sábado, 18 de novembro de 2017

LIÇÃO 8 SALVAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO



                 LIÇÃO 8 SALVAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO

INTRODUÇÃO: Na cruz do Calvário, Jesus Cristo ofereceu a salvação indistinta e gratuitamente para todos os seres humanos (Ap 22.17). Por decisão pessoal, e liberdade individual, os que recebem a oferta de salvação são destinados à vida eterna, pois o Pai quer que todo homem se salve e que ninguém se perca (2 Pe 3.9).

Comentarista: Claiton Ivan Pommerening é Ministro do Evangelho, congrega na Assembleia de Deus de Joinvile (SC) e é graduado em Ciência Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau e em Teologia pela Faculdade Evangélica de Teologia de Belo Horizonte. Possui especialização em Teologia e Bíblia pela Faculdade Luterana de Teologia e é Doutor e Mestre pela Faculdade EST. Atualmente é o Diretor da Faculdade Refidim e do Colégio Evangélico Pr. Manoel G. Miranda; vice-presidente da CEEDUC - Associação Centro Evangélico de Educação Cultura e Assistência Social em Joinvile (SC); e editor da Azusa Revista de Estudos Pentecostais da Faculdade Refidim de Joinvile (SC).

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Comentário

#1.A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA

1. A Eleição de Israel: A eleição no Antigo Testamento tem um significado mais específico que no Novo Testamento. Exemplo disso é o chamado de Abraão e sua descendência, que mais tarde formariam a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Livre e espontaneamente, o "amigo de Deus" respondeu positivamente ao chamado. Entretanto, diante dele havia a possibilidade de não atender a essa convocação. 

Nesse sentido, é importante ressaltar que a eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica. Por ser pontual, específica e coletiva, a eleição de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual do crente, nem mesmo dos judeus, no sentido de Deus decretar uns para a vida eterna e outros para a eterna danação. Além do mais, por meio do livre-arbítrio que Deus deu a Israel, a nação chegou a perder algumas bênçãos prometidas porque se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem (Jr 6.30; 7.29). Segundo o apóstolo Paulo, isso nos serve de exemplo a fim de não repetirmos os mesmos erros do povo de Deus do Antigo Testamento (1Co 10.6,11).

*Da mesma forma foi a eleição de Jacó, Deus a escolher Jacó não estava escolhendo-o como indivíduo, mas como uma nação, pois foi de Jacó que vieram as 12 tribos que formaram a nação de Israel, portanto “amei a Jacó e aborreci a Esaú” (Gn 25.23); (Ml 1.1-4); (Rm.9.9-13), não se refere a eleição para a salvação mas para um propósito, assim como também a eleição ministerial do profeta Jeremias (Jr.1.5), do apóstolo Paulo (Gl.1.15).


2. A eleição para a salvação: A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores à salvação em Cristo e os torna santos (Rm 8.26-39). Essa eleição é proclamada por meio da pregação do Evangelho (Jo 1.11; At 13.46; 1Co 1.9), pois o Altíssimo deseja que todos sejam salvos, respondendo afirmativamente ao seu chamado para a salvação (At 2.37; 1Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9). Entretanto, as Escrituras mostram claramente que quem crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).

* São eleitos por Deus para a salvação, todos os que creem em Jesus Cristo, quando a bíblia fala de eleição para a salvação sempre se refere no plural, no coletivo e não individual, ou seja, só é eleito aqueles que creem em Jesus e que agora fazem parte do corpo de Cristo, quem está e permanece no corpo Cristo é eleito e predestinado a salvação. (Rm.11.22-23).

João 3.16-18 é claro, quem crer em Cristo é eleito e predestinado para a salvação, quem não crer em Nele já está condenado.

3. A presciência divina: Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão (At 22.14; Rm 9-23) e de interferir na história humana (Ne 9.21; SI 3.5; 9.4; Hb 1.1-3). Ele é soberano (Jó 42), provedor (SI 104) e sabe quem responderá positivamente ao convite de salvação (Rm 8.30; Ef 1.5). Deus proveu o meio de salvação para todas as pessoas, mas nem todas atenderão ao seu convite. Em sua soberania e presciência, estamos sob os seus cuidados, mas paradoxalmente, também desfrutamos do livre-arbítrio que Ele nos deu, o que aumenta mais a responsabilidade humana de obedecer à sua vontade (Rm 11.18-24).

* Existem atributos que só Deus(Trindade) possui, Deus é Onipotente, Ele pode tudo, todas as coisas lhe são possíveis, Deus é Onipresente, Ele é atemporal, ou seja, não está limitado ao tempo, Ele está no passado, presente e futuro, Deus é Onisciente, Deus sabe, conhece todas as coisas tanto no passado, presente e futuro; A respeito de Deus conhecer o futuro, então Ele é presciente, ou seja, Ele conhece, sabe de tudo antes das coisas acontecerem.

Em relação a salvação da humanidade, porque Deus é Onisciente e presciente, Ele sabe quantas e quais pessoas irão crer em Jesus Cristo e serão salvas, dessa forma, pela presciência de Deus tais pessoas são eleitas em Cristo para a salvação (1Pe.1.1-2); (Ef.1.3-4).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Qualquer estudo sobre a eleição deve sempre começar por Jesus. E toda conclusão teológica que não fizer referência ao coração e aos ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por suspeita. Sua natureza reflete o Deus que elege, e em Jesus não achamos nenhum particularismo. Nele, achamos o amor. Por isso, é relevante que em quatro ocasiões Paulo vincule o amor à eleição ou à predestinação: 'Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr. eklogên] é de Deus' (1Ts 1.4). 'Como eleitos [gr. eklektoí] de Deus, santos e amados... '. (Cl 3.12) - nesse contexto, amados por Deus. 'Como também nos elegeu [gr. exelaxato] nele antes da fundação do mundo... e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua vontade' (Ef 1.4,5). Embora a intenção divina não esteja ausente nesta última palavra grega (eudokia), ela inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou boulomai. A forma verbal aparece em Mateus 3.17, onde o Pai diz: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo [gr. eudokêsa]'. Finalmente, Paulo diz: 'Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido [gr. heilato] desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade' (2 Ts 2.13). O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo. Tornar-se-ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolheu alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um Deus que ama o mundo?”(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 363,364).

#2.ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO

1. Breve histórico de Jacó Armínio: Jacó Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Tendo sido envolvido numa disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas. Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas opiniões.

Introdução e Cosmovisão (Jacó Armínio e pensamentos e obras) Pr. Dr. Carlos Augusto Vailatti

2. O livre-arbítrio: O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação. No Jardim do Éden, o Criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2.16,17); a Israel deu também essa prerrogativa (Dt 30.19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc 16.16).

* (Gn.4. 6 E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.

(Dt.28.1 E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra).

(Dt.28.15 Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão)

(Dt.30.19 Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência).

(Mt.16.24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me).

(Jo.12. 42 Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. 43 Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus).

(Jo.3.18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus).
(Rm.11.22 Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado).

(Hb.3.12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. 13 Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; 
14 Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. 15 Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação).

3. O livre-arbítrio na Bíblia: Deus nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Logo, por Ele ser naturalmente Livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30.19-20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados para a salvação: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1Co 15.22; cf. Jo 1.12), pois "se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm 10.9).

*Deus fez o homem com livre arbítrio poder de decisão, escolha, pois o ser humano é um ser inteligente, tudo o que fazemos primeiramente pensamos e então decidimos, não somos obrigados a fazer nada, tudo nessa vida nos é condicionado ''se quiseres'', recebemos muitos conselhos, propostas e ordens, tanto positivas (pro nosso bem), como negativas (pro nosso mal), mas cabe a nós escolhermos, decidirmos e desfrutarmos das consequências de cada decisão. Isso é livre-arbítrio, Deus nos deu e irá nos julgar pelo “uso” dele. (Ec.11.9); (Gl.6.7-8).

#3.ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO

1. A Eleição divina: A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9) que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos (1Tm 2.3,4). Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Em Jesus, Deus nos elegeu com propósitos específicos: para pertencer­mos a Cristo (Rm 1.6; 1Co 1.9); para a santidade (Rm 1.7; 1PE 1.15; 1Ts 4.7); para a liberdade (Gl 5.13); para a paz (1Co 7.15); para o sofrimento (Rm 8.17,18); e para a sua glória (Rm 8.30; 1Co 10.31).

*Eleição: O ato de escolher, escolher segundo a vontade.

A eleição divina é soberana, Deus quis escolher, sem dar satisfação a ninguém, e ninguém o pode questionar, Ele quis salvar os pecadores por meio de Cristo e condenar aqueles que o rejeitarem O Salvador do mundo e “ponto final.” (Jo.3.18).

A eleição divina é graciosa, é um ato da graça de Deus, dando a humanidade a oportunidade de salvação em Cristo. 

A eleição divina para a salvação e todas as bênçãos advindas dela, só é possível em Cristo, “nele”, “por”, “em” “com”, são expressões usadas pelo apóstolo Paulo na epístola aos Efésios.

2. Escolha humana e fatalismo: A graça comum (Rm 5.18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade para crerem no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus - Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade, e dos quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus não é destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina, vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do Criador. Por isso, indistintamente Ele dá a oportunidade para que todos se salvem (At 17.30), pois Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).

*A eleição divina não é uma determinação autoritária de Deus, mas sim uma oportunidade graciosa de salvação em Cristo proposta a humanidade pela proclamação do Evangelho, mas cada pessoa diante dessa proposta deve aceita-la ou rejeita-la. (Mc.16.15-16)

A eleição e predestinação divina é para a salvação e não pra condenação, ou seja, Deus não escolhe e predestina pessoas para a condenação, se assim fosse, Deus não seria amoroso, misericordioso, gracioso e justo.

*Atenção: Leia com cuidado, pra não me interpretar mal e dizer o que eu não disse neste comentário.

Alguém pode dizer: “Seria mais que justo Deus condenar a humanidade, pois o salário do pecado é a morte”, pois devido o pecado original de Adão e Eva, essa humanidade é nascida em pecado e vive em pecado.

Mas eu te pergunto: “O que a humanidade, o que nós temos haver com o pecado deles? Somos pecadores? Sim! Cometemos pecados? Sim! Mas se pecamos porque somos pecadores, é porque herdamos o pecado original de Adão e Eva. Não seria isso uma injustiça? Já nascermos em pecado, afastados de Deus, inclinados para o mal, sermos considerados injustos e condenados para o inferno? Por isso ser uma injustiça, foi que Deus enviou seu Filho, o “segundo Adão (1Co.15.45-49), para que em Cristo e na proclamação de seu Evangelho nós que somos injustos fôssemos justificados pela fé Nele e pudéssemos alcançar a salvação.

(Rm.5.17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. 18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 19 Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. 20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; 21 Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor).

3. A possibilidade da escolha humana: Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher: "todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16); "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6.37); "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10.13). Uma das coisas mais belas da Palavra de Deus é que, embora o Altíssimo seja soberano, Ele não criou seus filhos como robôs autómatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Ainda de acordo com a ideia de que o relacionamento entre o divino e o humano é uma via de mão dupla, a posição compatibilista de Lewis, que aventa o que chamei de ‘coexistência pacífica entre soberania divina e livre-arbítrio” ou 'compatibilidade incognoscível', é exemplificada pelo autor de As Crónicas de Nárnia, com a ideia de perdão. A ne­cessidade de tal ato da parte de Deus, 'move' a divindade e, 'Nesse sentido', diz ele, 'a ação divina é consequência do nosso comportamento, [e] é por ele condicionada e induzida'. Lewis então questiona retoricamente: 'Será que Isso significa que podemos 'influenciar' Deus?' 

O anglicano acredita que é até possível responder afirmativamente caso se quiser e diz que, se isso for dessa forma, é preciso então que se flexibilize a noção de 'impassibilidade' divina, 'de forma que admita isso', aventando a hipótese de que o comportamento humano, de alguma forma, 'influencia' o Criador, 'pois sabemos que Deus perdoa muito mais do que entendemos o significado de 'impassível'. Assim é que, a respeito dessa questão, Lewis diz que prefere 'dizer que, antes de existirem todos os mundos, Seu ato providencial e criativo (porque são uma coisa só) leva em conta todas as situações engendradas pelos atos de suas criaturas'. 

Mas, questiona, 'se Deus leva em conta nossos pecados, por que não nossas súplicas?' Isso significa que a oração, a súplica, move a Deus, Numa palavra, 'Deus e o homem não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério da criação — infinito para Deus e incessante no tempo para nós — ocorre de fato'. Isso significa que, 'Deus fez (ou disse) tal coisa' e eu fiz (ou disse) tal coisa' podem ambos ser verdadeiros'. Esta, inclusive, é a forma arminiana e pentecostal de crer. A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de explicar como isso ocorre leva a equívocos e discussões desnecessárias" (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sob a ática de Jesus. 1. ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2017, pp.114,115).

CONCLUSÃO: O Evangelho é um presente oferecido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o Senhor convida: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). Os que aceitam a esse convite estão predestinados a "serem conforme a imagem de seu filho", Jesus Cristo (Rm 8.29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!

Por: Pb. Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Missões)

Cristais – Mg 18/11/17

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