Lição 3 A Salvação e o Advento do Salvador
INTRODUÇÃO: Deus não abandonou o ser humano no pecado. Por
isso, o nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a humanidade,
em que a promessa de perdão e de salvação, por intermédio de sua encarnação,
posterior crucificação e morte, foi efetuada por Ele na cruz a fim de nos
redimir.
Comentarista: Claiton Ivan Pommerening é Ministro do Evangelho, congrega na Assembleia de Deus de Joinvile (SC) e é graduado em Ciência Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau e em Teologia pela Faculdade Evangélica de Teologia de Belo Horizonte. Possui especialização em Teologia e Bíblia pela Faculdade Luterana de Teologia e é Doutor e Mestre pela Faculdade EST. Atualmente é o Diretor da Faculdade Refidim e do Colégio Evangélico Pr. Manoel G. Miranda; vice-presidente da CEEDUC - Associação Centro Evangélico de Educação Cultura e Assistência Social em Joinvile (SC); e editor da Azusa Revista de Estudos Pentecostais da Faculdade Refidim de Joinvile (SC).
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COMENTÁRIO
#1.O ANUNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR
1. No Antigo Testamento (Lc 24.27): O Antigo Testamento dá
abundantes predições sobre a vinda do Messias ao mundo: na queda dos nossos
primeiros pais, a vinda do Salvador foi apontada (Gn 3.15); no sangue de
animais no umbral das portas na noite da Páscoa (Êx 12.1-13); no êxodo do povo
judeu do Egito (Êx 12.37-51; 13.17-22); nos 26 salmos messiânicos (SI 2.7;
16.10; 22.1ss; 35.19; 72.1ss; 118.22 e outros); na volta do exílio babilônico;
e nos profetas, especialmente o livro de Isaías, denominado o livro messiânico
do Antigo Testamento (Is 9; 11; 50).
*(Is.7.14
Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à
luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel).
(Is.9.6 Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu
nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
7 Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e
no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora
e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto).
(Zc.9.9 Alegra-te muito, ó filha de
Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo,
pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta).
2. Anunciado pelos anjos: O anjo Gabriel apareceu a Maria e
lhe deu instruções de como ela conceberia milagrosamente o menino Jesus (Lc
1.30-38). Quando os anjos anunciaram o nascimento do Salvador aos pastores,
estes foram tomados de grande alegria e glória do Senhor (Lc 2.9), pois ao
ouvirem palavras tão alentadoras e o coral de anjos cantando foram
imediatamente à procura do Salvador (Lc 2.13-18).
*A forma que Cristo que veio ao
mundo nos pasma, Deus se fazendo homem, nasceu de uma humilde família, foi
posto numa manjedoura (Lc.2.6-7), lugar impróprio para um ser humano, quanto
mais para o Filho de Deus! Ensinando-nos uma grande lição!
3. Desfrutado pela humanidade: A visita dos pastores e dos
sábios simboliza toda a raça humana à procura de Deus. Essa visita não se deu
num belo palácio ornado de ouro, mas numa simples manjedoura cheia de animais e
palha; um lugar inóspito para o grande Rei e Salvador. Mas foi ali que Deus
mostrou-se em toda sua singeleza e simplicidade, quando foi ao encontro do
homem pecador uma vez perdido e entregue ao opróbrio do pecado (Jo 1.9).
#2.A CONCEPÇÃO DO SALVADOR
1. Um plano concebido desde a fundação do mundo: Jesus
Cristo é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8),
pois antes de o homem pecar, o Pai, em sua presciência, já havia provido um
salvador. Isso significa que, quando o ser humano pecou. Deus não foi pego de
surpresa. Entretanto, em seu eterno amor pela humanidade, o Altíssimo havia
planejado o resgate dos pecadores mediante o advento da pessoa de seu Filho,
Jesus Cristo (Ap 13-8).
* Deus
em sua presciência sabia que a humanidade cairia em pecado, não porque Ele a
determinou, mas porque anteviu, sabendo disso, providenciou de antemão a salvação
para todos os que creem em Jesus Cristo (Jo.3.16), que é o cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo (Jo.1.29)
2. O nascimento do Salvador: O
nascimento do Salvador é um evento emblemático e simbólico acerca do propósito
que Ele veio realizar: salvar o mundo (Jo 3.16). Para isso o Filho nasceu longe
de casa, peregrinou para Belém sem acomodações adequadas, num ambiente inóspito
e extremamente humilde (Lc 2.1-7). Isso foi a demonstração da humildade divina,
pois o Filho se esvaziou de sua glória para habitar de maneira humilde entre os
homens (Fp 2.7). Que belo gesto de doação de si mesmo, pois não poderia haver
maior entrega para mostrar esta verdade: Deus é amor (1 Jo 4.8)!
*Porque
Jesus veio ao mundo? Alguns motivos:
A) Cumprir
a vontade de Deus o Pai (Hb.10.7-9).
B) Restaurar
o homem a Deus o Pai (Mt.9.13); (Lc.19.10); (Jo.1.11-13); (1Jo.3.5).
C) Cumprir
a promessa de Deus, Ele é Fiel (Gn.3.15).
D) Revelar
o amor e a graça de Deus (Jo.3.16); (Rm.5.8).
E)
Manifestar o poder de Deus (nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão).
F) Destruir as obras do Diabo (1Jo.3.8).
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
O
Nascimento Virginal
Provavelmente,
nenhuma doutrina cristã é submetida a tão extenso escrutínio quanto a do
nascimento virginal, e isto por duas razões principais. Primeiro, esta doutrina
depende, para a sua própria existência, da realidade do sobrenatural. Muitos
estudiosos, nestes últimos dois séculos, têm desenvolvido um preconceito contra
o sobrenatural; e esse preconceito tem influenciado seu modo de analisar o
nascimento de Jesus. A segunda razão para a crítica do nascimento virginal é
que a história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos
simples dados que a Bíblia fornece. A própria expressão 'nascimento virginal'
reflete essa questão, O nascimento virginal significa que Jesus foi concebido
quando Maria era virgem, e que ela ainda era virgem quando Ele nasceu (e não
que as partes do corpo de Maria tenham sido preservadas, de modo sobrenatural,
no decurso de um nascimento humano).
Um dos
aspectos mais discutidos do nascimento virginal é a origem do próprio conceito.
Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por meio de paralelos helenísticos.
Os enlaces que os deuses e deusas mantinham com seres humanos, na liturgia
grega da antiguidade, são alegadamente os antecedentes da ideia bíblica. Mas
essa teoria certamente desconsidera a aplicação de (Isaías 7, em Mateus 1.
Isaías 7,
com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do conceito do
nascimento virginal Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico
"almah, conforme usado em Isaías 7,14. A palavra é usualmente traduzida
por 'virgem', embora algumas versões traduzam por 'jovem'. No Antigo
Testamento, sempre que o contexto oferece nítida indicação, a palavra significa
uma virgem com idade para casamento" (HORTON, Stanley M. 1.ed. Rio de
Janeiro; CPAD, 1996, p. 322).
3. Um roteiro divino de vida: Desde a fundação do mundo,
Jesus foi o Salvador e, a partir de seu nascimento, essa realidade foi
confirmada (Lc 2.10,11): Ele foi concebido por uma virgem, o que atesta o fato
milagroso de ser o Filho de Deus incriado e gerado como homem pelo Espírito
Santo (Lc 1.35); Jesus nasceu num contexto de pobreza, o que mostra sua
humilhação e serviço aos desafortunados (Lc 4.18-21); o Filho de Maria cresceu
numa família, o que mostra a importância que Deus dá à célula mater da
sociedade (Lc 2.40). Assim, o ministério terreno de Jesus seria abrangente (Lc
2.49), mostrando que o Reino de Deus já havia chegado à Terra (Lc 10.9,11).
*Vemos que tudo na vida de Jesus
teve um propósito divino, nada aconteceu por um acaso, cada ação quer por
palavras, gestos e atitudes, Deus revelava a humanidade sua vontade e
reafirmava seus princípios imutáveis.
#3.O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS
1. A encarnação do "Verbo": A Bíblia afirma,
reiteradas vezes, que o Filho de Deus se tornou "carne" (1Tm 3.16; 1
Jo 4.2; 2 Jo v.7; 1 Pe 3.18; 4.1), ou seja, uma pessoa inteira, de carne e
osso, em pleno uso de suas funções psíquicas. Sobre isso, o apóstolo Paulo
escreveu que Jesus realizou a reconciliação "no corpo da sua carne"
(Cl 1.21,22), isto é, quando se fez "carne" e habitou entre os
homens, assumiu a humanidade juntamente com as fragilidades próprias dela. Por
esse motivo, as Escrituras revelam que o nosso Senhor chorou em público (Jo
11.35), admitiu perdas e sentiu saudades (Jo 11.36), experimentou dor (Mt
27.50), sentiu tristeza de morte (Mt 26.38), sentiu-se cansado (Jo 4.6), teve
sede (Jo 19.28), teve dificuldades familiares (Jo 7.3-5), foi tido como louco
(Mc 3.21), mostrou que a privacidade e a oração são períodos essenciais para a
sobrevivência espiritual (Mc 1.35; 6.30-32,45,46; Lc 5.16).
*(Jo.1.1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus.)
#“No
princípio era o Verbo”: “No princípio”, faz alusão ao Gênesis 1.1 e o “Verbo” é
a Palavra de Deus, que criou o mundo, a Bíblia diz que tudo foi criado por meio
de Jesus (Jo.1.3); (Cl.1.16-17); (Hb.11.3), isso é o que a Teologia chama de “a
preexistência de Jesus”.
#“e o
Verbo estava com Deus”: Mais uma expressão da preexistência de Jesus, só que
agora o texto é mais claro.
#“e o
Verbo era Deus”: Agora de forma esclarecedora, O Verbo-Jesus, não somente
estava com Deus, mas também era Deus; Isso revela o mistério da Trindade, Deus
é um em essência (Dt.6.4), mas trino (Mt.28.19). A palavra “Deus” em Gênesis
1.1, no hebraico é Elohim está no plural.
João.1.14,
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”: E Verbo-Jesus, que estava com
Deus em Gênesis, era Deus, e se fez carne e habitou entre nós, isso é que a
teologia chama de “a encarnação de Jesus”, ou seja, Jesus não veio a existir ao
nascer de Maria, Ele já existia, Ele estava com Deus no princípio e Ele era
Deus, e como Deus existe de eternidade a eternidade.
Outros
textos: (1Jo.1.1-4); (1Jo.4.1-3); (1Jo.2.22-23);
Nos tempos
da igreja primitiva existia uma forte heresia, que “competia” com o
cristianismo era o gnoticismo, e um dos propósitos do apóstolo João tanto no
evangelho como em suas epístolas, era defender a supremacia da verdadeira
identidade de Jesus Cristo e alertar a igreja contra essa perigosa seita, o
apóstolo Paulo também combateu essa heresia em suas epístolas (1Co.15.1-9);
(Ef.1.15-23); (Cl.1.13-23); (Cl.2.4-9); (1Tm.3.16).
O
gnoticismo era uma mistura de filosofia grega, religiões pagãs misteriosas, judaísmo
e cristianismo, antes do cristianismo já sofria influência das crenças egípcias,
babilônios, hindus, e do contexto histórico grego-romano, eles fundiram os
ensinamentos de Cristo e dos apóstolos com as crenças já existentes.
Segundo
o gnoticismo Jesus não é Deus, porque se fosse, não poderia vir em carne e
sangue, porque criam que a matéria(corpo) era má. Eles acreditavam ainda, que o
Espirito chamado Cristo encarnou em Jesus de Nazaré no momento do seu batismo (dizendo
que Jesus veio em água, João rebate em 1João 5.6), acreditavam que o Espírito-Cristo
deixou o corpo de Jesus no momento da sua morte, negam portanto, a encarnação
de Cristo, seu nascimento, vida, morte e ressurreição.
Essa
doutrina é diabólica, porque se Jesus não veio em carne, Ele não nasceu santo,
sua morte é inútil para perdoar o pecador e o reconcilia-lo com Deus o Pai e
lhe conceder vida eterna, Ele não ressuscitou dos mortos para tornar nossa fé eficaz
(1Co.15.14), não foi assunto ao céu e não voltará para arrebatar a sua igreja
para a glorifica-la, pois a glorificação é o ápice da obra da salvação
(Jo.14.1-3); (At.1.9-11); (Tt.2.11-15).
O
escritor Lucas escrevendo ao exelentíssimo Teófilo, nos seus 2 tratados, “O
Evangelho Segundo Lucas” e “Atos dos Apóstolos” relata a historicidade irrefutável
de Jesus Cristo, pois relata datas, eventos, lugares e pessoas que comprovam a
existência de Jesus Cristo.
Como
homem, Jesus aqui na terra, teve uma vida normal como um ser humano, não veio
“já grande” ao mundo, teve que nascer, crescer, aprender, trabalhar e etc; E
desenvolveu-se intelectualmente e espiritualmente (Lc.2.52), como já dito pelo
comentarista, sentiu fome, sede, cansaço, sono, dor, em tudo foi tentado, porém
sem pecado (Hb.4.15), pois sua divindade não anulava sua humanidade.
2. A humilhação do servo: A humilhação de Jesus teve início
com o esvaziamento de sua glória para tomar a forma de servo e culminou com o
sofrimento na cruz (Fp 2.7,8). Sua humilhação está relacionada aos seus
sofrimentos, como ao ser perseguido, desprezado pelas autoridades, discriminado
(Jo 1.46), silenciado diante de seus acusadores, açoitado impiedosamente,
injustamente julgado diante de Pilatos e Caifás e, finalmente, morto. Assim se
cumpriu cada detalhe da profecia a respeito do Servo Sofredor (Is 53).
Conforme
a profecia de Gn.3.15, a serpente feriria o calcanhar da semente da mulher, que
era Jesus, nos Salmos 22 e em Isaías 53 relata um pouco do seu sofrimento, e Jesus
tinha plena consciência disso (Lc.18.31-33), mas era a vontade de Deus que isto
acontecesse (Is.53.10-11), (Lc.22.39-46); (Hb.10.1-9) e tudo isto POR AMOR AMIM E A VOCÊ!
Mas Jesus também tinha
consciência da sua vitória, como a consumação de seu sacrifício perfeito
(Jo.19.30), o cumprimento fiel de tudo que estava escrito a seu respeito, sua
ressurreição dos mortos, a pregação do evangelho em seu nome em todas as nações
oferecendo a oportunidade de salvação (arrependimento e remissão dos pecados) a
todos os cressem Nele (Lc.24.36-47).
3. O exemplo a ser seguido: Quando andou na Terra, Jesus nos
ofereceu o melhor exemplo, fazendo a vontade do Pai e amando o próximo com um
amor sem igual (Jo 4.34; Lc 4.18,19). Logo, a partir da vida do Salvador, somos
estimulados a priorizar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as
áreas de nossa vida, não permitindo que nada tome o seu lugar em nosso coração.
Assim, somos instados a amaro próximo na força do mesmo amor que o Pai tem por
nós (Mc 12.30,31).
*SAIBA MAIS: https://tiagoluispereira.blogspot.com.br/2017/06/licao-13-jesus-cristo-o-modelo-supremo.html
CONCLUSÃO: As boas novas do Evangelho se materializaram em
Jesus quando de seu nascimento em Belém. Sua obra salvadora foi profetizada ao
longo de todo o Antigo Testamento, anunciada pelos anjos aos pastores e ecoa,
de forma abrangente, por todo o Universo. Ele se encarnou, se humilhou, e
finalmente, triunfou gloriosamente mediante a sua ressurreição para, assim, nos
garantir a salvação.
Por: Pb. Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica
Dominical da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Missões)
Cristais – Mg 11/10/17
Gmail: tiagoluispereira1@gmail.com
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