INTRODUÇÃO: Melquisedeque é um personagem enigmático na
história bíblica. Mas ele foi um verdadeiro adorador, no meio de uma gente
idólatra e corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer parte da
linhagem de Israel. "E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho; e
este era sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14.18). Sua ordem sacerdotal,
com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo, que em
tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais.
Comentarista Pr. Elinaldo Renovato de Lima http://www.adparnamirim.com.br/?page_id=66
Subsídio, estudo, reflexão
#1.QUEM ERA MELQUISEDEQUE
1. Um personagem misterioso: Melquisedeque surge no cenário
histórico da Bíblia de forma inesperada e até misteriosa. Ele é citado poucas
vezes no texto bíblico, o que o torna mais enigmático. Seu nome, no hebraico, é
malkisedeq, ou "rei de justiça" ou "meu rei é justo". O
relato de Génesis 14, informa que ele era "Rei de Salem" (Rei de
Paz), um rei-sacerdote cananeu. O autor aos Hebreus diz que ele era "sem
pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas,
sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre"
(Hb 7.3).
*O Comentarista destacou alguns
pontos porque Melquisedeque era um personagem misterioso.
a) Surge de modo inesperado
(Gn.14.18)
b) Existe poucas referências
bíblicas a seu repeito: (Gênesis 14.18); (Salmo 110.4); (Hebreus 5.6,10; 6.20;
7.1-3,10,11,15,17).
c) A Bíblia não registra sua
genealogia (Hb.7.3)
2. Onde ele aparece na Bíblia. Melquisedeque aparece na
história bíblica quando Abrão retornou de uma jornada arriscada, na qual
salvara seu sobrinho, Ló, que havia sido levado preso com toda a sua família,
quando os reis de Sodoma e Gomorra, onde o patriarca habitava, foram derrotados
por uma confederação de quatro reis, liderados por Quedorlaomer, rei de Elão
(Gn 14.1-13). Foi a primeira guerra registrada na Bíblia. Abraão foi à guerra
com 318 criados, nascidos em sua casa, derrotou os invasores e libertou Ló e
sua família.
3. Características de Melquisedeque. Ele tinha qualidades
especiais. Sua atitude generosa demonstra que reconheceu que uma vitória tão
grande, com um número menor de combatentes, só poderia ser resultado da bênção
de Deus sobre Abrão.
a) Ele era rei de Salem. "E Melqui-sedeque, rei de
Salem, trouxe pão e vinho [...]" (Gn 14.18).
*Salem era a Jerusalém primitiva
b) Ele "era sacerdote do Deus Altíssimo"- El Elyon
- (Gn 14.18b); segundo Gardner, "Melquisedeque conhecia a Deus por meio de
uma tradição que se espalhou após o Dilúvio ou devido a uma revelação sobrenatural.
Percebeu que Abraão servia ao mesmo Deus". O certo é que ele cria em Deus
e o servia, pois era sacerdote "do Deus Altíssimo".
Servia o SENHOR, em uma época e
região idólatra.
c) Ele abençoou Abrão. Como sacerdote, ele abençoou Abrão.
"E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor
dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos [...]" (Gn 14.19,20a).
* ‘’E abençoou-o’’, isso revela
a autoridade sacerdotal de Melquisedeque . as
Escrituras declaram pelo escritor aos Hebreus (Hb.7.1-10), que a autoridade do
rei-sacerdote Melquisedeque era maior do que a de Abraão que era ‘’o pai da
fé’’.
(Hb.7. 4 Considerai, pois, quão
grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 6 Mas
aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e
abençoou o que tinha as promessas. 7 Ora, sem contradição alguma, o menor é
abençoado pelo maior).
d) Abrão deu o dízimo a Melquisedeque. "E deu-lhe o
dízimo de tudo" (Gn 14.20b). Aqui, vê-se a primeira referência bíblica acerca
do dízimo. Séculos antes da Lei, que incluiu o dízimo como preceito obrigatório
para Israel (Nm 18.21,24; Dt 14.23; Ml 3.10). Abrão entendeu que, tendo sido
abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, deveria ser grato a Deus pela
bênção da vitória. O dízimo é mais uma gratidão do que uma obrigação.
*Abraão reconhece a autoridade
sacerdotal de Melquisedeque e entrega-lhe o dízimo. O princípio do dízimo já existia
antes da Lei de Deus dada a Moisés, isso revela que o dízimo não é uma obrigatoriedade
da lei, mas a voluntariedade de um coração grato ao Senhor por todas as bênçãos
recebidas de suas mãos, pois é o dono de todas as coisas (1Cr.29.11-14); (Sl.24.1).
#2. LIÇÕES DO CARÁTER DE MELQUISEDEQUE
1. Um caráter justo. "Rei de justiça": É a
tradução primeira de seu nome. Melquisedeque se destacou por ser um homem justo
e praticante da justiça. Seu nome identifica-se com o seu caráter. Suas
atitudes decorriam de seu caráter ilibado e santo. Daí, a sua grandeza moral e
espiritual. A Bíblia diz sobre ele: "Considerai, pois, quão grande era
este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos" (Hb 7.4).
‘’Justiça’’: do hebraico, justa
medida, ações retas, atitudes corretas, comportamento irrepreensível e íntegro.
2. Um caráter pacífico. O texto citado diz que, além de ser
"rei de justiça", Melquisedeque também era "rei de Salem, que é
rei de paz" (Hb 7.2c). Ele era "sacerdote do Deus Altíssimo" (El
Elyon), e também rei de uma cidade chamada Salem. Certamente Melquisedeque era
um homem pacífico e também reinava sobre uma cidade cujo nome significa
"Paz". Nós, cristãos, temos o dever moral e espiritual de sermos
promotores da paz, primeiro, em nosso lar; depois, no ambiente da igreja, no
relacionamento fraternal, ministerial e eclesiástico, e também para com as pessoas
de fora do nosso ambiente.
#3.SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE
1. Um novo sacerdócio: No livro de Hebreus, vê-se que houve
necessidade de mudança do sacerdócio levítico por outro que lhe era superior.
"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob
ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se
levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a
ordem de Arão? " (Hb 7.11). Dessa forma, nós os cristãos, estamos debaixo
do sacerdócio de Cristo, no qual, todos somos considerados sacerdotes reais com
missão muito elevada (1Pe 2.9). Por isso, em nosso comportamento, devemos nos
conduzir de maneira que o nome do Senhor seja glorificado.
(Hebreus 7.21 Mas este com juramento
por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote
eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque), 22 De tanto melhor aliança
Jesus foi feito fiador. 23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em
grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, 24 Mas este,
porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
*Segundo os estudiosos cerca de
80 sacerdotes ministraram, desde Arão o primeiro sacerdote até o ano 70 d.C na
destruição de Jerusalém pelo general Tito. O sacerdote era aquele que
intercedia pelo povo, que fazia expiação pelos pecados, se não houvesse
sacerdotes não haveria sacrifício pelo pecado, não haveria perdão de pecados, e
o povo não teria comunhão com Deus, vemos então, que esse sacerdócio era
imperfeito pois era substituível, porém o de Jesus é perfeito e eterno segundo
a ordem de Melquisedeque.
2. Jesus Cristo, o sacerdócio perfeito. Esse "outro
sacerdote", que seria levantado, é nosso Senhor Jesus Cristo, de quem foi
dito: "Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno,
segundo a ordem de Melquisedeque" (SI 110.4). Era uma mensagem profética e
messiânica, que apontava para Cristo, através de Davi. Essa "ordem de
Melquisedeque" não era reconhecida pelos judeus, que só aceitavam e
reconheciam a "ordem de Arão" ou "levítica". Em Hebreus, o
autor se refere à mensagem profética de Davi sobre Cristo, dizendo:
"Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo
sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque" (Hb 5.5,6).
(Hb.7.25 Portanto, pode também
salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles. 26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo,
inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os
céus; 27 Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia
sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo;
porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo).
3. A ordem de Melquisedeque: A expressão "segundo a
ordem de Melquisedeque" é tipológica (Hb 7.15). Jesus não pertencia à
tribo de Levi. Por isso, não seria consagrado sacerdote de acordo com a Lei.
Ele pertencia à tribo de Judá. "Porque aquele de quem essas coisas se
dizem pertence a outra tribo da qual ninguém serviu ao altar, visto ser
manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca
Moisés falou de sacerdócio" (Hb 7.13,14). Mas o sacerdócio de Cristo é
superior ao de Arão (Hb 5.6; 7.7); era um sacerdócio eterno (Hb 5.6); com tais
características, Jesus é superior a Levi, a Arão, a Abraão e a todos os seus
descendentes levitas (Hb 7.6-10).
CONCLUSÃO: A Bíblia registra a história de homens que
tiveram papel importante na história. Melquisedeque foi um desses personagens.
Apareceu de forma inesperada e desapareceu da mesma forma. Porém seu sacerdócio
tornou-se tipo do sacerdócio de Cristo, santo, perfeito e eterno. Melquisedeque
morreu, ainda que não se saiba quando e como. Cristo também morreu, mas ao
terceiro dia ressuscitou e vive eternamente. "Porque dele assim se
testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque"
(Hb 7.17).
Por: Pb. Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – missões)
Cristais – Mg 14/04/17
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