vistos
como perturbadores da pátria e heréticos, as perseguições vinham de forma
brutal pela população, pelos padres da Igreja Luterana e pelas autoridades
civis que tinham que cumprir as ordens da igreja, contudo os Batistas
perseveraram e prosseguiram com as igrejas ali; E em 1910 já se organizou a 7°
Igreja Batista em Estocolmo na Suécia.
Com a febre do Novo Mundo (As Américas) milhares de pessoas
iam especialmente para os Estados Unidos não somente para obterem autonomia
financeira e expandir seus negócios, mas também para terem liberdade religiosa
(Presbiterianos/ Metodistas/ Batistas) da mesma forma, os Batistas suecos imigraram
para os Estados Unidos nas primeiras décadas do século XIX, nesta época, principalmente
nos chamados Estados de Fronteira, as igrejas americanas estavam experimentando
um grande avivamento, estavam sendo influenciados ainda pelo Movimento Pietista
iniciado por Philip Jacob Spener na Alemanha em 1650 entre os Luteranos (Valorizava
a experiência real de conversão/ Vida Santa/ Fervor Espiritual/ Missões), e as
igrejas Batistas Suecas nos EUA também experimentaram este avivamento. Em 1852
fundaram a 1° Convenção Geral Batista Sueca da América.
Daniel Berg e Gunnar Vingren pertenciam à Igreja Batista na
Suécia.
Daniel Berg nasceu em 19 de Abril de 1884; Em 1902 vai para
os EUA à procura de trabalho e se ajunta à igreja Batista Sueca. Em 1908 volta
para a Suécia para visitar sua família e chega ao seu conhecimento que seu
amigo de infância Pr.Levi Petrhus havia recebido o batismo com o Espírito Santo
em 1905, o qual lhe relatou a sua experiência.
Daniel Berg então volta para o EUA e começa também a buscar o
batismo com o Espírito Santo e em 15 de Setembro de 1909 o recebe e fala em
línguas estranhas.
Gunnar Vingren nasceu em 08 de Agosto de 1879, cresceu
dentro da Igreja Batista, frequentava a Escola Dominical e seu pai era
dirigente da mesma, aos 18 anos foi batizado nas águas em março ou abril de
1897 na Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia; Fez vários cursos bíblicos e
foi professor da Escola Dominical.
Em 19 de Novembro 1903 vai para os EUA e também se ajunta à
igreja Batista Sueca onde seu tio Carl Vingren pertencia à Convenção Geral
Batista Sueca da América. Já nos EUA ele vai se ingressar no Seminário
Teológico Batista Sueco na Universidade de Chicago, Illinois, (atualmente
Bethel University), iniciou em Setembro 1904 e concluiu em Maio 1909 (TCC – O
Tabernáculo).
Quando Gunnar Vingren saiu do Seminário em 1909, o
Avivamento da rua Azuza que havia iniciado em 1906, que teve seu ápice em 1907
e 1908, já em 1909 estava declinando.
Neste período as Igrejas Batistas Suecas estavam
experimentando o Avivamento Pentecostal (Batismo com o Espírito Santo com a
evidência inicial de falar em outras línguas), pois em 1902 os membros da 2°
Igreja Batista Sueca de Chicago (hoje conhecida como Igreja Batista da Graça)
fundada em 1873, se reuniam todas às segundas-feiras à noite para buscar o
revestimento de poder e estudar acerca da Pessoa e Obra do Espírito Santo e em
Fevereiro de 1906, ainda antes do Avivamento da Rua Azuza, o pastor J. W.
Hjertstrom e vários irmãos receberam o batismo com o Espírito Santo e falavam
em outras línguas. Este Avivamento ocorreu durante o pastorado de J. W.
Hjertstrom (1901-1910) e a 2° Igreja Batista Sueca de Chicago tornou-se o foco
de atenção de toda a denominação Batista Sueca, este Avivamento ficou conhecido
como: O Movimento Novo.
Nos dias 11 à 14 Fevereiro de 1909, houve uma Conferência para
o aprofundamento espiritual que reuniram centenas e milhares de pessoas.
Gunnar Vingren sai do Seminário e em Junho de 1909 foi
pastorear a Igreja Batista Sueca (Menominee – EUA) pastoreando-a até Fevereiro de
1910, ainda neste tempo, em Novembro de 1909 participou de uma Conferência na
1° Igreja Batista Sueca em Chicago, com o propósito de buscar o batismo com o
Espírito Santo e 5 dias depois o recebeu e falou em línguas estranhas. E foi nesta
Conferência que ele conheceu Daniel Berg, que viria ser seu companheiro
missionário, eles dialogaram bastante, viraram grandes amigos e ambos tinham um
grande desejo de fazer missões. Ao retornar, os membros de sua igreja não o
quiseram mais como pastor pelo fato de ter sido batizado com o Espírito Santo,
contudo, 31 membros se tornaram Pentecostais.
Gunnar Vingren então, vai pastorear a 1° Igreja Batista
Sueca de South Bend (Indiana– EUA), e foi bem recebido pelos irmãos, que abraçaram
o Movimento Pentecostal e 20 pessoas foram batizadas com o Espírito Santo.
Daniel Berg muda-se para Indiana para congregar com Gunnar
Vingren, sempre se encontravam para estudar a Bíblia e orar à Deus pedindo
orientação para o chamado que sentiam em seus corações.
Numa certa reunião de oração o Senhor revelou ao irmão Olof
Uldin que também era sueco, que os jovens deveriam ir para um lugar por nome
Pará, sem saber onde se localizava, foram à uma livraria e consultando um
Atlas, descobriram que era no Brasil.
Antes de irem ao Brasil, Daniel Berg e Gunnar Vingren foram
para Chicago em 1910 já com o propósito de serem enviados pela Igreja como
missionários; Depois que chegaram, eles foram recomendamos que deveriam estar
entre os Ex-Batistas Americanos, que agora eram pentecostais da Missão da
Avenida Norte liderada pelo Willian H. Durhan (batizado com o Espírito Santo em
1907), e ali os jovens foram ordenados à missionários.
Neste período a Missão da Avenida Norte passou a ser o
centro do Movimento Pentecostal Internacional.
Depois, temos também a questão da doutrina da “obra
consumada” propagada por William H. Durham (1873-1912), de tradição batista,
que criou uma ruptura permanente entre os pentecostais. Após estudos e
investigações pessoais sobre o batismo no Espírito Santo com a evidência
inicial do falar em outras línguas, Durham, diferente do que naquela época era
ensinado pelos pioneiros do Movimento Pentecostal (, que entendiam ser o
batismo no Espírito Santo a terceira obra da graça, antecedido pela salvação e
pela santificação plena (segunda bênção), uma herança doutrinária wesleyana, passou
a ensinar que o batismo no Espírito Santo seria na realidade a segunda obra da
graça (segunda bênção), e que a santificação acontecia no momento da salvação.
Os pentecostais batísticos, assim chamados por seguirem as ideias de Durham,
são considerados os principais pentecostais clássicos. A Assembleia de
Deus, implantada nos Estados Unidos em 1914, foi a primeira denominação a
defender essa ideia. (Pastor Altair Germano)
Charles F. Parham e William Seymour eram os pioneiros do
Movimento Pentecostal e tinham influências teológicas do Metodismo Wesleyano;
Holiness (movimento da santidade) era um movimento radical, criam que a pessoa
ao aceitar a Cristo recebia a salvação (1°Bênção), depois tinha que buscar a santificação
(2°Bênção) que no conceito deles era a erradicação da concupiscência, sendo
assim o crente estava apto para receber o batismo com o Espírito Santo
(3°Bênção).
Mas o entendimento doutrinário de William H. Durham era que,
na hora que a pessoa aceita a Cristo ela recebe a salvação e ao mesmo tempo ela
é se torna uma pessoas santa.
“se torna uma pessoas
santa”? – Sim, é o que chamamos de “Santificação Posicional”. É posicional
porque acontece uma gloriosa mudança no ser humano, de pecador, inimigo de Deus
e filho da ira (Ef 2.2-3) para santificado em Cristo (At 26.18); (1Co 1.2),
pois sua graça e seu amor nos alcançou e nos restaurou (Ef 2.4-6); Temos nossos
pecados purificados, (2Co 5.17); (1Jo 1.9), somos justificados, ou seja,
declarados justos diante de Deus (Rm 5.1); (Gl 2.16); (Gl 3.11) e somos
reconciliados com Deus (Rm 5.1-11); (2Co 5.18-21). Todos nós, salvos em Jesus,
somos santos, e é assim que somos reconhecidos no Novo Testamento (At
9.13,32,41) e é dessa maneira que o apóstolo Paulo se dirige aos crentes nas
suas epístolas (Rm 1.7).
Sendo assim segue-se a “Santificação Progressiva”:
É operada pelo Espírito Santo, é conhecida como a
santificação presente, ou real; Dia após dia o Espírito Santo vai nos
santificando a medida que nos rendemos à Ele, isto é um processo (Pv 4.18); (Gl
5.16); (Ef 4.17-32); (Ef 5.1-21); (Fp 1.6).
E culmina na Santificação Plena:
A santificação terá o seu ápice, quando Cristo vier para nos
arrebatarmos, e recebermos a transformação do nosso corpo físico em um corpo
glorificado; É o terceiro aspecto da santificação, chamado também de
"glorificação". (1Co 15.35-54); (Fp 3.11); (Fp 3.21); (Fp 4.20-21);
(1Ts 4.13-18).
Os que seguiram este conceito foram denominados como
Pentecostais Batísticos para diferencia-los dos Pentecostais Metodistas.
Este entendimento foi adotado pelas Igrejas Batistas
Pentecostais Suecas e pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren,
fundadores das Assembleias de Deus no Brasil.
Daniel Berg e Gunnar Vingren foram
ordenados à missionários na Missão da Avenida Norte liderada pelo Willian H.
Durhan e foram enviados como missionários para o Brasil, e esta Missão
inicialmente os sustentou financeiramente; Depois entre 1911 e 1912, Gunnar
Vingren e Daniel Berg foram sustentados pelos crentes pentecostais suecos dos
Estados Unidos por meio dos pastores Bengt Magnus Johnson e A. A. Holmgren; Depois
passaram a serem sustentados pela Igreja Filadélfia de Estocolmo (Antiga 7°
Igreja Batista de Estocolmo) na Suécia pastoreada pelo Pr. Levi Petrus que era
amigo de infância de Daniel Berg.
3.Resumo da fundação da Igreja Assembleia de Deus no
Brasil
Estes
dados são fontes documentais e constam nos livros: Diário de um Pioneiro e
História do Movimento Pentecostal no Brasil – CPAD.
No dia 5 de Novembro de 1910 à
bordo do navio Clement, partiram de Nova York para o Brasil e chegaram no dia
19 do mesmo mês em Belém.
Depois de alguns dias conheceram
Justus Nelson (Pastor Metodista) que os dirigiu até Igreja Batista na época
pastoreada pelo Pr. Jerônimo Teixeira de Souza.
A notícia de que novos
missionários haviam chegado dos Estados Unidos ecoou rapidamente nas quatro
igrejas protestantes da cidade. Agora, eles eram levados de uma igreja para
outra, e todos estavam interessados em ver e ouvir os recém-chegados.
Em nenhuma ocasião em que lhes
foi permitido falar à igreja, esconderam a chama pentecostal que
Deus havia
acendido em seus corações. Vingren e Berg vieram ao Brasil pregar a mensagem
pentecostal. Eles não tinham a intenção de abrir nenhuma nova igreja.
Um mês após a chegada de Vingren
e Berg ao Pará, um desses crentes, chamado Adriano Nobre de Almeida, membro da
Igreja Presbiteriana e primo de Raimundo Nobre, evangelista da Igreja Batista,
convidou os dois missionários para acompanhá-lo numa viagem à casa de seus pais,
num local onde trabalhavam com borracha, situado três dias de viagem de Belém.
Eles aceitaram o convite. Adriano também falava inglês e pôde ensinar-lhes o
português.
Ao chegarem ao povoado chamado
Boca do Ipixuna, no rio Tajapuru, onde moravam os parentes de Adriano Nobre,
realizaram pequenas reuniões de oração e cantaram em português da melhor
maneira possível. A permanência deles ali durou um mês e meio. Depois disso, voltaram
para Belém.
Quando Vingren e Berg retornaram
à capital nos primeiros dias de fevereiro de 1911, a Igreja Batista de Belém
estava sem pastor, pois Jerônimo Teixeira havia deixado o pastorado na primeira
sessão de janeiro de 1911. Desta data até 3 de março de 1911, a igreja ficou
sob a responsabilidade do Moderador José Batista de Carvalho, sendo substituído
pelo diácono José Plácido da Costa.
No mês de Maio de 1911 os diácono
pediram para Gunnar Vingren dirigir o culto de oração e ele expõe os ensinos bíblicos
acerca do batismo com o Espírito Santo.
Durante aquela semana, ele dirigiu
os cultos na casa da irmã Celina de Albuquerque, que era professora da Escola
Dominical e estava enferma com uma doença incurável nos lábios, então eles oram
e ela foi curada completamente daquele mal. Depois de um culto na casa dela, ela
e sua irmã
Nazaré continuaram orando, buscando o batismo com o Espírito Santo e
no dia 8 de Junho de 1911, a irmã Celina de Albuquerque foi a 1° mulher no
Brasil a receber o batismo com o Espírito Santo e a falar em línguas estranhas.
Depois de alguns dias sua irmã
Nazaré também foi batizada com o Espírito Santo, logo a notícia se espalhou e
todos os membros da Igreja Batista ficaram sabendo do acontecido; Então
Raimundo Nobre que era Evangelista, passando à frente do diácono José Plácido
da Costa que era o dirigente da igreja, convocou os membros para um culto
extraordinário e cerca de 13 irmãos que concordavam com a doutrina Pentecostal
foram excluídos do Rol de Membros da 1° Igreja Batista em Belém do Pará; Dos 13
irmãos que saíram para formar a Assembleia de Deus, onze deles eram
estrangeiros, sendo seis portugueses e cinco espanhóis.
Em sua obra, o historiador
batista admitiu não poder negar que os irmãos que se tornaram pentecostais eram
todos valiosos à obra batista
No dia 18 de Junho de 1911, 18 irmãos
se reuniram na casa da irmã Celina de Albuquerque na rua Siqueira Mendes - 79,
no bairro Cidade Velha e ali se iniciou a Missão da Fé Apostólica, pois este
foi o primeiro nome dado ao Movimento Pentecostal nos Estados Unidos a partir
de 1901 e iniciado por Charles Fox Parham, pois cada igreja aberta por Parham
chamava-se Apostolic Faith Mission (Missão da Fé Apostólica), incluindo a
Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa (Los Angeles);
Em 11 de Janeiro de 1918,
foi registrada oficialmente como Sociedade Evangélica Assembleia de Deus.
A mensagem pentecostal se
expandiu rapidamente e em 20 anos já alcançava 20 estados brasileiros, o
evangelho pregado pelos missionários era acompanhado de muitos sinais e
maravilhas e muitos recebiam o batismo com Espírito Santo, hoje somos milhões só na Assembleia de Deus, com milhares de templos espalhados por todo o Brasil e as igrejas que se denominam
pentecostais aqui no Brasil e em todo mundo somam mais de 500 milhões de pessoas.
Agora
vamos abordar a 3° pergunta:
As
línguas faladas nos tempos bíblicos são as mesmas faladas hoje?
Muitos críticos do Pentecostalismo afirmam que as línguas
faladas nos tempos bíblicos eram idiomas e que as línguas faladas hoje são
apenas um balbucio, uma repetição de palavras desconexas e então, não tem nada
a ver as línguas faladas nos tempos bíblicos com as línguas faladas hoje.
Sobre isto trago os artigos do Professor Gutierres Siqueira
que fez um comentário muito amplo acerca disto, respondendo à um crítico do
Pentecostalismo.
Gutierres Fernandes Siqueira: Editor do blog Teologia Pentecostal. Graduado
em Comunicação Social pela Faculdade Paulus (FAPCOM) e pós-graduado em Mercado
Financeiro e de Capitais pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É autor dos
livros “Revestidos de Poder: Uma Introdução à Teologia Pentecostal” e “O
Espírito e a Palavra”, ambos publicados pela CPAD. Membro da Assembleia de
Deus, Ministério do Belém, em São Paulo (SP).
1.A
glossolalia, a teologia e a ciência: uma resposta a Yago Martins/ 7 de fevereiro
de 2015
2.Gutierres
Fernandes Siqueira - Resposta ao colega Yago Martins/ 24 de outubro de 2018
3.A glossolalia
não é fenomenologia: uma tréplica a Yago Martins
Outros artigos do Prof.Gutierres Siqueira
O Pr.Ciro Zibordi em um artigo em seu blog, trouxe algumas
considerações importantes para um desses críticos do Pentecostalismo.
Uma
longa resposta a um antipentecostal/ 12 de dezembro 2007
Porque
Não Sou Cessacionista
Pb.Tiago Luis Pereira
Introdução: Recentemente fiz um pequeno estudo sobre o
pentecostalismo bíblico e histórico defendendo o conceito de que os dons
espirituais não cessaram e ainda estão disponíveis e atuantes em nossa Era.
Segue o Link: https://tiagoluispereira.blogspot.com/2020/07/pentecostalismo-biblico-e-historico.html
Desta feita, neste artigo venho analisar e ponderar alguns
argumentos de um pastor que é cessacionista.
Texto de Thomas R. Schreiner: serve como pastor de pregação
na Clifton Baptist Church em Louisville, Kentucky. Ele é também professor de
Novo Testamento no Southern Baptist Theological Seminary e escreveu Romans
(Baker, 1998) e Paul, Apostle of God’s Glory in Christ: A Pauline Theology
(InterVarsity, 2001), entre muitos outros títulos.
Publicado pelo Blog: Voltemos ao Evangelho - Editora Fiel:
O texto original do blog não está separado em numerações, mas
fiz isto para que possamos refletir e debater o tema abordado.
Título: Por que sou um cessacionista
https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/01/por-que-sou-um-cessacionista/
Fundação dos apóstolos e dos profetas
1. Blog: Paulo diz que a igreja foi “edificada sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Efésios 2.20). Concluo que tudo o que
precisamos saber para a salvação e santificação nos foi dado através do
ensinamento dos apóstolos e dos profetas, e que este ensinamento é agora
encontrado nas Escrituras. Uma vez que Deus tem falado nos últimos dias através
de seu Filho (Hebreus 1.2), nós não precisamos que ele nos envie outras
palavras para explicar o que Jesus Cristo realizou em seu ministério, morte e
ressurreição. Em vez disso, devemos batalhar “pela fé uma vez por todas
confiada aos santos” através dos apóstolos e profetas (Judas 3).
Resposta: De fato creio em tudo que está relatado acima; Porém,
quando o apóstolo Paulo fala de profecias em (1Co 12-14) ele está se referindo
num contexto do ajuntamento dos crentes (culto), sendo assim, eles inspirados
pelo Espírito Santo poderiam ministrar, entregar a mensagem profética para
igreja, não temos como afirmar qual o conteúdo destas profecias, pois elas não
precisam necessariamente tratar de assuntos como salvação, santificação, Pessoa
e obra do Senhor Jesus, contudo, seja qual for a mensagem, se ela realmente for
de Deus e estiver compatível com a Bíblia Sagrada, ela será para a edificação,
exortação e consolação (1Co 14.3) e isto é bem-vindo em nosso meio, pois nós
que somos continuístas não cremos que as profecias estão acima da Revelação da
Bíblia Sagrada, pelo contrário, elas devem sujeitar-se à palavra de Deus, o
Senhor pode hoje usar uma pessoa em profecia para trazer uma mensagem semelhante a de um texto
bíblico ou uma advertência em coisas que estão para acontecer e que a igreja deve
se atentar naquele momento.
2. Blog: Em outras palavras, nós não temos mais apóstolos
como Paulo, Pedro e João. Eles nos deram o ensinamento autoritativo, no qual a
igreja ainda vive, e que é o único ensinamento que precisaremos até que Jesus
volte. Sabemos que novos apóstolos não aparecerão uma vez que Paulo disse
especificamente ter sido o último apóstolo (1Coríntios 15.8). Tiago, irmão de
João, não foi substituído após sua morte (Atos 12.2). O termo Apóstolos, em seu
sentido técnico, é restrito àqueles que viram o Senhor ressuscitado e que foram
comissionados por ele. Ninguém desde os tempos apostólicos se encaixa em tais
critérios. Os apóstolos foram designados exclusivamente para os primeiros dias
da igreja para estabelecer a doutrina ortodoxa. Não há nada, então, que nos
permita dizer que ainda existam apóstolos. Na verdade, se alguém afirma ser um
apóstolo hoje, devemos nos preocupar. Tal afirmação abre a porta para falsos
ensinos e abusos de autoridade.
Resposta: Nós que somos continuístas não cremos que as
profecias estão acima da Revelação (Normativa/Autoritativa) da Bíblia Sagrada,
pelo contrário, elas devem sujeitar-se à palavra de Deus. Concordamos também, que
não temos mais apóstolos como Paulo, Pedro e João; Porém, Deus não falava
somente através dos apóstolos e profetas, pois se fosse assim, porque o
Espírito Santo daria o dom de profecia à muitos da igreja de Corinto e o
próprio Paulo desejava isto? (1Co 14.5,31). Quando o apóstolo Paulo fala acerca
dos dons espirituais, ele escreve à igreja de Corinto, sendo assim, percebemos
que muitos dos membros daquela igreja tinham os dons espirituais, Paulo diz que
na igreja como um todo não faltava nenhum dom (1Co 1.7), portanto, os dons
espirituais não se restringiam apenas para os apóstolos, temos o caso das
filhas de Filipe que tinham o dom de profecia, pois a raiz da palavra
“profetizavam” que aparece em (At 21.9),
é a mesma das palavras “profetiza”, “profecia”, “profetizar”, “profetizarem”
de (1Co 12-14).
Mas abaixo, o cessacionista vai afirmar que aqueles que
profetizavam eram profetas, mas é bom discernirmos que existe o dom de profeta
(Ef 4.11) e o dom de profecia (1Co 12.10), no caso por exemplo das filhas de
Filipe (At 21.9) elas profetizavam mas não eram profetas.
3. Blog: Se o dom do apostolado acabou, então outros dons
podem ter cessado também, uma vez que o fundamento foi lançado pelos apóstolos
e pelos profetas (Efésios 2.20). Concluo a partir desse ponto que o dom de
profecia também cessou, pois os profetas aqui identificados são do mesmo tipo
daqueles mencionados em outros lugares nas Escrituras (cf. 1Coríntios 12.28;
Efésios 3:5, 4.11). As igrejas primitivas não tiveram o cânon das Escrituras
completo por algum tempo, e, portanto, um ministério profético autoritativo e
infalível se fez necessário para o estabelecimento das bases da igreja nos
primeiros dias.
Resposta: Aqui está o equívoco deste cessacionista! Quem é
que pode afirmar quais dons cessaram? Não há nenhuma referência bíblica dizendo
que o dom de profecia cessou, simplesmente ele faz uma dedução, se esta dedução
sobre a dom de profecia estivesse em outro texto bíblico, OK! Mas não têm! E os
mesmos apóstolos e profetas que se encontram em (Ef 2.20); (Ef 3.5) estão
listados juntos com outros dons em (1Co 12.28); (Ef 4.11) e por causa disto por
exemplo o dom de evangelistas, pastores e mestres também cessaram? É claro que
não! O fato de não vermos ou não experimentarmos algum dom espiritual não
significa que ele cessou!
Acerca da profecia e o Sola Scriptura: https://open.spotify.com/episode/344mNBswq4Mqszek0kbaDa?si=KRi1iPghQYe0QGVd3E6GcQ
E mais, onde está escrito na Bíblia Sagrada que na igreja primitiva
havia um ministério profético autoritativo e infalível?
4. Blog: O argumento bíblico mais significativo contra o que
eu estou propondo é a alegação de que no Novo Testamento (NT) a profecia é
diferente da profecia do Antigo Testamento (AT), pois alguns dizem que no AT a
profecia é impecável enquanto que no NT ela se mistura com o erro. Mas a ideia
de que os profetas do NT poderiam cometer erros não é convincente por várias
razões. 1.) O ônus da prova recai sobre aqueles que dizem que a profecia no NT
é de natureza diferente da profecia no AT. Os profetas do AT só eram
considerados profetas de Deus se eles fossem infalíveis (Deuteronômio
18.15-22). Podemos afirmar mais ou menos o mesmo no NT. 2.) A admoestação para
julgar as profecias no lugar dos profetas (1Coríntios 14.29-32;
1Tessalonicenses 5.19-20) é frequentemente apresentada como prova de que o dom
de profecia é diferente no NT. Mas este argumento não é convincente porque a
única maneira de se julgar profetas em ambos os Testamentos é por meio de suas
profecias. Nós só podemos saber se um profeta não é de Deus, se as suas
profecias são falsas ou se suas palavras contradizem o ensino bíblico. 3.) Nós
não temos nenhum exemplo de um profeta do NT que errou. Ágabo não errou quando
profetizou que Paulo seria preso pelos judeus e entregue aos romanos (Atos
21.10-11). Aqueles que dizem que ele errou exigem mais precisão do que as
profecias oferecem. Além disso, depois que Paulo foi preso apelou para as
palavras de Ágabo, dizendo ter sido entregue aos romanos pelos judeus (Atos
28.17), o que demonstra que ele não achava que Ágabo cometeu algum erro. Ágabo
anunciou as palavras do Espírito Santo (Atos 11.28; 21.11), então não temos
nenhum exemplo no NT de profetas cujas profecias foram misturadas ao erro.
Resposta: Ele diz “é a
alegação”; “pois alguns dizem”; Eu pergunto, Quem? Não sei de onde este cessacionista
tirou esta concepção; Achei desnecessário levantar estes argumentos.
No ponto 2.); O argumento que ele usou também não é muito
convincente; Ora ele mesmo diz no final do texto 3, que a igreja primitiva
tinha um ministério autoritativo e infalível, se isso que ele afirmou realmente
fosse verdade, de fato não haveria motivos para Paulo os exortarem a julgar as
profecias, pois todas elas seriam advindas de Deus!
5. Blog: Alguns protestam dizendo que a minha compreensão é
imprecisa uma vez que havia centenas e milhares de profecias nos tempos do NT
que não foram canonizadas. Esta objeção não convence, pois o mesmo é verdade
para o AT. A maioria das profecias de Elias ou de Eliseu nunca foram escritas
ou canonizadas. Podemos pensar também nos 100 profetas poupados por Obadias
(1Reis 18.04). Aparentemente nenhuma das suas profecias foi canonizada. No
entanto, as profecias eram completamente verdadeiras e sem erro algum. De outro
modo eles não teriam sido profetas (Deuteronômio 18.15-22). O mesmo princípio
se aplica para as profecias dos profetas do NT. Suas palavras não foram
registradas, mas se eles foram realmente profetas, suas palavras eram
infalíveis.
Resposta: Só lembrando que a Bíblia Sagrada no AT chama
tanto os verdadeiros como os falsos de profetas.
6. Blog: O que algumas pessoas atualmente chamam de
“profecias” são na verdade impressões de Deus. Ele pode usar impressões para
nos orientar e nos conduzir, mas elas não são infalíveis e devem ser sempre
testadas à luz das Escrituras. Também devemos consultar conselheiros sábios
antes de agirmos baseados nessas impressões. Eu amo meus irmãos e irmãs
carismáticos, mas o que eles hoje chamam de “profecia” não é na verdade o dom
de profecia bíblico. Impressões dadas por Deus não são a mesma coisa que profecias.
Resposta: Bem como este meu irmão cessacionista relatou: “algumas pessoas atualmente”; “irmãos e
irmãs carismáticos”. A questão é: Quem são estas pessoas que ele se refere?
Um neófito na fé? Algum fanfarrão no meio pentecostal ou neopentecostal? Se
for, também concordo! Mas pelo que vejo, ele desconhece as verdadeiras
manifestações espirituais no meio de pessoas sérias, convertidas à Cristo, separadas
do mundanismo, que conhecem e amam a palavra de Deus e aguardam à segunda vinda
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O problema, é que muitos querendo defender suas teses ou
desqualificar um grupo, não recorrem as fontes originais, não observam as
várias correntes possíveis dentro daquele segmento e usam justamente os “frutos
verdes e podres” para construírem seus argumentos, assim como o “povão” faz com
os padres, pastores, políticos e tantos outros.
Pessoalmente já recebi muitas profecias e muitas delas se
cumpriram fielmente na minha vida! Infelizmente existem falsos profetas que
lançam as suas “profetadas”, mas isto não desqualifica os verdadeiros profetas
e as genuínas profecias; Deus ainda fala hoje, não somente pelas Escrituras mas
também através de servos e servas.
O que falar sobre línguas?
1. Blog: O dom de línguas é uma questão ainda mais difícil.
Em Atos (2.1-4, 10.44-48, 19.1-7) esse dom é símbolo da chegada da era do
cumprimento em que as promessas da aliança de Deus seriam realizadas.
1Coríntios 14.1-5 e Atos 2.17-18 também sugerem que as línguas, quando
interpretadas (ou compreendidas), são equivalentes à profecia. Parece, então,
que os dons de profecia e de línguas estão intimamente relacionados. Se a
profecia já cessou, então é provável que as línguas também tenham cessado. Além
disso, é evidente a partir de Atos que o dom envolve o falar em línguas
estrangeiras (Atos 2), e Pedro enfatiza, no caso de Cornélio e seus amigos, que
os gentios receberam o mesmo dom que os judeus (Atos 11.16-17).
Resposta: Mais uma vez o cessacionista cai no mesmo
equívoco! Onde está escrito que o dom de profecia e de línguas cessaram? O
problema está na sua simples dedução e ele confunde o dom de profeta com o dom
de profecia. É bem provável também, que ele desconheça o fato de que muitos
dons, incluindo os dons carismáticos, se manifestaram mesmo depois da morte dos
apóstolos. Apesar de termos poucos registros (protestante e secular), eles
comprovam esta verdade e atualmente historiadores sérios estão revisando a
história da igreja para inserir estas muitas manifestações que ocorreram.
2. Blog: Também não é convincente dizer que o dom citado em
1Coríntios 12-14 é de natureza diferente (isto é, expressões de êxtase). A
palavra “línguas” (glōssa) denota um código linguístico, uma linguagem
estruturada, e não vocalização aleatória e livre. Quando Paulo diz que ninguém
entende aqueles que falam em línguas, porque eles proferem mistérios
(1Coríntios 14.2), ele não está sugerindo que o dom é diferente daquele que
encontramos em Atos. Aqueles que ouviram as línguas em Atos entenderam o que
estava sendo dito porque eles conheciam as línguas que os apóstolos estavam
falando. Se ninguém conhece a língua, então aquele que a pronuncia fala
mistérios. 1Coríntios 13.1 (língua dos anjos) também não dá suporte à noção de
que o dom de línguas é constituído por expressões de êxtase. Paulo claramente
utiliza uma hipérbole em 1Coríntios 13.1-3. Ele está claramente exagerando ao
se referir ao dom de profecia (1Coríntios 13.2), porque ninguém que profetiza
conhece “todos os mistérios e toda a ciência”. Eu acredito que o que está
acontecendo nos círculos carismáticos atualmente a respeito das línguas é
semelhante ao que vimos acontecer com a profecia. O dom foi redefinido para
incluir uma espécie de vocalização livre, e então as pessoas afirmam ter o dom
descrito nas Escrituras. Ao fazer isso eles redefinem o dom para acomodar sua experiência
contemporânea. Isso significa que as línguas contemporâneas são demoníacas,
então? Acho que não. Concordo com J. I. Packer que diz que a experiência é mais
uma forma de relaxamento psicológico.
Resposta: Sobre isto confira:
1.A glossolalia, a teologia e a ciência: uma resposta a Yago
Martins/ 7 de fevereiro de 2015 https://teologiapentecostal.blog/2015/02/07/a-glossolalia-a-teologia-e-a-ciencia-uma-resposta-a-yago-martins/
2.Gutierres Fernandes Siqueira - Resposta ao colega Yago
Martins/ 24 de outubro de 2018: https://teologiapentecostal.blog/2018/10/24/resposta-ao-colega-yago-martins/
3.A glossolalia não é fenomenologia: uma tréplica a Yago
Martins: https://teologiapentecostal.blog/2015/02/08/a-glossolalia-nao-e-fenomenologia-uma-treplica-a-yago-martins/
Milagres e curas
1. Blog: O que podemos falar sobre milagres e curas? Em
primeiro lugar, eu acredito que hoje Deus ainda cura e realiza milagres, e que devemos
orar por isso. As Escrituras não são tão claras sobre esse assunto, de forma
que esse dom poderia ainda existir. Ainda assim, a principal função desses dons
era credenciar a mensagem do evangelho, confirmando que Jesus era tanto Senhor
quanto Cristo. Eu duvido que o dom de milagres e curas ainda exista, por que
não é evidente que homens e mulheres em nossas igrejas possuam tais dons.
Certamente Deus pode curar e cura, às vezes, mas onde estão as pessoas com
esses dons? Supostos milagres e curas devem ser verificados, assim como o povo
verificou a cura do cego em João 9. Há uma espécie de ceticismo biblicamente
justificado.
Resposta: Outra vez o cessacionista cai no mesmo equívoco! O
fato de não vermos ou não experimentarmos tais manifestações espirituais não
atesta a inexistência delas! E mais, qual igreja ele se refere? A Igreja
Universal dos crentes em Cristo, da sua denominação ou da sua confissão
teológica? Pois a denominação de qual sou membro, se expandiu no Brasil
primeiramente pela graça de Deus e em segundo porque Deus manifestou seu poder
na vida de Daniel Berg e Gunnar Virgren que proclamaram o evangelho do nosso
Senhor Jesus, além de milhares terem se convertido à Cristo, várias pessoas
foram curadas de suas enfermidades através dons do Espírito Santo manifestados
na vida dos nossos missionários fundadores, entre elas, a irmã Celina de
Albuquerque, que por dias estava acamada e foi curada de uma enfermidade
incurável nos lábios, de fato, não temos testemunhado em nosso contexto muitas
curas e milagres como na Bíblia Sagrada e no início do Movimento Pentecostal,
mas isto não me faz duvidar nenhum pouco do poder de Deus através dos dons
classificados como carismáticos; Aí eu pergunto pra este cessacionista: E se
Deus em sua Soberania quiser e usar alguém com dons espirituais e você ver e
talvez até mesmo experimentar, como você irá reagir? No mínimo deveria
responder: Eu estava equivocado nas minhas deduções.
2. Blog: Agora, será que Deus poderia, em situações
missionárias extremas, conceder milagres, sinais e prodígios para credenciar o
evangelho como ele fez nos tempos apostólicos? Sim. Mas isso não é a mesma
coisa que ter esses dons como uma característica normal no cotidiano da igreja.
Se os sinais e maravilhas dos apóstolos tivessem voltado, deveríamos ver o cego
recebendo a visão, os coxos andando e os mortos sendo ressuscitados. Deus cura
hoje (às vezes de forma dramática), mas a cura de resfriados, de gripe, de DTM,
problemas no estômago e nas costas, e assim por diante, não estão na mesma
categoria que as curas encontradas nas Escrituras. Se as pessoas realmente têm,
hoje em dia, o dom de cura e milagres, elas precisam demonstra-lo através da
realização dos tipos de curas e milagres encontrados na Bíblia.
Resposta: Quem disse que os apóstolos curavam à todos? É
necessário entender que no caso dos dons de curas e de operação de maravilhas,
o crente que os possui não usa e abusa dele como quiser, jamais! Se fosse assim
porque então o apóstolo Paulo não curou a Timóteo (1Tm 5.23) e Trófimo (2Tm
4.20)?
Blog: 1Coríntios 13.8-12 não contradiz a sua opinião?
3. Blog: Vamos considerar uma objeção à noção de que alguns
dos dons cessaram. Será que 1Coríntios 13.8-12 não ensina que os dons durarão
até Jesus voltar? Certamente esse texto ensina que os dons poderiam durar até a
volta de Jesus. Não há ensinamento definitivo na Bíblia de que eles cessaram.
Podemos até esperar que durem até a segunda vinda. Mas vemos indícios em
Efésios 2.20 e outros textos de que os dons exerceram seu papel na fundação da igreja.
Concluo, então, que 1Coríntios 13.8-12 permite, mas não exige, que os dons
continuem até a segunda vinda. E que os dons, da maneira como são praticados
hoje, não se encaixam na descrição bíblica desses dons.
Por razões como essas os reformadores e grande parte da
tradição protestante até o século 20 acreditavam que os dons cessaram. Concluo
que tanto a Escritura quanto a experiência atestam o seu julgamento sobre o
assunto.
Resposta: O Senhor Jesus cumpriu a promessa do revestimento
de poder (Lc 24.49); (At 1.8), o Espírito Santo distribui os dons espirituais e
o apóstolo Paulo incentivou a busca deles (1Co 12-14), eles se encontram na
Bíblia Sagrada e ocorreram durante a história da igreja, isto nos permite a crer
que estes dons estão ainda disponíveis até a segunda vinda do Senhor Jesus!
Concluo, então, que tanto as Escrituras como a experiência
atestam e comprovam a continuidade de todos os dons espirituais.