Lição 5 A Identidade do Espírito Santo
INTRODUÇÃO: As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífco. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.
Comentarista: Pastor Esequias Soares é líder da Assembleia de Deus em Jundiaí – SP, graduado em Letras (Hebraico) pela Universidade de São Paulo, Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã. Conferencista e palestrante em diversas eventos e igrejas no Brasil e no exterior, sempre alertando contra as falsas doutrinas e seitas. https://youtu.be/2Evr_JGD7Fs
(Fazendo o Download da lição, o arquivo fica no seu dispositivo, podendo ter acesso quando você quiser, sem precisar da internet).
#1.O ESPÍRITO SANTO
1. A revelação divina: A Bíblia mostra que a revelação
divina foi progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O
Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo
manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo.
Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer"
(Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito
Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1Co 12.3).
2. O esquecimento: Há abundância de detalhes na Bíblia sobre
a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e
divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece,
literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o
Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí
a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural
em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia
penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias
tentativas resultaram também em heresias.
3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos: À luz do Novo
Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica
claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do
Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira
identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de
Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o
Espírito Santo era quase sempre inadequada.
Nota:
Convidei meu irmão em Cristo, Charlin Rosa, amigo de longas datas, que está
cursando a Faculdade Teológica Sul Americana, para comentar os subtópicos 2 e
3, para que tenhamos uma melhor compreensão. Desde já o agradeço pela
cooperação.
“Nos anos após o Concílio de
Niceia em 325, a heresia do Arianismo (foi uma visão cristológica sustentada
pelos seguidores de Ário, que negava a existência da consubstancialidade entre
Jesus e Deus Pai, que os igualasse, concebendo Cristo como um ser pré-existente
e criado) e outros erros similares continuaram a afetar a igreja. No Concílio
de Niceia foi concordado que Deus é de uma só essência, ainda que tri-pessoal,
e que Jesus Cristo é uma só pessoa em duas naturezas, divina e humana, mas as
controvérsias continuaram pelos anos seguintes recaindo agora sobre à divindade
e obra salvífica do Espírito Santo, assunto este que não foi abordado no
Concílio de Niceia. Assim como Gregório de Nazianzo afirmou que a revelação foi
progressiva, assim também se deu na sistematização das doutrinas teológicas
mais fundamentais para a fé cristã, a medida que novos conceitos surgiam sobre
a Trindade, a Igreja se levantava para refutar e outras vezes para complementar
as ideias propostas. Nos primeiros séculos não temos um desenvolvimento
aprofundado das doutrinas, pois os pais apostólicos tinham como objetivo a
confirmação das doutrinas deixadas pelos apóstolos do que propriamente a
sistematização, lembrando de que os primeiros séculos também foram tempos de
intensas perseguições, portanto os lideres não tinham como investir tempo para
um aprofundamento maior, tempo este que foi oferecido com maior disponibilidade
após o imperador Constantino se declarar cristão.
No de 381 o Imperador Teodósio
convocou o Concílio de Constantinopla dissipar o arianismo e também formular
uma declaração teológica com respeito a trindade, cerca de 150 bispos,
incluindo trinta e seis que mantinham posições heréticas, debateram durante
três meses sobre este assunto. Na conclusão do Concílio de Constantinopla foi
especificado a divindade do Espírito Santo, asseverando que Ele é igual a Deus
pais e a Deus filho, sumariando este trabalho num credo que ficou conhecido
como “Credo Niceno-Constantinopolitano”
O pensamento trinitário foi
bastante desenvolvido, por causa da heresia ariana que negava a divindade do
Filho em relação ao Pai, do sabelianismo (Sabelianismo é a visão de que Deus é
uma única pessoa; não há uma segunda pessoa chamada Filho, nem uma terceira
chamada o Espírito), que negava as Pessoas, para reforçar a unidade em Deus, e
do grupo dos pneumatômacos (macedonianismo foi um movimento herético que surgiu
em meados do século IV, que deve seu nome ao Patriarca de Constantinopla
Macedônio I e que negava a divindade do Espírito Santo, os seguidores dessa
nova abordagem radical também foram chamados pneumatómacos, "adversários
do Espírito"). Era necessário especificar em Deus a unidade e as
propriedades, as suas particularidades. Basílio, o grande, depois Gregório de
Nazianzo e Gregório de Nissa aprofundaram mais que quaisquer outros Pais da
Igreja o mistério trinitário, estes três homens ficaram conhecidos como os Pais
Capadócios).
Gregório está convicto de que a
Trindade se revelou ao ser humano aos poucos, progressivamente e
pedagogicamente, de modo que Deus mesmo preparou a humanidade à sua
manifestação. Assim Gregório diz que nós adoramos Deus, o Pai, Deus, o Filho, e
Deus, o Espírito Santo, três Pessoas numa única natureza divina, à qual é dada
a glória, a honra, a onipotência6. Não são três seres separados, um do outro, à
maneira do politeísmo, como fez Ario ou a doutrina idealizada por Sabélio.
O
Nazianzeno, como os Pais desse período histórico, procuraram superar essas duas
heresias: de um lado, a confusão proveniente de Sabélio, que negava as Pessoas
para ressaltar a unidade em Deus, e, de outro, as Pessoas tornavam-se essências
diferentes, negando-se a unidade.
Gregório afirma que as três
Pessoas são eternas, estão fora do tempo e do espaço: “Desde quando o Pai
existe? Não existe um momento no qual o Pai não existisse; ele sempre existiu.
Isto vale também para o Filho e o Espírito Santo”. Assim o Filho e o Espírito
Santo são coeternos com o Pai, porque provêm dele. Como o Pai é sem princípio, o
Filho e o Espírito Santo são sem princípio, assim como o sol não é anterior
(ánarcha) à luz.
Gregório encontrou dificuldades
para falar do Espírito Santo, não porque ele duvidasse da sua divindade ou
existência; ao contrário, ele acreditava na sua existência e na sua divindade,
mas porque a Escritura fala pouco dele. No entanto, ele não deixou de criticar
aqueles que diziam que o Espírito Santo não existia ou que seria uma criatura,
ao levantar esta pergunta: Ele deve ser colocado entre os seres que subsistem
por si, ou é uma força de Deus? Se ele fosse uma força, deveria ser causado por
um outro e, um dia, ele poderá terminar. Se ele fosse uma criatura, como nós,
como podemos nos tornar perfeitos nele? Ora, se o Espírito é Deus, então ele
não é uma criatura, nem servo como nós.
A visão que Gregório tem do
Espírito é a sua procedência do Pai. Ele não é gerado, porque ele não é o
Filho, mas ele é Deus como o Pai e o Filho. A ele não falta nada, porque é
Deus, assim como também o Filho. Ele não é diminuído segundo a substância,
enquanto os termos de “não ter sido gerado”, “ter sido gerado e proceder”
indicam o Pai, o Filho e o Espírito Santo, de modo que se conserva não
confundida a distinção das três hipóstases na única natureza e única dignidade
da essência divina. O Filho não é o Pai; o Pai não é o Filho e o Espírito Santo
não é o Pai e o Filho.
Gregório aprofundou a doutrina
trinitária proveniente de Basílio de Cesaréia, no sentido de um maior realce à
unidade em Deus e às características das Pessoas. Ele reconheceu o mistério no
qual se pôs como alguém limitado nos argumentos, mas confiante naquele que tudo
pode para conduzir as pessoas, um dia, à salvação”. (Charlin Rosa).
#2.A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada: O Espírito Santo é chamado de
Senhor nas Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co
3.17; ARA). Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem
alternadamente na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não
mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui
são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de
linguagem: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós?" (1Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento:
"O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É
nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.
*A Bíblia Sagrada sempre revelou
o Espírito Santo como Deus, e não apenas uma força ativa ou uma energia cósmica
como dizem as “Testemunhas de Jeová”, os textos bíblicos que o comentarista
mencionou, são apenas uma amostra dessa verdade contida nas Escrituras.
2. A divindade revelada: O relacionamento do Espírito Santo
com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com
Eles. Isso está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19,
1Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito
penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1Co 2.10,11); é
igualmente chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o
Espírito que provém de Deus" (1Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é
chamado por Jesus de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego
para "Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador,
advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1Jo 2.1). Ele é
chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de
Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).
*Consubstancialidade: Palavra composta
por duas partículas: homo e ousios, ambas do vocabulário grego. O termo homo
significa o mesmo e o termo ousios significa essência, substância. Assim sua
definição seria ALGO DA MESMA SUBSTÂNCIA, COM A MESMA ESSÊNCIA.
*Assim como Deus Pai e Deus
Filho se revelaram, o Espírito Santo também se revela e continua se
manifestando através de suas obras, vejamos 2 principais:
A) O Espírito Santo é quem convence
o pecador de seu pecado (Jo.16.7-8): Não há como contestar as milhões de pessoas que foram e estão sendo transformadas,
que tiveram suas vidas mudadas pelo o Evangelho de Jesus Cristo (Gl.5.22),
então te pergunto como alguém pode crer, amar, servir alguém de quem nunca
viram, mas só ouviram falar? Isso porque o Espírito Santo testifica de Jesus
(Jo.15.26), a função nossa, da igreja é pregar o evangelho (Mc.16.15-16),
convencer do pecado e transformar é do Espírito Santo.
B) O Espírito Santo se manifesta
através dos dons espirituais (1Co.12.4-11): Não há como contestar a
manifestação do Espírito Santo através dos seus dons espirituais, em pleno
século XXl, vemos os dons espirituais ativos como:
#O falar em variedade de línguas:
Desde 1906, na rua Azusa em Los Angeles-EUA, o falar em línguas tem ocorrido
sempre, sendo experimentado por milhões de pessoas em diversos países do mundo
e das mais variadas denominações eclesiásticas. O falar em línguas e o dom de
variedades de línguas, visam primariamente a edificação do crente, numa íntima
comunhão com Deus (1Co.14.4-5,13-14,26-28,39-40).
#A profecia: É transmitir uma
mensagem vinda direta da parte de Deus, sob o impulso do Espírito Santo; Talvez
você que esteja lendo esse estudo já foi alvo disso, alguém que chegou até você
e disse: Deus manda te falar “isso” ou “aquilo” e era exatamente o que você
estava precisando ouvir.
#A palavra da ciência: Mais
conhecido “dom de revelação”, a pessoa por revelação divina, declara a você,
suas informações pessoais, fatos que só você sabe, circunstâncias do passado ou
do presente que você está passando; Como alguém pode falar inúmeras coisas
sobre você, sem te conhecer e nunca te ter visto? É o Deus Espírito Santo se
revelando a você!
#Dons de curar: Não há como
contestar as inúmeras pessoas que receberam um milagre na área da saúde, que
foram curadas de várias enfermidades e muitas delas desenganadas pela medicina,
por doenças consideradas incuráveis, mas creram no poder de Deus e pediram
oração por si ou por outros, e o dom do Espírito Santo entrou em ação na vida
dos servos de Deus e elas foram curadas.
3. Obras divinas: A divindade do Espírito Santo é vista não
apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento
dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o
Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; SI 104.30). Ele gerou
Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1Pe 3.18); e
ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do
novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e
distribui os dons espirituais (1Co 12.7-11). Assim, o Credo
Niceno-Constantinopolita-no declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e
Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o
Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A
confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp
3.3; 2 Pe 1.21).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O divino Consolador tem pleno poder
sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas
dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (SI 104.30; Ef 3.16). Isso é uma
evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes,
como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.Em 1 Coríntios 2,4, na
única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por
'demonstração do Espírito Santo', designa-se literalmente uma demonstração
operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de
Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito,
cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos
ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1Co
2.4,5)" (GILBERTO, António. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).
#3.OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1. Alguns atributos incomunicáveis: A divindade do Espírito
Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas
alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a
fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1Co 12.9-11). Ele é onipresente,
está em toda parte do Universo (SI 139-7-10); e é onisciente, pois conhece
todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1Co 2.10,11), passando pelo
coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1
Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14).
*Atributos incomunicáveis, são
atributos que o Espírito Santo não compartilha com ninguém, pois são atributos
que só a trindade santa possui, ou seja, Deus Pai, Deus Filho(Jesus) e Deus
Espírito Santo.
2. Alguns atributos comunicáveis: A santidade de Deus é o
atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo
"santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua
natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo;
assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co
6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém
há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17;
Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; SI
143.10). O Espírito é a verdade (1Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).
*Atributos comunicáveis, são
atributos que o Espírito Santo, compartilha com pessoas, que creem em Deus,
receberam e confessaram Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas e
desenvolvem uma comunhão com Deus, obedecendo sua palavra (Bíblia Sagrada).
3.O Espírito
Santo e a Trindade: O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também
um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem
"em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso
significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos
balizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho.A expressão
"comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13) mostra que Ele é não
apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma
absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à
outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma
distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do
Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).
CONHEÇA MAIS
Credo Niceno-Constantinopolitano
Entre 361-81, a ortodoxia
trinitariana passou por mais refinamentos, mormente no tocante ao terceiro
membro da Trindade, o Espírito Santo. Em 381, em Constantinopla, os bispos
foram convocados pelo Imperador Teodócio, e as declarações da ortodoxia de
Niceia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo
em termos de deidade, como o 'Senhor e Doador da vida, procedente do Pai e do
Filho; o qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual
falou pelos profetas." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática, uma
perspectiva pentecostal, CPAD, p.177.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O Espírito Santo é Deus
O Espírito Santo não é simplesmente
uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e
Jesus o são. O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando
Isaías viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor,... vai e diz a
este povo' (Is 6.8,9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem
falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este
povo' (At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com
Deus" (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).
IV-PERSONALIDADE
DO ESPÍRITO SANTO
1. As
faculdades da personalidade: A personalidade do Espírito Santo está presente em
toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja
desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como
intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1Co 2.10,11) e inteligência (Rm
8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui
vontade (At 16.7; 1Co 12.11). As três faculdades intelecto, emoção e vontade
caracterizam a personalidade.
*A palavra Espírito não pode ser
confundida com alguma forma corpórea, sua personalidade é espiritual e
incorpórea, a bíblia usa pronomes pessoais como, “ele”, “aquele”, “dele”, para
se referir ao Espírito Santo.
(Tg.4.4 Adúlteros e adúlteras, não
sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer
que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. 5 Ou cuidais vós
que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?)
2. Reações do
Espírito Santo: Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que Ele reage
a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At
10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os
judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos
recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram
contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em nome do
Espírito Santo (Mt 28.19).
(At.19.1 E SUCEDEU que, enquanto
Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores,
chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
2 Disse-lhes: Recebestes vós já o
Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que
haja Espírito Santo.
3 Perguntou-lhes, então: Em que sois
batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
4 Mas Paulo disse: Certamente João
batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após
ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5 E os que ouviram foram batizados
em nome do Senhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Paulo as mãos,
veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.
7 E estes eram, ao todo, uns doze
homens.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É difícil sugerir que um dos
títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o
que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um
propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem
dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é
o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: 'Em quem [Cristo] também
vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa
salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da
promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de
Deus, para louvor da sua glória' (Ef 1.13,14)" (HQRTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.
401).
CONCLUSÃO: A
frase que se refere ao Espírito Santo como "terceira Pessoa da
Trindade" se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na
fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas
distintas.
Por: Pb.
Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus – missões)
Cristais – Mg
27/07/17
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