Comentarista: Claiton Ivan Pommerening é Ministro do Evangelho, congrega na Assembleia de Deus de Joinvile (SC) e é graduado em Ciência Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau e em Teologia pela Faculdade Evangélica de Teologia de Belo Horizonte. Possui especialização em Teologia e Bíblia pela Faculdade Luterana de Teologia e é Doutor e Mestre pela Faculdade EST. Atualmente é o Diretor da Faculdade Refidim e do Colégio Evangélico Pr. Manoel G. Miranda; vice-presidente da CEEDUC - Associação Centro Evangélico de Educação Cultura e Assistência Social em Joinvile (SC); e editor da Azusa Revista de Estudos Pentecostais da Faculdade Refidim de Joinvile (SC).
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Comentário
#1.A PERSEVERANÇA BÍBLICA
1. Conceito bíblico de perseverança: Perseverar remonta a
ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé cristã em
tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição. Nosso desafio,
mesmo vivendo tais dificuldades, é o de mantermo-nos inflexíveis e firmes na fé
em Cristo, esperando pacientemente nEle em tudo. É uma capacidade divina para
resistir ao dia mau (Ef 6.13).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Perseverar
"[Do gr. hupomonê; do lat.
perseverantia]. Constância, tenacidade. Capacitação que o crente recebe,
através do Espírito Santo, para permanecer fiel até a vinda de Cristo Jesus. No
grego, o termo serve para ilustrar a coragem demonstrada pelo soldado em plena
batalha. Perseverança é a virtude varonil que só o filho de Deus pode ter"
(ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 13.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2004, p. 298).
2. Provisão divina e cooperação humana: A ideia popular de
que "uma vez salvo, salvo para sempre" não tem amparo concreto nas
Escrituras, pois se fosse assim, não haveria necessidade de esforço e
disciplina para uma vida de santidade frente às tentações e às provações, o que
atestaria contrariedade à bondade de Deus em conceder aos seres humanos o
livre-arbítrio (Sl 25.12; Pv 3.31; Mc 13.22).
Assim, a perseverança da vida cristã é iniciada e garantida em Cristo
(Fp 1.6), com o auxílio do Espírito Santo (Jo 14.26; Lc 11.13; Rm 8.26),
juntamente com a cooperação e a sujeição do crente ao senhorio de nosso Senhor
(2 Pe 1.10; Tg 4.7-10).
*Deus no seu amor, misericórdia
e graça nos concedeu a salvação pela fé em Cristo, mas se perdermos a fé em
Cristo, logo perdemos tal salvação, é necessário permanecermos firmes na fé.
Perseverança na fé x Perda da
Salvação: (Mt.24.13); (Rm.11.21-23); (2Co.13.5); (Gl.6.7-8); (Cl.1.21-23); (1Tm.6.9-10);
(1Tm.6.20-21); (Hb.4.1-2); (2Pe.2.20-22).
(Hb.3.12 Vede, irmãos, que nunca
haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar
do
Deus vivo. 13 Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o
tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do
pecado; 14 Porque nos tornamos participantes de Cristo, se
retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. 15 Enquanto
se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como
na provocação).
#2.O PERIGO DA APOSTASIA
1. Conceituando apostasia: Apostasia (do gr. apostásis) que
significa afastamento, remonta ao "abandono premeditado e consciente da fé
cristã". É negar, renunciar e distorcer propositalmente o ensino das
Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus revela que o início da apostasia tem a
ver com a "obediência" a espíritos enganadores e a doutrinas de
demónios ensinadas por homens mentirosos (1Tm 4.1) que torcem o conteúdo do
ensino bíblico, negando a pessoa ou a obra de Cristo (Jd v.4; 2Co 11.13,14; 2
Pe 2.1). Aqui, é importante não confundirmos apostasia com o pecado acidental.
Neste, o crente ainda pode alcançar graça e misericórdia de Deus —
confessando-o e deixando-o (Pv 28.13; 1Jo 2.1,2); aquela, é decisão deliberada
e premeditada, sendo impossível voltar atrás (Hb 6.4-6; 10.26,27).
SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
Apostasia
[Gr. apostasia, um abandono ou
deserção da fé]. Embora a palavra grega seja usada apenas duas vezes no Novo
Testamento (At 21.21; 2 Ts 2,3), ela é encontrada na LXX várias vezes, como em
Josué 22.22, para expressar a rebelião do povo de Deus, e em 2 Crónicas 29.19
em que vasos santificados no Templo foram lançados fora" (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 161).
2. A prática da apostasia: O Inimigo de nossas vidas,
juntamente com as hostes espirituais da maldade, deseja pelejar contra nós (Ef
6.12). Entretanto, a prática do pecado é uma responsabilidade pessoal e
intransferível do indivíduo (Ez 18.4,20; cf. Rm 6.23). Nesse sentido, a
apostasia sempre será praticada de maneira consciente, deliberada e voluntária.
Veja alguns exemplos de apostasia nas Escrituras: rejeição consciente e
voluntária à obra de Cristo (Jo 13.25-27); pecado voluntário, consciente e
maldoso (At 5.3-5; 8.20); ensino de doutrinas heréticas (2 Pe 2.1).
* As Escrituras nos concede diversos textos e exemplos de pessoas que se
afastaram de Deus e sofreram consequências terríveis.
*Amor ao dinheiro (1Tm.6.9-10);
Falsa Ciência (1Tm.6.20-21).
#3. SEGUROS EM CRISTO
1. Cristo garante a salvação: Embora haja a possibilidade de
o crente apostatar-se da fé, a fidelidade de Cristo nos garante a certeza de
sermos conservados irrepreensíveis até sua vinda (Jd v.1; 1Ts. 5.23,24).
Podemos nos sentir seguros em Cristo, pois Ele tem poder de nos manter livres
de tropeços (Jd v.24). A oração sacerdotal de Jesus revela muito dessa
segurança: "dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará das minhas mãos" (Jo 10.28).
*Jesus é verdadeiro, fiel e
poderoso, sua obra redentora é eficaz, capaz de perdoar, transformar o mais vil
pecador, livrando-o da condenação eterna e o presenteando quão tão grande
salvação (Jo.3.16).
2. A alegria da salvação: Uma das maravilhosas consequências
que alcançamos quando aceitamos a
Cristo é a alegria da salvação (SI 51.12; Is
12.3; Lc 15.22-25,32). Agora não temos mais o peso da culpa e da condenação,
pois somos aceitos e amados por Deus, assim, o efeito prático disso é vivermos
uma vida cheia de alegria (Lc 10.20).
3. A certeza da vida eterna: O nosso fundamento na certeza
da vida eterna não está firmado no mérito próprio, mas única e exclusivamente
no mérito da obra salvífica de Cristo Jesus (Hb 9.27,28). Embora tenhamos o
livre-arbítrio para tomar decisões, o Espírito Santo age para nos converter do
caminho errático (Jo 16.8). Ainda que falhemos em alguma coisa, nosso Senhor
nos "prende" por meio dos laços de amor, trazendo-nos de volta ao
aprisco (Lc 15.7; cf. 1Jo 5.13).
*Nossa segurança está na obra de
Cristo e na graça que Ele nos concede para obedecermos sua palavra, mas jamais que
isso sirva pra nos vangloriarmos e pensarmos que somos perfeitos e “santarrões”,
sigamos o exemplo do apóstolo Paulo.
(Fl.3.13 Irmãos, quanto a mim, não
julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, 14 Prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus).
CONCLUSÃO: O perigo da apostasia é uma realidade, mas a
certeza da vida eterna é uma dádiva tão gloriosa que suplanta esse perigo. Não
há o porquê de procurar contradição quanto à relação entre a soberania de Deus
e o livre-arbítrio do homem. Deus é poderoso para, em Cristo, nos guardar até o
dia final a fim de que perseveremos nEle em meio às provações da vida (2 Tm
1.12).
Por: Pb. Tiago Luis Pereira (Professor da Escola Bíblica
Dominical da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Missões)
Cristais – Mg 16/12/17
Gmail: tiagoluispereira1@gmail.com